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[Açor3]

O mercado de crédito hipotecário de alto risco, o “subprime”, que está na base da actual crise financeira, já provocou perdas de quase 600 mil milhões de dólares a nível mundial. O Citigroup, Wachovia e Merrill Lynch foram, até ao momento, os mais afectados.

No total, as amortizações realizadas pela banca associadas à desvalorizações destes activos ascendem a 592,5 mil milhões de dólares (434,3 mil milhões de euros), sendo que só na Europa o “subprime” já provocou estragos de 227,5 mil milhões, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg.

As instituições asiáticas perderam 25 mil milhões, enquanto nos EUA o impacto ascende a 340 mil milhões. O Citigroup lidera o “ranking” das perdas, com o reconhecimento de imparidades no valor de 61 mil milhões de dólares, seguido do Wachovia (52,7 mil milhões) e do Merrill Lynch (52,2 mil milhões).

As perdas obrigaram os bancos a recorrer ao mercado em busca de financiamento. Já foram realizados aumentos de capital na ordem dos 442,7 mil milhões de dólares (322,5 mil milhões). No entanto, e com o agudizar da crise, os bancos poderão necessitar ainda de mais capital.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou, ontem, que os maiores bancos mundiais poderão precisar de novas injecções de capital no valor de 675 mil milhões de dólares (496,77 mil milhões de euros) para recuperar da crise de crédito. No total, o “subprime” deverá custar 1,4 biliões de dólares.

O problema, para os bancos, é que com a forte queda dos mercados accionistas, os investidores estão cada vez mais adversos a estes activos. E os mercados de crédito estão congelados, dada a falta de confiança dos bancos para emprestarem dinheiro entre si, receando o não pagamento dessa dívida dados os recentes episódios de falência no sector.

A crise liquidez levou hoje os bancos centrais a intervir. Depois de várias injecções de capital nos mercados, os banc os centrais do Canadá, da Suécia, da Suíça, do Reino Unido, a Reserva Federal dos EUA e o Banco Central Europeu (BCE) anunciaram hoje um corte de 50 pontos base nas respectivas taxas de juro. Na Zona Euro, os juros estão agora nos 3,75%.

O objectivo desta medida foi garantir algum alívio das condições monetárias a nível global. “A intensificação recente da crise financeira aumentou os riscos de contracção do crescimento económico e consequentemente diminuiu os riscos para a estabilidade de preços. Como tal é necessário aliviar as condições do mercado monetário”, de acordo com um comunicado conjunto emitido pelos seis bancos centrais.