jvasco27 Escreveu:Marco,
Creio que já li comentários seus de que a qualidade dos políticos que temos é um reflexo da sociedade portuguesa. Não poderia estar mais de acordo. Os nossos políticos não vieram de Marte, eles representam o povo português, por muito que nos custe aceitar. Mas, numa extensão desse raciocínio, não significa isso que se melhorarmos como indivíduos e como povo isso acabará por produzir melhores políticos? Se houver mudança, ele será de baixo para cima, não o contrário.
São duas coisas distintas as qualidades do universo dos individuos e as qualidades do modelo em vigor.
Estás a misturar as duas coisas quando elas precisam de ser separadas...
Quer a prestação dos individuos em si quer o conjunto de individuos com potencial para chegar a posições de poder quer a capacidade efectiva do poder exercer (ou corresponder) à vontade popular cumprindo o preceito base dos principios democráticos difere de modelo para modelo.
A democracia não é isto e ponto final. Isto é antes um modelo de democracia e - na minha e na opinião de um número aparentemente crescente de pessoas que vai ganhando cada vez mais essa consciência - um modelo de democracia particularmente inoperacional. Pervertido!
Nós não temos de estar agarrados a este modelo democrático. Ele não é bom e existem alternativas!
jvasco27 Escreveu:Estamos efetivamente subjugados pela partidocracia. Mas não temos instrumentos para mudar isso? O voto, a manifestação, o protesto, o boicote, a revolução, servem pra quê?
O voto não muda nada. As eleições - como existem actualmente - são inclusivamente um dos instrumentos de garantia da continuidade da ditadura dos partidos. Estão formuladas de tal forma que como que o garantem. A oposição a qualquer alteração dos modelos é tremenda e os partidos, que são quem tem o poder para alterar alguma coisa, não a querem!
A solução?
Não é fácil. Não é fácil sair de um qualquer tipo de ditadura, por isso é que perduram. Em Portugal ainda por cima existe aquela coisa que é a tendência "autocolante"...
Revolução?
Bom, tem de partir de uma iniciativa localizada qualquer e é preciso que o sistema esteja já todo fraccionado. As revoluções em Portugal não costumam ser "verdadeiramente populares", o povo cola-se e adere-se em massa depois quando a coisa já está adiantada, quase garantida...
Não é o que acontece hoje em que os partidos nem mexem na constituição (obsoleta!), parece tabu!
Na verdade, nesta matéria, os partidos estão bastante coesos e o sistema não está fragilizado de todo...