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MensagemEnviado: 12/12/2008 0:57
por matos_1
Basta visitar o site da FED e procurar pelos descursos do ultimo mês do Presidente Ben Bernanke para ter uma ideia... não lhe chamam "Helicóptero Ben" por nada, ele estudou bem 1929 e chegou à conclusão (certa ou errada) de que uma deflação continuada não é desejável e que a FED tem todos os instrumentos para a impedir


Não todos...

http://krugman.blogs.nytimes.com/2008/1 ... an-moment/

http://krugman.blogs.nytimes.com/2008/1 ... of-keynes/

MensagemEnviado: 10/12/2008 18:30
por Branc0
Dois comentários à noticia do Camilo Lourenço:

1) O BCE se calhar gostava mas ainda está longe de ser o banco central mais influente do mundo.

2) Os governadores dos bancos centrais sabem bem por onde ir a seguir e do outro lado do Atlãntico já anunciaram quais são as medidas a tomar (nomeadamente alargar a manipulação das taxas para incluir as de longo prazo através de operações OMC).

Basta visitar o site da FED e procurar pelos descursos do ultimo mês do Presidente Ben Bernanke para ter uma ideia... não lhe chamam "Helicóptero Ben" por nada, ele estudou bem 1929 e chegou à conclusão (certa ou errada) de que uma deflação continuada não é desejável e que a FED tem todos os instrumentos para a impedir.

MensagemEnviado: 10/12/2008 18:27
por MarcoAntonio
Açor3 Escreveu:No fim-de-semana, Jean Claude Trichet fez um "pedido" estranho para quem dirige o banco central mais influente do mundo: que os bancos repercutam a descida das taxas de referência nas Euribor. Como foi a segunda vez que o fez em 40 dias, dá para perceber que está muito preocupado. E os números do crescimento económico na Europa mostram que não é caso para menos (ontem ficou a saber-se que também Portugal vai entrar em recessão, depois da queda do PIB no 3º trimestre de 2008).

Como explicar o "pedido" de Trichet? O presidente do BCE percebeu que pouco mudou desde que os Estados europeus decidiram criar garantias para os bancos recomeçarem a emprestar uns aos outros: as garantias resolveram metade do problema (a desconfiança inter-bancos) mas deixou a outra metade por resolver (o financiamento da economia). E sem dinheiro (o sangue de qualquer economia) a circular, não há crescimento.


Eu penso que ele está apenas a pressionar no sentido de que a medida tenha o maior e mais imediato impacto possível, podendo assim "poupar balas" e reservar-se quanto a baixas posteriores. Está a tentar maximizar o efeito das medidas já tomadas e pressiona nesse sentido...

Não tem nada de especial. A mim parece-me perfeitamente natural no ambiente crítico em que nos encontramos.

Naturalmente o BCE não quer "esbanjar" baixas da taxa directora...

MensagemEnviado: 10/12/2008 18:20
por Açor3
Camilo Lourenço
Os bancos centrais "aos papéis"
camilolourenco@gmail.com

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No fim-de-semana, Jean Claude Trichet fez um "pedido" estranho para quem dirige o banco central mais influente do mundo: que os bancos repercutam a descida das taxas de referência nas Euribor. Como foi a segunda vez que o fez em 40 dias, dá para perceber que está muito preocupado. E os números do crescimento económico na Europa mostram que não é caso para menos (ontem ficou a saber-se que também Portugal vai entrar em recessão, depois da queda do PIB no 3º trimestre de 2008).


Como explicar o "pedido" de Trichet? O presidente do BCE percebeu que pouco mudou desde que os Estados europeus decidiram criar garantias para os bancos recomeçarem a emprestar uns aos outros: as garantias resolveram metade do problema (a desconfiança inter-bancos) mas deixou a outra metade por resolver (o financiamento da economia). E sem dinheiro (o sangue de qualquer economia) a circular, não há crescimento.

A preocupação de Trichet é partilhada por Vítor Constâncio (e provavelmente por outros governadores). Constâncio disse ontem que é mais difícil a política monetária ser eficiente na "expansão da economia" do que a restringir o crescimento. Tem razão. Só não disse outra coisa: os banqueiros centrais estão a ficar sem munições e não têm nenhuma ideia do caminho a seguir quando ficarem expostos os limites da política monetária numa crise como a actual. Preocupado? É caso para isso.

MensagemEnviado: 7/12/2008 15:28
por Dwer
O mandato do BCE é a manutenção da estabilidade dos preços.
Quando as expectativas são de inflação, sobe as taxas directoras.
Quando as expectativas são de deflação, desce as taxas directoras.

O que é que está mal aqui? Estarei a ver mal a coisa?

MensagemEnviado: 7/12/2008 12:00
por matos_1
BCE tem de estar preparado para começar a enxugar esse dinheiro (subindo as taxas de juro) logo que surjam os primeiros sinais de que a conjuntura está a inverter. Ainda que isso lhe custe um coro de assobios e insultos, vindos de Bruxelas e das capitais europeias do costume: Paris e Roma.


Acho que o BCE, e mais concretamente o Trichet, já demonstrou que está disposta a fazer aquilo que é necessario apesar das criticas. O exemplo seria o aumento da taxa director em Julho...

MensagemEnviado: 5/12/2008 16:32
por acintra
Se o BCE tivesse cortado apenas 0,25 o Camilo Lourenço escrevia o oposto.
Neste momento a leitura deve ser apenas de assimilação de informação e não de aprendizagem, visto que anda tudo ás apalpadelas para achar fundos, crises, taxas de desemprego, falências,...
Em alturas conturbadas, como a que estamos a atravessar, muitas vezes a informação passa a ser desinformação e devenos passar um pouco ao lado.

MensagemEnviado: 5/12/2008 16:25
por Crómio
Sim, o BCE continuou a aumentar a taxa já o FED a andava a cortar à catanada.

Pouco mas bem, tem sido a política do BCE penso que este corte mais forte foi um alívio, há que se reconquistar a confiança.

Devagarinho...

MensagemEnviado: 5/12/2008 15:45
por Branc0
Depois da FED meter a taxa de referencia a 1% e um corte de 2.5% pelo BOE nas ultimas duas reuniões, em comparações relativas, o BCE está muito calmo sem se deixar ir na onda.

O BCE em pânico?

MensagemEnviado: 5/12/2008 15:03
por Açor3
Camilo Lourenço
O BCE em pânico?
camilolourenco@gmail.com

O BCE baixou as taxas de juro em 0,75 pontos. Mau sinal. Quando os banqueiros centrais transmitem a urgência que uma baixa desta magnitude representa é porque estão aflitos com alguma coisa. Grave. No caso do BCE, o receio de que uma aterragem suave da economia se transforme num "crash landing".


A descida de ontem levanta duas interrogações: valeu a pena? Quais os efeitos a médio prazo? A primeira pergunta é "não". Descer agora 0,75 pontos ou descer 0,5 pontos e 0,25 daqui a um mês tem praticamente o mesmo efeito. E ainda se evitava transmitir a ideia de que o BCE está em pânico ou (pior ainda) a ceder a pressões políticas. A ideia é dar um "shot de confiança" na veia das famílias? Se é, o risco de estar a desperdiçar um tiro (que pode fazer falta em momentos de verdadeiro pânico de famílias e empresas) é grande.

Quanto à segunda questão, ela representa o maior desafio do BCE. A inflação cai porque está todo o mundo com medo e ninguém gasta dinheiro. No dia em que a confiança regressar, o consumo dá um salto. Porque a liquidez continua no sistema. A diferença é que ninguém (bancos, empresas e famílias) a está a movimentar. Ou seja, o BCE tem de estar preparado para começar a enxugar esse dinheiro (subindo as taxas de juro) logo que surjam os primeiros sinais de que a conjuntura está a inverter. Ainda que isso lhe custe um coro de assobios e insultos, vindos de Bruxelas e das capitais europeias do costume: Paris e Roma.