
Fernando Sobral
Fannie, Freddie e o carteiro
fsobral@mediafin.pt
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O grande segredo da América sempre foi saber como se cria dinheiro.
Como escreveu Ayn Rand, naquele que foi o livro de cabeceira do
neoliberalismo, que se tornou a ideologia hegemónica dos últimos 30
anos, "Atlas Shrugged": "Se me perguntassem qual a maior distinção que
é possível fazer dos americanos, eu escolheria porque ela implica
todas as outras o facto de eles terem sido o povo que criou a frase
'to make money'".
George W. Bush acaba de enterrar oficialmente a doutrina legada ao
mundo por Reagan e Thatcher. É o fim anunciado da economia de mercado
na sua versão global. E é o adeus ao consenso que uniu a esquerda e a
direita sobre o primado dos mercados na sociedade. A "nacionalização"
da Fannie Mae e da Freddie Mac, serviu para tentar minimizar o
possível afundamento do sistema, como se fosse o Titanic financeiro
global. Nos últimos anos, os dólares que têm servido aos americanos
para comprar petróleo e produtos de consumo, têm retornado aos EUA,
para serem aplicados nos títulos do Tesouro, e também em instituições
como a Fannie e a Freddie. Com a crise destas, os grandes
financiadores da economia americana, os bancos chineses e os fundos do
Golfo Pérsico, arriscavam-se a perder milhões e, sobretudo, confiança.
O regresso do Estado à economia é a forma de terapia capaz de aliviar
as dores do sistema. Mas acaba por liquidar a liderança ideológica dos
mercados. Os americanos aprenderam a fazer dinheiro. E souberam, como
poucos, gastá-lo. O carteiro chegou agora, com a conta.
Fannie, Freddie e o carteiro
fsobral@mediafin.pt
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O grande segredo da América sempre foi saber como se cria dinheiro.
Como escreveu Ayn Rand, naquele que foi o livro de cabeceira do
neoliberalismo, que se tornou a ideologia hegemónica dos últimos 30
anos, "Atlas Shrugged": "Se me perguntassem qual a maior distinção que
é possível fazer dos americanos, eu escolheria porque ela implica
todas as outras o facto de eles terem sido o povo que criou a frase
'to make money'".
George W. Bush acaba de enterrar oficialmente a doutrina legada ao
mundo por Reagan e Thatcher. É o fim anunciado da economia de mercado
na sua versão global. E é o adeus ao consenso que uniu a esquerda e a
direita sobre o primado dos mercados na sociedade. A "nacionalização"
da Fannie Mae e da Freddie Mac, serviu para tentar minimizar o
possível afundamento do sistema, como se fosse o Titanic financeiro
global. Nos últimos anos, os dólares que têm servido aos americanos
para comprar petróleo e produtos de consumo, têm retornado aos EUA,
para serem aplicados nos títulos do Tesouro, e também em instituições
como a Fannie e a Freddie. Com a crise destas, os grandes
financiadores da economia americana, os bancos chineses e os fundos do
Golfo Pérsico, arriscavam-se a perder milhões e, sobretudo, confiança.
O regresso do Estado à economia é a forma de terapia capaz de aliviar
as dores do sistema. Mas acaba por liquidar a liderança ideológica dos
mercados. Os americanos aprenderam a fazer dinheiro. E souberam, como
poucos, gastá-lo. O carteiro chegou agora, com a conta.