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MensagemEnviado: 22/10/2008 11:11
por pedrom
Bolsa espanhola afunda 5% penalizada por situação económica na Argentina
O índice accionista de referência espanhol seguia a desvalorizar mais de 5%, pressionado pela notícia de que a Argentina poderá estar próxima do segundo colapso em uma década, com as empresas espanholas a manterem uma forte exposição à economia do país sul-americano.

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Patrícia Abreu
pabreu@mediafin.pt


O índice accionista de referência espanhol seguia a desvalorizar mais de 5%, pressionado pela notícia de que a Argentina poderá estar próxima do segundo colapso em uma década, com as empresas espanholas a manterem uma forte exposição à economia do país sul-americano.

O Ibex seguia a cair 5,04% para 9.301 pontos, a liderar as quedas das bolsas europeias, penalizado pelas descidas da Telefónica e do sector da banca. Na Europa, os índices negociavam com perdas na casa dos 2%.

A praça espanhola está sobretudo a ser pressionada pelas más notícias provenientes da Argentina, mercado onde as empresas espanholas têm forte exposição.

O governo argentino anunciou uma proposta para nacionalizar os fundos de pensões no país, no valor de 29 mil milhões de dólares, para impedir que a Argentina registe o segundo colapso numa década.

Esta medida deverá afectar também alguns bancos espanhóis, como é o caso do BBVA, que descia 5,4% para 9,46 euros. A gestora do fundo de pensões do banco espanhol está entre as companhias que o país quer nacionalizar.

Já o Santander, apesar de já não controlar nenhum fundo de pensões no país, uma vez que o vendeu ao ING no início do ano, também está a ser arrastado pelo sentimento negativo proveniente da Argentina, onde mantém presença. As acções da instituição seguiam a recuar 6,79% para os 8,65 euros.

A pressionar seguia ainda a Telefónica, a desvalorizar 7,17% para os 14,51 euros. A operadora é outra das companhias espanholas que poderá ser prejudicada por um eventual colapso da economia argentina, uma vez que conta com um operador móvel e outro fixo na Argentina.

Entre as quedas, destaque ainda para a Repsol, que estava a afundar 11,34% para os 15,87 euros. Além da situação na Argentina, a petrolífera está a ser condicionada também pelas quedas do preço do petróleo.

Argentina - Mais uma peça do xadrez a tombar?

MensagemEnviado: 21/10/2008 18:39
por pedrom
Pode nacionalizar fundos de pensões
Argentina tenta evitar segundo colapso na mesma década
A Argentina está em dificuldades. Para evitar um segundo incumprimento do serviço da dívida na mesma década, as especulações apontam para que o país está a tentar tomar medidas de urgência, mas o sentimento de mercado está muito negativo.

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Carla Pedro
cpedro@mediafin.pt


A Argentina está em dificuldades. Para evitar um segundo incumprimento do serviço da dívida na mesma década, está a tentar tomar medidas de urgência, mas o sentimento de mercado está muito negativo.

Na sessão de hoje, as obrigações registaram uma forte queda, colocando as “yields” do dólar acima de 24%, e as acções tiveram a queda mais acentuada em mais de uma década devido à especulação de que o governo vai nacionalizar fundos de pensões na tentativa de conseguir financiamento e evitar um segundo colapso na mesma década.

A presidente do país, Cristina Fernandez de Kirchner, vai apresentar ainda hoje um plano para os fundos de pensões, anunciou a Administração da Segurança Social num comunicado divulgado pela Bloomberg.

Cristina de Kirchner vai nacionalizar aquele sistema, o que dará ao governo o controlo de 29 mil milhões de dólares em contas poupança reforma, referiu o “La Nacion”, citando responsáveis governamentais sob anonimato.

A presidente da Argentina tem tentado obter dinheiro para cobrir as crescentes necessidades financeiras do país, numa altura em que a crise financeira global está levar a uma queda nos preços das “commodities” exportadas pela Argentina e a reduzir a procura de dívida daquela nação.

As necessidades de empréstimos do governo poderão ascender a 14 mil milhões de dólares no próximo ano, contra 7 mil milhões em 2007, segundo o RBC Capital Markets, citado pela Bloomberg.

“O governo está a dizer, de forma explícita, que está com problemas em cumprir as maturidades da dívida e que esta é uma medida de último recurso para o conseguir”, afirmou à Bloomberg um analista da Silver Cloud Advisors, Javier Savucci.

As “yields” sobre as obrigações governamentais de 8,28%, a vencer em 2033, aumentaram 4,35 pontos percentuais, para 24,77%, o valor mais elevado desde que o país emitiu dívida no âmbito de uma reestruturação em 2005, referiu o JPMorgan Chase & Co. O preço das obrigações caiu 7,91 cêntimos, para 29 cêntimos de dólar, ficando a apenas uns cêntimos acima do preço dos activos em incumprimento que os investidores detinham antes da renegociação de 2005.

O principal índice bolsista do país, o Merval, caiu hoje 12,7%, para um mínimo de quatro anos – sendo que a queda deste mês atinge já os 36%.

O país sul-americano não tem acesso aos mercados de capitais internacionais desde que anunciou o incumprimento de 95 mil milhões de dólares de obrigações em 2001. Os detentores de cerca de 20 mil milhões de dólares dessas obrigações rejeitaram o pagamento proposto pelo governo em 2005, de 30 cêntimos de dólar, naquela que foi a mais dura reestruturação desde a Segunda Guerra Mundial, relembra a Bloomberg.