
Boas!
Já não é a 1ª vez que leio comentários a culpar os politicos de todas as desgraças que acontecem, não sei se acontece o mesmo nos outros paises, mas por cá a culpa é sempre dos outros, ou é do arbitro (futebol), ou é dos politicos, agora está na moda ser dos banqueiros. Já quando apanhamos uma multa da GNR ou PSP, o problema é que eles andam na caça multa, até são avaliados por isso, já viram o que seria deles se todos nós cumprissemos o codigo da estrada? Provavelmente seriam despromovidos, quiça mesmo despedidos! Já quando não cumprimos as leis fiscais, a culpa é dos malditos funcionários do fisco, eles até são avaliados pela quantidade de cobranças que conseguem fazer, na nossa cultura é habitual a culpa ser sempre dos outros, raramente se vê alguém ter a coragem de assumir as suas responsbilidades.
Eu não tenho problema nenhum com o fisco nem com a segurança social, pago tudo a tempo e horas, entrego os documentos atempadamente, até sou favoravel a que se levante o sigilo bancário, não tenho nada a esconder, o estado pode ir a todas as minhas contas. Quem é contra o levantamento do sigilo bancário, lá saberá o que tem a esconder....
Na minha humilde opinião a questão é cultural, vou dar um exemplo, a Noruega é um dos paises que tem a maior carga fiscal, no entanto, nas ultimas estatisticas, teve um excedente orçamental na casa dos 17%, 17%, estão a ler bem, é mesmo 17%, no entanto eles não baixam os impostos, sabem porquê?
Há uns anos criaram um fundo para quando o petroleo acabar, os excedentes vão para esse fundo para as gerações vindoras terem receitas que permitam ter um nivel de vida equivalente ao actual. Imaginam a mesma situação em Portugal? Teriamos garantidamente os funcionários publicos a pedir aumentos desmesurados, os partidos politicos na oposição a exigir a redução de impostos, os empresários a exigirem mais apoios, os agricultores, também, etc, etc.. Esta é para mim é a grande diferença, a responsabilidade civica quase não existe no nosso país, alguém que foge aos impostos é um heroi.
Conheço casos de pessoas que formalmente recebem apenas o ordenado minimo, mas depois, por fora recebem o triplo, no entanto descontam apenas sobre o ordenado minimo, quando chegar a altura da reforma vão ter reformas baixas, claro que nas estatisticas Portugal vai ser sempre o país que tem as reformas mais baixas. Tenho familiares que durante toda a vida nunca descontaram um tostão para a segurança social, agora tem a reforma minima, só não tem o complemento de reforma porque tem casa propria, carro e uma conta bancária com umas dezenas de milhares de euros, no entanto, estatisticamente são pobres, claro que há mesmo pessoas pobres mas as estatisticas não correspondem à realidade.
Os politicos são o nosso espelho, se são aldrabões, são porque nós somos e valorizamos o chico esperto, damos importancia à aparência em vez de valorizarmos o conteudo. Além disso só o nosso umbigo é que conta, vejam o caso da TAP, enquanto as outras companhias lutam para sobreviver, na TAP, pede-se aumentos, até parece que a TAP está a cheia de dinheiro, mais uma vez verificamos que há um grupo de pessoas que está borrifar-se para o todo, só vê o seu umbigo, por mim não ia nem mais um tostão do meu dinheiro (impostos) para a TAP.
Sobre os problemas na Grecia, começaram porque um jovem foi morto, aparentemente de uma forma acidental, um carro da policia foi cercado e apedrejado por 30 adolescentes e os policias defenderam-se, atirando uma granada de fumo e disparando para o ar, há testemunhas que afirmam que o policia não disparou contra o miudo, mas a bala terá feito ricochete. Se fosse cá criticava-se que a policia não pode impor a ordem, que são uns bananas, etc...Só para concluir na Grecia houve uma manifestação de 4000 professores contra as novas leis e deu os problemas que deu, cá manifestaram-se 100 ou 120 mil professores e tudo decorreu de forma ordeira, parece-me que não somos os piores da Europa em tudo.
A crise actual é fruto do descalabro dos valores da sociedade, somos bombardeados todos os dias por publicidade para comprar objectos de marca, se o não fizermos não somos ninguém, deixou-se de valorizar a honestidade, o que é importante é o que se possui. Um caso que aconteceu comigo, como director tinha um carro de serviço, correspondente a um determinado plafond, esse plafond permitia ter um Passat, sem eu gastar um tostão, estava tudo incluido no renting. O rentind desse carro acabou na mesma altura em que mudei de residencia para um local a 100km de Lisboa, tinha 2 hipoteses ou mantinha o mesmo tipo de carro e entrava com dinheiro do meu bolso, tendo em conta os km e o nº de mudas de pneus, ou escolhia um carro do segmento inferior mas com tudo incluido, optei por escolher um Megane dos novos, já que não gastava um tostão. Tive colegas meus, directores, a perguntar se eu achava bem andar com um carro da categoria de vendedor! Claro que nem dei resposta, mas isto é um exemplo do que a sociedade actual valoriza, não o individuo como ele é mas sim o que tem, dai até chegarmos ao abismo a distancia é (foi) curta.
Isto é mais um desabafo, só quero chamar a atenção que podemos realmente fazer mais do que fazemos e o 1º passo é a forma como educamos os nossos filhos, se o não fizermos, nunca conseguiremos evoluir.
Um abraço,
Alexandre Santos
Já não é a 1ª vez que leio comentários a culpar os politicos de todas as desgraças que acontecem, não sei se acontece o mesmo nos outros paises, mas por cá a culpa é sempre dos outros, ou é do arbitro (futebol), ou é dos politicos, agora está na moda ser dos banqueiros. Já quando apanhamos uma multa da GNR ou PSP, o problema é que eles andam na caça multa, até são avaliados por isso, já viram o que seria deles se todos nós cumprissemos o codigo da estrada? Provavelmente seriam despromovidos, quiça mesmo despedidos! Já quando não cumprimos as leis fiscais, a culpa é dos malditos funcionários do fisco, eles até são avaliados pela quantidade de cobranças que conseguem fazer, na nossa cultura é habitual a culpa ser sempre dos outros, raramente se vê alguém ter a coragem de assumir as suas responsbilidades.
Eu não tenho problema nenhum com o fisco nem com a segurança social, pago tudo a tempo e horas, entrego os documentos atempadamente, até sou favoravel a que se levante o sigilo bancário, não tenho nada a esconder, o estado pode ir a todas as minhas contas. Quem é contra o levantamento do sigilo bancário, lá saberá o que tem a esconder....
Na minha humilde opinião a questão é cultural, vou dar um exemplo, a Noruega é um dos paises que tem a maior carga fiscal, no entanto, nas ultimas estatisticas, teve um excedente orçamental na casa dos 17%, 17%, estão a ler bem, é mesmo 17%, no entanto eles não baixam os impostos, sabem porquê?
Há uns anos criaram um fundo para quando o petroleo acabar, os excedentes vão para esse fundo para as gerações vindoras terem receitas que permitam ter um nivel de vida equivalente ao actual. Imaginam a mesma situação em Portugal? Teriamos garantidamente os funcionários publicos a pedir aumentos desmesurados, os partidos politicos na oposição a exigir a redução de impostos, os empresários a exigirem mais apoios, os agricultores, também, etc, etc.. Esta é para mim é a grande diferença, a responsabilidade civica quase não existe no nosso país, alguém que foge aos impostos é um heroi.
Conheço casos de pessoas que formalmente recebem apenas o ordenado minimo, mas depois, por fora recebem o triplo, no entanto descontam apenas sobre o ordenado minimo, quando chegar a altura da reforma vão ter reformas baixas, claro que nas estatisticas Portugal vai ser sempre o país que tem as reformas mais baixas. Tenho familiares que durante toda a vida nunca descontaram um tostão para a segurança social, agora tem a reforma minima, só não tem o complemento de reforma porque tem casa propria, carro e uma conta bancária com umas dezenas de milhares de euros, no entanto, estatisticamente são pobres, claro que há mesmo pessoas pobres mas as estatisticas não correspondem à realidade.
Os politicos são o nosso espelho, se são aldrabões, são porque nós somos e valorizamos o chico esperto, damos importancia à aparência em vez de valorizarmos o conteudo. Além disso só o nosso umbigo é que conta, vejam o caso da TAP, enquanto as outras companhias lutam para sobreviver, na TAP, pede-se aumentos, até parece que a TAP está a cheia de dinheiro, mais uma vez verificamos que há um grupo de pessoas que está borrifar-se para o todo, só vê o seu umbigo, por mim não ia nem mais um tostão do meu dinheiro (impostos) para a TAP.
Sobre os problemas na Grecia, começaram porque um jovem foi morto, aparentemente de uma forma acidental, um carro da policia foi cercado e apedrejado por 30 adolescentes e os policias defenderam-se, atirando uma granada de fumo e disparando para o ar, há testemunhas que afirmam que o policia não disparou contra o miudo, mas a bala terá feito ricochete. Se fosse cá criticava-se que a policia não pode impor a ordem, que são uns bananas, etc...Só para concluir na Grecia houve uma manifestação de 4000 professores contra as novas leis e deu os problemas que deu, cá manifestaram-se 100 ou 120 mil professores e tudo decorreu de forma ordeira, parece-me que não somos os piores da Europa em tudo.
A crise actual é fruto do descalabro dos valores da sociedade, somos bombardeados todos os dias por publicidade para comprar objectos de marca, se o não fizermos não somos ninguém, deixou-se de valorizar a honestidade, o que é importante é o que se possui. Um caso que aconteceu comigo, como director tinha um carro de serviço, correspondente a um determinado plafond, esse plafond permitia ter um Passat, sem eu gastar um tostão, estava tudo incluido no renting. O rentind desse carro acabou na mesma altura em que mudei de residencia para um local a 100km de Lisboa, tinha 2 hipoteses ou mantinha o mesmo tipo de carro e entrava com dinheiro do meu bolso, tendo em conta os km e o nº de mudas de pneus, ou escolhia um carro do segmento inferior mas com tudo incluido, optei por escolher um Megane dos novos, já que não gastava um tostão. Tive colegas meus, directores, a perguntar se eu achava bem andar com um carro da categoria de vendedor! Claro que nem dei resposta, mas isto é um exemplo do que a sociedade actual valoriza, não o individuo como ele é mas sim o que tem, dai até chegarmos ao abismo a distancia é (foi) curta.
Isto é mais um desabafo, só quero chamar a atenção que podemos realmente fazer mais do que fazemos e o 1º passo é a forma como educamos os nossos filhos, se o não fizermos, nunca conseguiremos evoluir.
Um abraço,
Alexandre Santos