12/10/2008 - 10h02
Londres vai lançar megapacote para resgatar bancos, diz jornal
da Efe, em Londres
O governo britânico lançará na segunda-feira a maior operação de resgate dos bancos, que prevê a injeção de 35 bilhões de libras (cerca de R$ 138 bilhões) para salvar do colapso quatro das maiores entidades do país, informou a edição deste domingo do jornal "The Sunday Times".
Segundo os planos, o governo poderia se transformar no proprietário de 70% das ações do Halifax Bank of Scotland (HBOS), o principal banco hipotecário do país, e de 50% do Royal Bank of Scotland (RBS).
Prevê-se que na segunda-feira o RBS, um dos bancos mais castigados pela crise financeira internacional ao cair seu valor da bolsa abaixo dos 12 bilhões de libras (cerca de R$ 47 bilhões) peça ao governo um financiamento de 15 bilhões de libras (cerca de R$ 59 bilhões).
O HBOS, por sua vez, estima pedir um financiamento de até 10 bilhões de libras (cerca de R$ 39,4 bilhões).
O Lloyds TSB (em processo de aquisição do Halifax Bank of Scotland) pretende pedir 7 bilhões de libras (cerca de R$ 27 bilhões) e o Barclays, 3 bilhões de libras (cerca de R$ 11,8 bilhões), de acordo com a fonte.
A escala do financiamento poderia provocar a suspensão da cotação na Bolsa de Valores de Londres para dar tempo ao mercado de absorver o impacto das medidas.
Além disso, o Lloyds TSB poderia renegociar os termos do acordo de compra do HBOS, mas, segundo as fontes citadas pelo jornal, as duas partes estariam decididas a seguir adiante com o acordo.
O plano de salvamento também pode significar que os bancos tenham que reconhecer futuras perdas por causa da exposição às hipotecas subprime e a outros instrumentos financeiros.
De acordo com o "Sunday Times", o presidente do Banco da Inglaterra, Mervyn King, disse aos bancos para pedirem mais dinheiro do que precisam, a fim de garantir que sua posição de liquidez ganhe força o suficiente para absorver eventuais abalos e para resistir a uma longa recessão.
Os quatro bancos fazem parte do grupo de sete entidades que esta semana decidiram participar do ambicioso plano de resgate avaliado em 500 bilhões de libras (cerca de R$ 1,9 trilhão), anunciado na quarta-feira (8) pelo primeiro-ministro do Reino Unido.
King insistiu na recapitalização dos bancos como condição para outros elementos do plano, que segue três linhas de atuação: nacionalização parcial dos bancos, aumento do dinheiro destinado a trocas de títulos e cédulas hipotecárias por papéis do Estado, e fundos para garantir as emissões de dívida.
Neste sábado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu que as bolsas podem cair "outros 20%". Em declarações à Sky News, o líder da oposição conservadora britânica, David Cameron, defendeu que o governo, sempre que proteger o contribuinte, "faça o necessário" para que os bancos voltem a ter liquidez, mas alertou que seu apoio não era "um cheque em branco".
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 5224.shtml