Starbucks
Esta empresa chegou ao coraçao do nosso Portugal ha' um par de semanas mais ou menos. Se bem que não concorde muito com a localização da primeira loja, num mercado que sera' dificil de conquistar, gosto muito de os ver por ca' -- mas ir ao Allegro nao me estou a ver muito.
Adoro esta empresa, porque gera uma coisa muito simples. Cash Flow. Muito Cash Flow. E cash flow no fundo e' o que interessa, e nao os Earnings...
Acho muito mais importante os Cash Flows gerados do que os Lucros, simplesmente porque lucros nao espelham o recebimento do dinheiro e isso e' que interessa numa empresa.
Razão tinha o Rod Tidwell de Jerry Maguire: "SHOW ME THE MONEYYYY !" O cash flow mostra-nos o dinheiro.
Este cash flow e' devido a milhões, senão mesmo alguns milhares de milhão o café e' simplesmente sinónimo de Starbucks -- quem nao associa o belo café americano aqueles copos que todos vemos nos filmes ?
Poucas marcas alcançam o estatuto da Starbucks no "branding", e o efeito que esta tem no consumidor. Providenciam uma experiencia ao consumidor, de uma bebida de boa qualidade, num espaço com uma atmosfera confortavel e "chill".
Esse tem sido o plano, ate' há uns tempos em que a companhia tem se deparado com alguns problemas - SSS, ou seja same-store-sales -- uma medida de crescimento das vendas nas lojas existentes (isto porque as vendas podem aumentar e criar uma falsa ilusão, mas as vendas aumentam porque possivelmente ha' mais lojas, por isso SSS e' muito util para comparar crescimento de vendas em empresas em expansão). Estas tem estado estagnadas... e aliado ao aumento das materias primas, e ao menor poder de compra do consumidor, e temos um preço da acção pressionado.
Na minha opinião, estas medidas nao mataram a marca, longe disso. Uma acção com valor baixo derivado de panico ou reacção em demasia, e uma companhia intacta com a sua marca igual a oportunidade.
Sobretudo com o regresso do fundador e CEO Howard Schultz, que voltou a' sua empresa para dar a volta a' coisa.
O negocio da empresa, como sabemos, e' vender café de qualidiade e quaisquer tipo de bebidas associadas, vende ainda uma quantidade de produtos que adquire licença, e opera sobretudo nos EUA, mas com uma visão expansionista interncional.
A companhia tinha em Dezembro de 2007 (estou a compilar atraves de notas um pouco desactualizadas - depois faço um update com novos numeros), 15 750 lojas, onde mais de 50% eram detidas pela companhia, as restantes sao por licenças - cafés que podem usar a marca Starbucks onde esta fica com uma porçao dos lucros.
No ano transacto, a empresa estava a abrir lojas a um ritmo estonteante de 7 lojas por dia !!!
Este forte crescimento permitiu a' empresa alcançar resultados notaveis.
Vendas aumentaram a uma media de 23%/ano durante os ultimos 5 anos, com o resultado liquido a sair-se melhor com 26%/ano.
Cash flow derivado das operaçoes cresceram a 22%/ano.
Apesar da big picture ser bastante boa, os numeros nao tem sido suficientes para satisfazer os analistas de Wall Street, e obviamente seria difcil para uma acção que durante anos este avaliada com base na perfeição a racios bastante atractivos para quem as detinha e queria vender.
A media dos ultimos 5 anos e' de 40 PER
Noutros racios EV/Revenue: uma media de 3,5
EV/EBITDA - 18
Hoje transacciona a um PER de 14, EV/Revenue de 0.8 e EV/EBITDA de 5.
Os racios tem vindo a diminiur e' certo mas se olharmos para os n umeros de Revenue, Lucros, Cash Flow e FREE CASH FLOW, e com especial atençao para os Cash Flow oriundos das operaçoes.
2003 - 616 M
2007 - 1313 M
Mais do que duplicou, esta medida de gerar dinheiro, mostra que a metrica mais usada pelo mercado - PER - subavalia a capacidade que a empresa tem de gerar dinheiro e lucro potencial.
E' no fundo uma Cash Cow.
Quando as acçoes, corrigem de expectativas de alto crescimento, e' dolorosa a queda a que se assiste.
A má economia americana, obviamente diexa os investidores nervosos, sobretudo numa empresa, que vende café no range dos 3$.
Um abrandamento das vendas combinado com um ritmo desenfreado de abertura de novas lojas e aumento dos custos das vendas, contribuiram bastante para que as margens operacionais caissem por 2,9%.
O velho "motto" de abrir lojas desenfreadamente, onde praticamente abriam lojas umas a' frente das outras nao dava resultado. Muitas vezes o que acontecia, era que novas lojas "roubavam" clientes as lojas mais antigas, fazendo com que o racio SSS estagnasse.
A antiga equipa de gestao tambem dava demasiada importancia àquilo que o mercado pensava, coisa que o retornado CEO acabou... Alias num dos 10K o topico nº1 de risco era e cito : "Failing to meet market expectations for Starbucks financial performance could cause the market price of Starbucks stock to drop rapidly and sharply".
Obviamente era um risco, e o comprotamento da acçao prova-o, mas penso que po-lo como principal prioridade e' claramente um sintoma que a gestão se deixava influenciar pelo mercado, e talvez nao o que era melhor para a empresa.
O novo CEO reconheceu isso, e deixou inclusive de dar guidances aos analistas e esta' a trabalhar em concentrar novamente a marca no cliente. Como ele disse numa das conferencias de imprensa "... the decisions that we've made in the past, good or bad or indifferent, in many ways have been tied to the relationship that our managers and the leaders of the company have had to driving comps. It hasn't always been the right decision, most importantly for the customer. What we want to do, once and for all, is put the customer in the middle of every meeting that we are in and make decisions that are based on what's best for the customer experience."
Back to bascis, e agrada-me a visão do homem.
Ainda ha' que salientar que um ano mau na Starbucks era o desejo de talvez muita empresa, ora vejamos:
ROE 14.0% 17.1% 21.7% 26.9% 29.8%
ROIC 9.6% 10.9% 11.6% 11.7% 11.3%
Continua a ter um optimo ROE, e o ROIC apesar de ter descido 40 pontos base, nada de alarmante especialmente para um companhia quase sem divida.
Se isto e' mau para a Starbucks, quando vierem melhor tempos nem quero pensar como sera'.
Sobretudo com a entrada do novo CEO, que das primeiras medidas que fez foi logo fechar com 700 lojas que andavam com perfomance abaixo do expectavel. Não so' cortará imenso o CAPEX, como a empresa pode focar-se em ganhar novamente o cliente.
Ainda, existe um mercado fora dos EUA pela Europa fora, China, etc que poderão albergar muitas Starbucks, onde de facto, estas areas do mapa têm vindo a demonstrar altas taxas de crescimento para a empresa, e sera' um boa aposta a continuar a solidificar-se nesses mercados.
Valroizaçao da empresa:
A equipa de gestão, anunciou esperar um crecimento nos 13-14% para os proximos 5 anos, isto no range mais baixo.
Eu acredito que a empresa ocnsiga gerar mais ate' fruto do encerramento das 700 lojas, e libertar imenso Cash Flow do CAPEX dessas 700 lojas. Mesmo snedo conservador e aplicar um crescimento de 8% ao ano, e com um PE moderado de 15 (onde tradicionalmente será mais - podemos ir a 20) dá-nos uma possivel valorizaçao das acçoes a 15% ao ano. Entre recompras de acçoes e melhor alocação do capital acredito que ate consiga mais que 15% de crescimento de EPS, mas tomo como margem de segurança apenas os 8%. Esses mesmo 8% dão-nos uma bela valorizaçao de 15% ao ano, o que vier a mais e' bonus
Um abraço e esperem um update desta para breve visto andar a ler os ultimos reports...[/u]