CALDEIRÃO DE BOLSA

Ulisses ví o teu artigo e confesso que fiquei emocionado, eu que tenho que ser frio e lidar com a morte no dia a dia da minha profissão, depois lembrei-me do slogan de uma revista que tenho em cima da secretária que diz mais ou menos isto: "Celebrar a VIDA, encontrar a felicidade nos pequenos nadas que são a alegria imensa de sermos nós com os nossos"

Um abraço, Ulisses, bela lição de amizade...

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.

Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, pois permite que o objecto dela se divida em outros afectos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.

Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crónica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.

E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.

Se todos eles morrerem, eu desabo!

Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.

E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.

Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo,
vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.


(Vinícius de Moraes)


Apesar de não ser da minha autoria, gostava de do dedicar a todos os "amigos" aqui da tribo e, nesta data fatídica, ao Ulisses em particular.

OBRIGADO Ulisses

O mal que foi feito nesse dia é incomensurável

Já passo por aqui há uns tempos, mas registei-me agora deixar um abraço ao ulisses, pessoa que muito respeito, que muito nos tem ensinado...

e que lembra que há muito mais na vida que bolsa, e que são esses os verdadeiros valores na vida de cada um de nós...

Um abraço

duplicado.

Sem comentários...



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Ulisses,

O texto está muito exclente, sem duvida dos melhores textos que já li sobre o 11 Setembro, é realmente comovente, e se nos colocarmos no lugar das pessoas que perderam amigos, familiares nesses terriveis ataques ainda mais intenso se torna o nosso sentimento, obrigado por partilhares, principalmente a membros novos nesta grandiosa comunidade como sou eu.

Um abraço sentido e continua a recordar o teu amigo nesta data porque a amizade nunca merece ser esquecida

Excelente texto Ulisses! Quero aproveitar para sublinhar uma coisa que disseste e que considero muito importante, e devemos todos lembrar-nos disso, o dinheiro nao e tudo! Ha muito mais alem da bolsa e do dinheiro ganho ou perdido!

Cumprimentos e um bem haja a todos os elementos desta excelente comunidade!

Abraço e BN!

Ulisses,

Muito Obrigado espero que nunca ninguém esqueça as pessoas do 11 de Setembro a vida é a coisa mais importante que temos.

Um Grande Abraço

Nunca esquecerei o dia 11 de Setembro, porque pude acompanhar todos os acontecimentos em directo pela televisão.

Fui uma enorme tragédia que aconteceu e recordo-me da confusão gerada quer junto às 2 torres, quer com os outros 2 aviões e o "desaparecimento" do presidente americano.

Mesmo cá em Portugal senti-me perdido e angustiado com o que estava a acontecer apesar de não ter familia ou amigos nos EUA, sentimento geral no mundo inteiro. Aquele dia foi um sufoco!

Acho que aqueles que perderam pessoas próximas a sensação deve ser de perda terrível e uma incapacidade para perceber os motivos e as razões desta brutalidade.

Um abraço para todos e, em especial para o Ulisses, neste dia de triste memória.

Caro Ulisses

Na altura que se deu os atentados, eu ainda não conhecia o Caldeirão, e devo dizer que foi logo um tempo depois que comecei a "descobrir" e acompanhar este mundo da bolsa.

Fica aqui naturalmente os meus sentimentos para com todas as vitímas do 11/9/2001.

Ulisses,

Obrigado por partilhares o artigo. Não conhecia.

É realmente uma situação muito peculiar que nos deixa a pensar, a pensar, a pensar...

Um abraço
Jiboia

Um dos artigos teus que mais gostei de ler... e escreves muitos excepcionais!!!!!

Realmente é bom não nunca esquecermos que há muitas coisas muito mais importantes que a bolsa, há coisa "que não têm preço", esta expressão usou-a há pouco tempo um amigo meu e na altura tocou-me bastante...

Um grande abraço

artista

Lembro-me perfeitamente deste artigo. Como se fosse ontem.

Obrigado pela partilha dos sentimentos, que a todos emociona.
A existência de pessoas como tu, dá esperança à humanidade.

José

A perda de uma vida, seja nos EUA, seja nos Iraques e afins é sempre de lamentar. Mas quando essa perda se dá tão perto de nós, ainda que do outro lado do mundo, entendemos o significado da vida humana.

A violência gera violência, a morte arrasta a morte.

Que o ser humano aprenda a respeitar o próximo, que o ser humano aprenda a entender que a religião e/ou a riqueza não são motivos válidos para matar ninguém. Porque a vida não tem preço, mas tem sempre um significado para alguém.

E a vida do Bill tinha significado para ti Ulisses. E onde quer que ele esteja, isso o manterá feliz.


Um abraço de conforto para uma situação que nunca se pode confortar.

É um registo pessoal muito intenso e comovente. Acho que devia ser dado a conhecer ao mundo e não somente ao Caldeirão.
Força Ulisses, um grande abraço

Comovi-me ao ler este texto, não sei se o já tinha lido o ano passado(?), mas às vezes penso que apesar de não conhecer pessoalmente muitos dos que por aqui andam, tenho laços "virtuais" que me deixam preocupado quando por exemplo desaparecem por uns tempos...

Identifico esse sentimento, aliás, o texto está muito bom porque o leitor consegue identificar em si o sentimento que o Ulisses transmite.

Muito bom, dá que pensar...

Um Grande Abraço Ulisses

De facto esta data fica na história moderna como um dos grandes maus exemplos do que o ser humano é capaz de fazer!
Ulisses, obrigado por partilhares esta tua sensibilidade.

Código: Selecionar todos

“Alguém no cimo do mundo, no topo da sua carreira, de um momento para o outro perde a vida. Se hoje perdeu muito dinheiro nos mercados, lembre-se das coisas que o fazem feliz. Lembre-se daqueles que são verdadeiramente importantes para si. Há coisas na vida que não têm preço. Há dias em que falar de bolsa devia ser proibido. “

Sem duvida um texto fantástico e que nos deixa a pensar mais na vida.
Aproveito para dizer e alguns sabem porque me apoiaram, o não conhecer alguem, mas comunicar através do caldeirão, aumentou a minha familia.

Em raras excepções , as palavras , tem por vezes o poder descritivo, que as imagens não podem nunca revelar .

E ganham especia força quando revelam "estados de alma" .

Não tinha lido este artigo , mas gostei bastante .Dá que pensar ...


Um abraço ,

The Mechanic

Ulisses,

Acho que é um bom momento para reflectir sobre valores.

Porque o dinheiro às vezes representa bem mais do que aquilo que merece.

Um abraço solidário...porque a perda de um amigo é sempre a perda de algo de nós.

Grande abraço

obrigado pela oportunidade de ler esta vivência humana.

Um abraço Ulisses