SilverTrader Escreveu:Mas isto cabe na cabeça de alguém?! Então a contabilidade não deve reflectir a realidade!!

Isto já é demais!
Quando o efeito é positivo já não há problema...sinceramente!
A regra do “fair value” está a potenciar o efeito negativo da crise financeira, pelo que o governo e os reguladores norte-americanos devem suspender esta regra que obriga as companhias a contabilizarem nos seus balanços os activos ao valor de mercado, defende um grupo de bancos americanos.
“Estamos a sugerir que a SEC [regulador do mercado accionista norte-americano] emita uma ordem temporária que anule este efeito negativo” originado pela regra do “fair value”.
De acordo com a legislação em vigor nos Estados Unidos, e também noutros países europeus, como Portugal, as companhias tem que reflectir nas suas contas a perda de valor de um activo, mesmo que este não tenha sido alienado, ou não haja intenção de o fazer.
Foi esta regra que levou o BCP e o BPI a reflectirem nos lucros do primeiro semestre, a queda acentuada das acções dos bancos onde tinham participações cruzadas.
As principais instituições mundiais já efectuaram amortizações de activos acima de 500 mil milhões de dólares, para reflectirem nos seus balanços a perda de valor dos activos em causa, mesmo que as instituições não estimem registar estas perdas.
O “fair value tem sido “um completo desastre”, comentou à Bloomberg Edward Yinging, presidente de uma associação de bancos com sede em Washington.
Já os que defendem esta prática, explicam que o “fair value” adiciona transparência ao mercado, dando aos investidores informação mais verdadeira.
Fonte: Jornal de Negócios
http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=332224
Silver, até que ponto conheces as alterações que as NICs provocam na contabilidade das empresas? Até que ponto compreendes o conceito de justo valor aplicado aos activos das empresas ?É que o justo valor pode ser tão perverso para um lado como para o outro, e os activos da empresa não são só participações noutras empresas.
Correndo o risco de estar a falar com um especialista, aconselho-te uma vista de olhos rápida á directriz contabilística 13. Para o Fisco o Custo Histórico é fundamental para a avaliação dos activos, o que trás os valores destes para o seu custo efectivo (no momento da compra, com possíveis reavaliações etc...). Para a contabilidade o valor relevante é aquele que um bem ou serviço terá se transaccionado entre um vendedor e um comprador conhecedores do mercado em causa, numa transacção possível, mas não necessariamente realizada (ou realizável)...não sei se estas a ver a subjectividade que isto implica...
Como conceito está muito certo. O problema é a expressão "valores estimados" que é muitas vezes usada na directriz. Introduz subjectividade à contabilidade. Será isto positivo ou negativo? Bem se tu fores um expert, talvez me ajudes...eu penso que terá pontos positivos e outros negativos.
No caso em apreço, é certo que muitas das perdas contabilizadas pelas empresas com a desvalorização de participações estão exageradas pelo efeito do Bear Market e da crise financeira\de confiança que se instalou. No entanto o inverso também é possível, caso a empresa atribua contabilisticamente um justo valor excessivo a um qualquer bem do seu activo.
Enfim, eu tenho muitas dúvidas nesta matéria e o contributo dos caldeireiros para o seu esclarecimento será muito útil...como sempre.