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Crise
"Hedge funds" registam quedas recorde em Setembro com restrições no "short-selling"
Os "hedge funds" mundiais terminaram o mês de Setembro com perdas recorde, penalizados pelas restrições impostas nas vendas a descoberto de acções e pelo impacto da crise financeira.

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Patrícia Abreu
pabreu@mediafin.pt


Os "hedge funds" mundiais terminaram o mês de Setembro com perdas recorde, penalizados pelas restrições impostas nas vendas a descoberto de acções e pela crise financeira, de acordo com dados revelados pelo Eurekahedge Pte, citados pela Bloomberg.

O índice Eurekahedge Hedge Fund, que acompanha a evolução de 2.431 fundos que investem a nível global, caiu 4,7% em Setembro, segundo dados preliminares. Trata-se da maior desvalorização mensal destes fundos, desde que começaram a ser recolhidos dados em 2000, enquanto a queda de 7,9% do índice até Setembro, deverá ser a maior de sempre.

“A volatilidade tem sido difícil até para gestores veteranos experientes; um dia os mercados afundam-se com base em fundamentos apocalípticos e no dia seguinte sobem”, adiantou Robert Howe, um gestor de “hedge funds” questionado pela Bloomberg.

“À medida que muitos gestores liquidam (as suas posições) para esperar que acalme a tempestade, ou os clientes fazem-no por eles, o dinheiro perde-se de todas as estratégias de investimento”, acrescentou o mesmo responsável.

Além do clima de desconfiança que se abateu sobre os mercados financeiros, os “hedge funds” foram também pressionados pelas restrições por todo o mundo à prática de “short-selling”, que permite aos investidores ganhar com a queda dos títulos.

Em Setembro, estes fundos perderam 88 mil milhões de dólares em activos, o que reduziu o tamanho total da indústria para 1,8 biliões de dólares, segundo o Eurekahedge.

De acordo com os mesmos dados, entre os piores desempenhos destaca-se o investimento nos mercados europeus, que caiu 6,9%, enquanto nos mercados emergentes, os fundos “hedge funds” perderam 6,8%. Na América do Norte as quedas pautaram-se nos 5,3% e na Ásia nos 4,8%.

O mês de Setembro foi marcado pela segunda fase mais aguda da crise, com o Lehman Brothers a sucumbir à crise, enquanto as instituições de recompra de hipotecas, Fannie Mae e Freddie Mac, bem como a seguradora AIG, foram resgatadas pelo Executivo norte-americano.