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Caldeirão da Bolsa

Bancos com menos-valias potenciais de 800 milhões

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Bancos com menos-valias potenciais de 800 milhões

por luiz22 » 7/10/2008 0:41

Crise financeira mundial 2008-10-07 00:05
Bancos com menos-valias potenciais de 800 milhões
A obrigação de reflectir as participações financeiras ao valor de mercado deverá provocar novas perdas nas contas de quase todos os bancos portugueses.

Francisco Ferreira da Silva e Maria Teixeira Alves

A queda das bolsas, nomeadamente da bolsa nacional que na sessão de ontem caiu 9,8%, está a afectar as carteiras de participações financeiras dos bancos. Porque a regra do ‘mark-to-market’ é um imposição contabilística que se tem revelado trágica para os balanços dos bancos, assim como para a sua solvabilidade. A regra do ‘mark-to-market’ exige que os investimentos em activos que sejam empresas cotadas sejam diariamente actualizados ao valor de mercado.

Esta regra tem sido apontada como um dos principais catalisadores da crise financeira que se abateu sobre os mercados internacionais e os bancos norte-americanos e europeus têm pedido insistentemente a sua suspensão. Mas os reguladores não têm cedido a esta pretensão que durante a época de alta muito empolou os lucros do bancos.

A Caixa Geral de Depósitos é a instituição mais atingida entre os quatro maiores bancos nacionais. As menos-valias potenciais, calculadas no final do dia de ontem atingiam 799,1 milhões de euros, ou seja quase 800 milhões. Os principais problemas vêm das participações, de 5,1% na EDP e de 3,3% no BCP, mas também as participações de 13,2% na Zon Multimedia, 5,8% na PT e 1,2% na Galp registam menos-valias potenciais importantes. A 30 de Junho, as perdas potenciais das mesmas participações, explicitadas na informação divulgada pela CGD, eram de 494,7 milhões de euros.

O BCP, que tem 10% do BPI, assume que desde 30 de Setembro a menos-valia potencial ronda apenas os 10 milhões de euros. Mas uma extrapolação a 30 de Junho revela que a menos valia potencial nos dois últimos trimestres rondará os 60 milhões de euros.

O BCP parece pouco afectado quando comparado com a CGD, mas é preciso não esquecer que o banco liderado por Carlos Santos Ferreira optou por passar quase todas as participações financeiras para o Fundo de Pensões (este detêm os 10% da Teixeira Duarte; os 10% da Cimpor; e a posição do Sabadell). E ainda não contabilizou nos seus fundos próprios o impacto destas desvalorizações.

O BES registou essencialmente menos-valias potenciais na EDP, empresa que ontem sofreu a maior queda nos mercados, perda essa que rondará os cerca de 31 milhões de euros. A Portugal Telecom deu ao BES uma menos-valia potencial na ordem dos 26 milhões de euros, desde Junho. Por isso, o BES que no primeiro semestre revelou mais-valias potenciais, com a ajuda da participação no Bradesco, 246,4 milhões, terá hoje reduzido essa mais-valia para perto de 160 milhões. Estes números são calculados pelo Diário Económico e não têm em conta eventuais vendas de participações.

O BPI, por sua vez , tem vendido a sua participação mais arriscada, no rival BCP. Neste momento já terá pouco mais de 1%. Estima-se que as menos-valias potenciais sejam de 60 milhões de euros, o que compara com os 91,8 milhões de imparidades por menos-valias potenciais. O BPI tem de registar ainda perdas nas vendas efectivas que tem vindo a fazer de acções BCP.


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