Produção diminui e despedimentos aumentam 2008-10-07 12:02
Crise mundial arrasta sector automóvel
Estudos recentes têm mostrado que a indústria das mais avançadas economias do planeta, incluindo EUA, Europa e Japão, estão a cortar a produção. A quebra atingiu fortemente o sector automóvel que está a ser penalizado pelo congelamento dos mercados de crédito, dificultando que os consumidores obtenham empréstimos para comprar novos carros.
Rita Paz
Ainda esta semana, a Volvo Camiões anunciou que irá cortar mais de 20% da sua força laboral na Europa, cerca de 1400 trabalhadores nas fábricas da Bélgica e da Suécia. No mês passado, a Volvo Carros, cuja dona é a Ford, cortou 2000 empregos e adiantou que irá precisar demitir mais 900 no próximo ano.
Também a Ford e a Volkswagen tiveram de cortar lugares de trabalho nas suas fábricas na Bélgica.
A Opel, filial do grupo americano General Motors, vai suspender temporariamente a produção em duas das suas fábricas alemãs devido à queda da procura de veículos no mercado europeu. A empresa está ainda a estudar o fecho temporário das suas unidades de produção em Espanha e no Reino Unido.
Já a filial brasileira do construtor automóvel italiano Fiat anunciou ontem o despedimento de 1700 funcionários da sua fábrica de Belo Horizonte devido a uma quebra de produção decidida para acompanhar a procura do mercado.
Em Inglaterra, as empresas de automóveis estão a reduzir a sua produção e a introduzir semanas de três ou quatro dias de trabalho em algumas fábricas.
Nos EUA, a General Motors anunciou na sexta-feira que irá fechar a sua fábrica de veículos desportivos em Moraine, Ohio, aproximadamente no final deste ano, demitindo 1200 trabalhadores.
A queda nas vendas de automóveis ao longo do verão tem sido intensificada pelo congelamento dos mercados de crédito, dificultando que os consumidores obtenham empréstimos para comprar novos carros. As vendas afundaram em Setembro tanto nos EUA como na Europa.
Nos EUA, o número de vendas em Setembro foi ainda pior do que na Europa, afectando tanto as fabricantes japonesas como as americanas. A venda de carros e camiões pequenos caiu 27% no último mês, em comparação com o ano anterior.
A maior queda entre as três grandes empresas americanas foi na Ford, que reportou uma descida de 34%. As vendas da Chrysler caíram 33% e a GM anunciou uma quebra de 16%.
Entre as produtoras japonesas, as vendas da Toyota nos EUA caíram 32%, a Nissan Motors teve uma quebra de 37% e as vendas da Honda desceram 24%.
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