Partidos afinam estratégias. Conheça as apostas para as autárquicas

[Tolstoi]

Mas mesmo que o BCE baixasse as taxas será que o Sistema Financeiro assumiria essa descida?
É que neste momento existe um diferencial que para certos prazos já passou 1% de spread em relação a taxa de referencia!
Não havendo confiança entre instituições, penso que uma descida na taxa de juro não é claramente a solução para a amenizar esta crise, antes pelo contrário.

[Camisa Roxa]

O que é que ele fez tem a ver com Ayn Rand, uma defensora do padrão ouro e da liberdade individual? É que (defende a teoria) tudo o que ele fez foi propositadamente para estoirar com o sistema monetário do papel-moeda.

Ridiculo? Muito provavelmente, mas tinha a sua piada

não tinha visto a coisa por esse prisma lol

mas acho que a explicação é mais simples: como refere o texto, todo o poder corrompe e se calhar o Greenspan quando se sentou na cadeira do poder tratou de esquecer os seus ideais para proteger outros interesses...

[Branc0]

Engraçado mencionares a ligação entre Greenspan e Ayn Rand (foi através da biografia de Greenspan que conheci a obra de Ayn Rand e só por isso já valeu a pena). Digo que é engraçado porque no meio de tanta teoria de conspiração já encontrei uma que defendia que tudo o que Greenspan fez foi baseado nas ideias de Ayn Rand...

O que é que ele fez tem a ver com Ayn Rand, uma defensora do padrão ouro e da liberdade individual? É que (defende a teoria) tudo o que ele fez foi propositadamente para estoirar com o sistema monetário do papel-moeda.

Ridiculo? Muito provavelmente, mas tinha a sua piada

[Camisa Roxa]

Os portugueses pessoalizam tudo, em parte porque pertencem a uma cultura altamente personalista. Cada português passa o tempo a apontar o dedo a alguém - excepto, naturalmente, a si próprio -, um aspecto em que, no Ocidente, a cultura católica só é largamente excedida pela cultura judaica . Eu não sou excepção e se tivesse de escolher o principal responsável pela actual crise financeira não hesitaria na escolha: Alan Greenpan. Greenspan foi Presidente do Fed entre Agosto de 1987 e Janeiro de 2006, sendo sucedido no cargo pelo actual Presidente, Ben Bernanke.

Greenspan é um finíssimo economista. Nos anos 60 ele fez parte do grupo hiper-liberal de Ayn Rand ironicamente designado por The Collective. Na altura escreveu um artigo em que defendia a abolição dos bancos centrais e um sistema privado e concorrencial de emissão monetária. Anos mais tarde tornar-se-ia o Presidente do banco central mais poderoso do mundo.

Ocupou este cargo durante mais de dezoito anos, batendo o record da longevidade no lugar. Quando se reformou em 2006 foi aclamado como um herói em Wall Street e considerado o maior banqueiro central de todos os tempos. Na minha opinião, a principal razão porque Wall Street o tinha em tão alta conta é que, cada vez que a bolsa tinha uma queda mais pronunciada, Greenspan vinha em socorro dela, baixando as taxas de juro e injectando dinheiro na economia. Desde 1972 que o dinheiro vinha sendo produzido a partir do ar e o dinheiro americano, esse, a partir de ar puro.

Todo o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente, escreveu Lord Acton numa frase que se tornou célebre. E Greenspan, que tinha um diagnóstico imensamente lúcido da grande depressão de 1929-33, acabou a fazer como Presidente do Fed exactamente tudo aquilo que ele sabia que não podia fazer. Foi isso que procurei ilustrar neste post.

A crise actual começou a preparar-se em 1972 depois de, no ano anterior, os EUA terem suspendido a convertibilidade do dólar em ouro e posto fim ao sistema de Bretton Woods. À frente do Fed, especialmente nos últimos dez anos do seu mandato, Greenspan deu-lhe o combustível de que ela necessitava para chegar à situação a que chegou e, sobretudo, àquela a que vai chegar. Porque eu estou convencido que a crise não atingiu ainda sequer metade da sua total dimensão. Está mais para vir e será pior do que aquilo que já se viu e sentiu ao longo do último ano. E penso que temos aqui pelo menos para uma década.Fonte

[Camisa Roxa]

é que os que continuam a apregoar para que se baixem as taxas de juro ainda não compreenderam que a crise vai chegar ao modo de vida de todos: não foram só os banqueiros de Wall Street que andaram a viver acima das suas possibilidades, foram todos os europeus e americanos que se habituaram a ganhar 100 e a gastar 150

e isso vai acabar

os políticos têm de dizer às pessoas que têm de mudar o seu estilo de vida assente no crédito porque o crédito vai ficar mais caro e menos acessível...

[Branc0]

todas as vezes na história em que os bancos centrais induziram crescimento económico artificial através de expansão monetária e baixas taxas de juro a coisa acabou mal: são os boom & busts

Tudo verdade mas é o que os bancos centrais sabem fazer. Não se pode entregar o poder da alquimia a alguém e depois esperar que não o usem.

E sejamos sinceros, quem está no topo quer é ultrapassar isto, quando o próximo bust vier logo se verá. Um dia a casa vem abaixo mas provavelmente já não vão ser eles que têm de tomar decisões portanto está tudo bem.

As massas não sabem o que é uma taxa de juro ou como é que ela deveria ser determinada. Provavelmente pensam que sempre houve bancos centrais a ditar as taxas e que a taxa de juro não tem nada a ver com processos de mercado e procura/oferta, a unica coisa que sabem é que estão endividados até ao pescoço portanto "para baixo bom, para cima mau" ... e os politicos (como deixei aí no tópico das off-shores) não têm problemas nenhuns com isso, dão às massas exactamente o que elas pedem.

Tu sabes isso Camisa... quem sabe tem hard-assets, quem não sabe vai ao BES

[Camisa Roxa]

hum, foram as taxas de juro artificialmente baixas pelo Fed que geraram boa parte da crise do subprime

e a receita para resolver a crise é baixar de novo as taxas?

a solução para apagar a fogueira é regá-la com gasolina?????

metam na cabeça que a era de crédito fácil tinha de chegar ao fim simplesmente porque era artificial

todas as vezes na história em que os bancos centrais induziram crescimento económico artificial através de expansão monetária e baixas taxas de juro a coisa acabou mal: são os boom & busts

[Flying Turtle]

A seguir à redução dos combustiveis uma redução nas taxas de juro é urgente e necessária, a pressão da sociedade tem de começar a fazer-se ouvir

Duvido muito da eficácia desse tipo de medidas: Já por um momento te terás questionado se o facto de haver crédito demasiado fácil (demasiado barato, com insufientes garantias) não terá sido um rastilho para a actual situação?

Repara que os mandatos da FED e do BCE são distintos no que toca a promover o crescimento económico: O BCE não tem essa alínea no seu mandato e como tal a sua "única" preocupação é a estabilidade dos preços, ou seja, combater a inflação ou, pelo menos, mantê-la dentro de uma faixa de variação tida como aceitável. Não estarão os dias actuais a demonstrar que a preocupação da FED em acelerar artificialmente a economia levaram a muitos dos actuais excessos?

Eu já tendia antes, e tendo ainda mais agora, a preferir os termos do mandato do BCE. E espero que o BCE não vá atrás desses apelos cíclicos para baixar os juros e deitar ainda mais gasolina para fogueira.

Quando a economia está mal há que deixá-la curar-se ao seu próprio ritmo (e com os seus próprios custos e sacrifícios, associados aos reajustamentos necessários), e não fingir que com umas aspirinas já está tudo resolvido. Isso é varrer o lixo para debaixo do tapete...

Quanto à questão dos combustíveis, passo... pelo menos neste tópico.

FT

[charles]

A seguir à redução dos combustiveis uma redução nas taxas de juro é urgente e necessária, a pressão da sociedade tem de começar a fazer-se ouvir

(26-09-2008 - 12:34)

A Reserva Federal dos EUA, o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco de Inglaterra deveriam reduzir as respectivas taxas de juro. O UBS acredita que uma operações concertada evitaria um agravamento da crise financeira e seria benéfica para a economia mundial.

O cenário de cortes de juros concertados “é muito robusto”, de acordo com o analista do UBS, George Magnus, em declarações à Bloomberg. “Não penso que a redução dos juros será o factor que irá levar as pessoas a voltar a procurar o crédito. Mas poderá criar um ambiente [económico] mais benigno”, salientou.

Os bancos centrais mundiais têm agido para combater a crise de liquidez nos mercados financeiros, efectuando injecções praticamente numa base diária para travar a escalada das taxas interbancárias.

“Chegou a altura dos bancos centrais oferecerem algo ligeiramente diferente das injecções de liquidez dado que o enfraquecimento da economia começa a ganhar dimensão”, refere o analista. Para Magnus, um corte nas taxas de referência evitaria um agravamento do abrandamento da economia global.

“A recessão nos EUA, Reino Unido, Japão e na Zona Euro será uma realidade, de qualquer das maneiras”. “Está apenas em questão se [a recessão] poderá ser moderada através da re-estabilização do sector financeiro”, acrescentou o especialista do UBS, à Bloomberg.




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