Caldeirão da Bolsa

FMI alerta para circunstâncias “difíceis” da economia global

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por limpaesgotos » 10/9/2008 9:24

http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?ar ... l=26&rss=0

Previsões: Economistas contrariam optimismo do FMI e dizem que dificuldades vão continuar em 2009

Lisboa, 09 Set (Lusa) - As dificuldades de crescimento económico na Europa vão prolongar-se em 2009, dizem economistas ouvidos pela agência Lusa, contrariando a nota de optimismo deixada terça-feira pelo Fundo Monetário Internacional.

O comissário europeu para os Assuntos Económicos, Joaquin Almunia, vai apresentar hoje as estimativas económicas intercalares, revendo em baixa as perspectivas de crescimento do PIB das principais economias da Zona Euro, e em alta as previsões para a inflação.

O número dois do FMI, John Lipsky, considerou terça-feira que a economia mundial vai continuar a abrandar no segundo semestre deste ano mas vai acelerar progressivamente em 2009. Na Zona Euro, sublinhou o vice-director-geral do FMI, o crescimento da economia deverá manter-se nos 0,75 por cento no quarto trimestre deste ano, passando depois para 1,50 por cento no último trimestre de 2009.

Contactado pela Lusa, o economista Eduardo Catroga não teve dúvidas em afirmar que "o 2009 vai ser pior que o 2008" no toca à economia europeia. "Todo o impacto das restrições financeiras da economia europeia vai-se sentir na economia real com a maior intensidade em 2009", disse o antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva.

"Quer se queira quer não ainda não houve um ´decoupling` das principais economias internacionais face à economia norte-americana. A economia norte-americana primeiro tem de reagir para depois, passados seis ou nove meses, se verificar essa reacção da economia europeia e de outras economias", previu Eduardo Catroga.

Uma possível nota positiva para os mercados, considerou Eduardo Catroga, é o facto de o governo norte-americano ter assumido o controlo estatal dos fundos hipotecários Fannie Mae e Freddie Mac, que representam metade das hipotecas daquele país.

"Se a economia norte-americana até ao final do ano começar a reagir - e penso que esta `nacionalização forçada` acaba por ter um impacto positivo na confiança dos mercados - os americanos acabarão por sair mais depressa do que os europeus desta situação", frisou.

"Portanto a economia europeia só irá reagir passado seis a nove meses de uma retoma mais sustentada da economia norte-americana, que ainda não é certa pois podem aparecer surpresas negativas do lado da banca americana", acrescentou.

O também ex-ministro das Finanças, Braga de Macedo, desvalorizou as previsões do FMI, considerando que actualmente "há muito nervosismo nos mercados, o que leva a que haja movimento que depois se revertem imediatamente". "Não sei se [a previsão do FMI] tem relevância de fundo acerca da evolução das economias, que estão claramente numa perspectiva recessiva", afirmou.

Nesse sentido, o economista enalteceu o facto de o ministro das Finanças espanhol, Pedro Solbes, ter admitido terça-feira que "existe um risco de recessão em Espanha" e que Madrid está preocupada com a situação.

Apesar de salientar os efeitos que uma recessão em Espanha, um dos maiores clientes da exportação portuguesa, pode ter na economia nacional, Braga de Macedo salientou a "atitude de grande coragem" do ministro espanhol pois revelou que tem consciência de que uma recessão "não é o fim do mundo" e que é nesse contexto "que se prepara a retoma".

Um exemplo, diz, que Portugal devia seguir.

De acordo com Braga de Macedo, "a economia portuguesa não pode evitar a crise" mas pode aproveitá-la para preparar a retoma, adoptando a atitude de "não abrandar as reformas que tenham efeito a médio e longo prazo", sobretudo o reforço da política económica externa, procurando novos mercados.

Já o economista e ex-líder parlamentar do PCP Octávio Teixeira considerou que "esta crise económica mundial se vai prolongar por vários anos". "A ideia do FMI de que em 2009 a economia mundial vai recuperar não é nova. Há estudos que apontam para uma ligeira recuperação económica em 2009 e o ponto alto da crise em 2010 e 2011", disse Octávio Teixeira.

O economista acredita que esses estudos "têm fundamento, não só em termos comparativos com o que se passou com crises anteriores, nomeadamente a de 1997, mas também devido à desacelaração do crescimento dos países BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China)".

"Actualmente, os BRIC - embora em desaceleração - ainda têm taxas de crescimento muito acentuadas e a perspectiva é uma continuação da desaceleração da taxa de crescimento", afirmou.

"Agora é a taxa de crescimento dos BRIC que tem vindo a aguentar a evolução económica a nível mundial, e por conseguinte também a europeia. Quando eles atingirem a fase de maior desaceleração (no período 2010-2011), todo o mundo, incluindo a Europa, vai sentir um efeito de refluxo".

NVI

Lusa/Fim
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FMI alerta para circunstâncias “difíceis” da economia global

por limpaesgotos » 9/9/2008 17:39

http://ww1.rtp.pt/noticias/?article=362 ... =26&tema=4

FMI alerta para circunstâncias “difíceis” da economia global

A economia global está confrontada com o “mais difícil conjunto de circunstâncias” dos últimos anos, salientou esta terça-feira o primeiro director-geral adjunto do Fundo Monetário Internacional (FMI), John Lipsky. A instituição estima que o crescimento mundial continue a abrandar na segunda metade de 2008.


Segundo as estimativas do FMI, o crescimento da economia mundial deverá abrandar para os 3 por cento “no final de 2008” e ascender aos 4 por cento “durante 2009”.

As últimas previsões da instituição, apresentadas em meados de Julho, apontavam para um crescimento global de 4,1 por cento em 2008 e de 3,9 por cento em 2009.

O Fundo Monetário Internacional remete para Outubro a divulgação de estimativas mais concretas, mas alerta desde já que a recuperação prevista para 2009 pode ser condicionada por pressões contínuas do sector financeiro, a somar aos preços voláteis das matérias-primas.

“Com as pressões financeiras prolongadas e aumentos dramáticos nos preços das matérias-primas em pano de fundo, a economia global está confrontada com o mais difícil conjunto de circunstâncias em muitos anos”, sublinhou o director-geral adjunto do FMI durante uma conferência em Frankfurt.

A recuperação da actividade económica em 2009 deverá ser impulsionada, segundo John Lipsky, por um alívio dos efeitos da recente escalada dos preços do petróleo (50 por cento em 2008) e pelos primeiros sinais de retoma no sector imobiliário dos Estados Unidos.

Zona Euro

Para os países da moeda única europeia, o FMI estima que o crescimento económico ronde os 0,75 por cento no quarto trimestre deste ano. Nos últimos três meses de 2009, deverá fixar-se em 1,5 por cento.

Presente na mesma conferência, o comissário europeu para os Assuntos Económicos e Monetários, Joaquín Almunia, advertiu que as novas estimativas de crescimento para a União Europeia, a publicar na quarta-feira, vão reflectir o actual quadro de abrandamento.

A actividade económica na Zona Euro, afirmou Almunia, “contraiu-se 0,2 por cento no segundo trimestre e, face às últimas previsões publicadas pela OCDE e pelo BCE, as perspectivas para o segundo semestre de 2008 e início de 2009 não são muito boas”.

“Amanhã apresentarei as nossas previsões actualizadas para este ano e infelizmente não espero transmitir uma mensagem diferente”, acrescentou o membro do Executivo comunitário.

O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, adiantou recentemente que a estimativa de Bruxelas deverá situar-se entre 1 e 1,3 por cento para 2008, contra a previsão de 1,8 por cento avançada em Abril.

Estados Unidos

As estimativas do FMI para a economia norte-americana antevêem uma quebra do crescimento para 1 por cento no quarto trimestre em termos anuais.

No quarto trimestre de 2009, o crescimento económico dos Estados Unidos deverá recuperar para 1,5 por cento.

No que diz respeito às economias emergentes, John Lipsky afirmou esperar que sejam “igualmente afectadas”.

O crescimento económico dos países emergentes deverá cair de “mais de 8 por cento”, valor do quarto trimestre de 2007, para “pouco mais de 6 por cento” no quarto trimestre de 2008 e “mais de 7 por cento” no quarto trimestre de 2009.

Inflação

Apesar de antever que os preços das matérias-primas permaneçam elevados em termos reais, o FMI espera também que o efeito combinado do abrandamento do crescimento económico e da quebra dos preços do petróleo ajude a conter as pressões inflacionistas nas economias mais avançadas.

Já quanto aos mercados emergentes, o primeiro director-geral adjunto do FMI alertou que as políticas monetárias de alguns bancos centrais poderão estar desfasadas face à amplitude das pressões inflacionistas.
Carlos Santos Neves, RTP
2008-09-09 14:47:04
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