Para melhor esclarecer a suposta superioridade das escolas privadas, foi finalmente feito um estudo científico sobre o assunto, com uma larga amostra de estudantes que acederam à Universidade do Porto no ano lectivo de 2008/09. O estudo para o ano lectivo seguinte será conhecido dentro de dois meses.
A conclusão pode ler-se no Público em versão impressa (ou online para assinantes). Resumo no site:
Escolas públicas preparam melhor os alunos para terem sucesso no superior
Universidade do Porto analisou os resultados de 2226 alunos que concluíram pelo menos 75% das cadeiras ao fim de três anos e concluiu que os provenientes das privadas têm piores resultados.
Lamento não poder colocar a notícia completa.
Entre outros dados, torna-se óbvio que as escolas privadas preparam melhor para os exames, mas são mal sucedidas na preparação dos alunos para o sucesso no ensino superior.
Excertos:
A secundária Garcia de Orta, uma escola pública do Porto, que naquele ano lectivo "colocou" 114 alunos em diferentes faculdades da UP, tinha, ao fim de três anos, 14 desses alunos (12%) entre os 10% melhores do ano. Já o Externato Ribadouro, também do Porto mas privado, colocou 154 alunos na UP, muitos dos quais em Medicina, mas, no fim do terceiro ano, apenas cinco integravam o grupo dos melhores (3%). A Garcia de Orta vinha colocada em 6.º no ranking das secundárias, enquanto o Externato Ribadouro beneficiava de um confortável 3.º lugar.
Em termos globais, por cada 100 estudantes provenientes das escolas públicas que concluíram pelo menos 75% das cadeiras dos três anos, havia 10,69 no grupo dos melhores. No caso das escolas privadas, esse número era de 7,98.
A utilização de notas do secundário (rankings) como meio de avaliação das capacidades dos alunos (ou do sucesso das escolas) é errada, e como tal não há forma de as utilizar para perceber se há mais qualidade no ensino privado ou público.
"Dos 340 alunos que naquele ano entraram nos dois cursos de Medicina da UP, todos com notas elevadíssimas e separadas por centésimas, havia, um ano depois, quem tirasse 20 e quem nem aos 10 conseguisse chegar. Isto torna muito claro que a nota de entrada do aluno não permite perceber qual vai ser o seu desempenho." (José Sarsfield Cabral, Pró-reitor da UP)