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[Açor3]

Economia cresce 0,1% no próximo ano
FMI confirma estagnação de Portugal em 2009
A economia portuguesa não deverá conseguir crescer mais do que 0,6% este ano e não e em 2009 não escapará à estagnação, com um crescimento de apenas uma décima, revela hoje o relatório trimestral do Fundo Monetário Internacional, sobre as perspectivas para a economia mundial.

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Susana Domingos
sdomingos@mediafin.pt


A economia portuguesa não deverá conseguir crescer mais do que 0,6% este ano e não e em 2009 não escapará à estagnação, com um crescimento de apenas uma décima, revela hoje o relatório trimestral do Fundo Monetário Internacional, sobre as perspectivas para a economia mundial.

O desemprego também voltará a aumentar no próximo ano, mas o ritmo de crescimento dos preços deverá abrandar, de acordo com o FMI. Ainda ssim, Portugal escapa nas actuais previsões à recessão que atingirá já este ano a Itália e Irlanda e que se estenderá em 2009 a Espanha e Reino Unido.

É o segundo corte de estimativas anunciado pelo FMI para a economia portuguesa no espaço de apenas uma semana, incorporando agora o recrudescimento das tensões no mercado monetário nas últimas semanas e que já obrigaram os governos europeus a intervir para salvar grandes instituições financeiras europeias, como o Fortis, o alemão Hypo Real Estate ou o italiano Unicredit.

Há uma semana, no relatório anual específico para a economia portuguesa, o FMI cortou a previsão de crescimento para Portugal para este ano de 1,3%, para apenas 0,7% e revelava já que a desaceleração iria arrastar por 2009, ano em que cresceria 0,6%. Na altura fonte oficial da instituição sediada em Washington adiantou ao Negócios que as estimativas seriam alvo de um novo corte esta semana, incorporando na análise as consequências da intensificação das tensões no mercado monetário.

As novas projecções da instituição liderada por Dominique Strauss-Kahn afastam-se, desta forma, cada vez mais das do Governo que continua a estimar um crescimento de 1,5% este ano da economia portuguesa e de 2% para o próximo ano. Ainda assim, o Executivo de José Sócrates já deu indícios de que estará para breve um novo corte das suas previsões de crescimento.

Também a Comissão Europeia é, por enquanto, mais optimista sobre a evolução da economia portuguesa, embora esteja agendado para breve uma nova revisão em baixa das previsões. As estimativas de Bruxelas apontam, por enquanto, para um ritmo de crescimento do PIB de 1,3% este ano e de 1.6% no próximo.

Segundo o FMI, nesta crise internacional os canais de contágio a Portugal fazem-se sentir sobretudo por duas vias, por um lado pelo abrandamento das exportações e, por outro lado, pelo elevado défice externo português, que implica uma forte necessidade de financiamento externo, numa altura em que o acesso ao capital é mais difícil e caro.