Dias Loureiro explica negócio de Porto Rico
Questionado pelo PCP sobre a compra de duas empresas de tecnologia em Porto Rico, contra o parecer de quadros da própria Sociedade Lusa de Negócios (SLN), Dias Loureiro disse que iria contar a história de A a Z .
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Maria João Gago
mjgago@mediafin.pt Questionado pelo PCP sobre a compra de duas empresas de tecnologia em Porto Rico, contra o parecer de quadros da própria Sociedade Lusa de Negócios (SLN), Dias Loureiro disse que iria contar “a história de A a Z”. A aquisição das duas empresas de tecnologias, em Porto Rico, foi decidida por Dias Loureiro e Oliveira Costa, mesmo depois de pareceres contra a operação de quadros da própria SLN. Questionado sobre os contornos do negócios, Dias Loureiro disse que iria “contar a história de A a Z”.
O responsável explicou que em Abril/Maio de 2001, terá dito a Oliveira Costa que o negócio em Porto Rico era arriscado, pelo país em questão, mas recordou que a Redal, que operava naquele território, também era da EDP e da Dragados. Perante problemas em Marrocos, com as tarifas de água que a Redal poderia cobrar mediante autorização governamental (não havia autorização para subir preços), Dias Loureiro propôs venda da concessão a grupo chinês.
Mas a venda estava dependente de autorização do governo de Marrocos. Perante este problema, o responsável ligado à Dragados falou-lhe no libanês el-Assir, que teria bons contactos com Marrocos. El-Assir falou a Dias Loureiro numa máquina construída por uma fábrica em Porto Rico que era equivalente às máquinas multibanco. Dias Loureiro falou a Oliveira Costa que mandou Carlos Gonçalves, líder da Datacomp, falar com el-Assir sobre a máquina.
Veio entusiasmado e foram os três - Carlos Gonçalves, Dias Loureiro e Oliveira Costa, a Porto Rico. “Fomos ver a fábrica e bancos onde trabalhavam aquelas máquinas, como o Banco Popular e o BBVA. Havia um grande entusiasmo da SLN pois era o acesso a um novo mercado”.
Noutra viagem a Porto Rico, “tivemos uma reunião com um membro do governo para saber que apoios ao investimento” havia. Em Agosto foi feito um acordo preliminar de compra de 25% da Biometrics e de 75% da fábrica, além disso, foi assinado um acordo de investimento, para investir no desenvolvimento dessas máquinas. Há um adiamento de dinheiro da SLN, que seria de 4 milhões.
Perante o entusiasmo de Oliveira Costa, contratou-se Jorge Jordão para avaliar o negócio, que foi a Porto Rico e deu um parecer que levantava alguns problemas. Depois disso, os porto-ricanhos vieram a Lisboa responder a questões de Jorge Jordão e nessa mesma noite fechou-se o acordo final.
Problemas começam com necessidade de investimento superior ao estimado
Jorge Jordão foi então nomeado presidente da empresa. No ano seguinte, Jordão disse que o investimento necessário poderia ser superior ao acertado (36 milhões de dólares). Foi aqui que começaram os problemas entre os sócios de Porto Rico e a SLN. Oliveira Costa sugeriu que se cancelasse o pagamento das prestações de apoio ao investimento, perdendo os 38 milhões pagos inicialmente. Dias Loureiro diz que ainda foi a Porto Rico mas Oliveira Costa decidiu parar com o negócio, em meados de 2002. Na altura, já não era administrador executivo da SLN.
Antes disso, em Maio, havia que assinar as contas de 2001. “Eu, nessa altura, ainda era gestor executivo e perguntei onde é que estava registada a compra de Porto Rico. Oliveira Costa respondeu que a empresa estava parqueada num veículo (por isso não estava registada nas contas) e que depois seria colocada numa holding tecnológica destinada a ser cotada e bolsa”, acrescentou Dias Loureiro.
@JNegócios