Apesar das quebras em Julho e Agosto
Hotelaria portuguesa ainda soma mais hóspedes,
dormidas e proveitos que em 2007 (Actualiza)
Presstur 13-10-2008 (21h09)
A hotelaria portuguesa chegou ao final de Agosto com +3,1% de hóspedes, +0,2% de dormidas e +3,5% de proveitos que nos primeiros oito meses de 2007, tendo como única variação negativa a redução da receita por quarto disponível (RevPAR) em 1,2%.
Os dados provisórios do INE indicam que o número de dormidas na hotelaria portuguesa no período de Janeiro a Agosto está em 27,743 milhões, mais cerca de 52 mil que no ano passado, face a um aumento das entradas de hóspedes em 282 mil, para 9,325 milhões.
Neste período, à excepção dos Alentejo, que tem uma queda do número de hóspedes, em 0,4% (menos dois mil), para 453 mil, todas as outras regiões têm crescimento do número de clientes, com Lisboa (+97 mil ou mais 3,8%, para 2,618 milhões), Centro (+79 mil ou mais 5,8%, para 1,447 milhões), Norte (+50 mil ou mais 3,2%, para 1,613 milhões) e Madeira (+48 mil ou mais 6,2%, para 823 mil) a terem as evoluções mais fortes.
Já em número de dormidas, pelo impacto da evolução da estada média, o balanço da hotelaria portuguesa é ainda positivo, mas menos acentuadamente, e com a Madeira e o Algarve a protagonizar os dois extremos.
A hotelaria da Madeira está com mais 229 mil dormidas (+5,5%, para 4,372 milhões), enquanto o Algarve tem uma queda em 278 mil (-2,6%, para 10,46 milhões).
O balanço tende para o lado positivo porque à Madeira se juntam os crescimentos no Norte (+62 mil ou +2,2%, para 2,877 milhões), no Centro (+55 mil ou +2,1%, para 2,627 milhões) e em Lisboa (+26 mil ou +0,4%, para 5,837 milhões), enquanto as outras quedas foram de 36 mil pernoitas (-4,2%, para 823 mil) nos Açores e seis mil (-0,8%, para 748 mil) no Alentejo.
O factor de desequilíbrio foi a estada média, que a nível internacional está em queda, à qual a hotelaria portuguesa não escapa, com uma queda média nestes oito meses em 2,8%, para 2,98 noites.
O Alentejo é a região neste período com a menor queda do tempo médio de permanência dos clientes (-0,4%, para 1,65 noites), seguida da Madeira (-0,6%, para 5,31 noites) e Norte (-1%, para 1,78 noites).
As quedas mais acentuadas são nos Açores (-5,7%, para 31,7 noites), Centro (-3,4%, para 1,82 noites), Lisboa (-3,3%, para 2,23 noites), Algarve (-2,8%, para 4,96 noites) e, por fim, Norte (-1%, para 1,78 noites).
Estas evoluções estão muito associadas ao peso que em cada uma das regiões têm os mercados doméstico e internacional, já que o primeiro tem uma redução da estada média em 1,1%, para 2,1 noites, e o segundo baixa 3%, para 3,74 noites.
Os dados do INE mostram que nestes oito meses melhor do que as entradas de clientes e dormidas realizadas foi a evolução ao nível dos proveitos totais, que apesar da queda no mês tradicionalmente mais forte do ano (Agosto) ainda têm nos oito meses um aumento médio da facturação em 3,5%, o que equivale a +46,5 milhões de euros, para 1.366,8 milhões.
Para este resultado contribuiu fortemente a Madeira, com +10% ou –19,07 milhões de euros, para 209,19 milhões, mas também estão em alta dos proveitos da hotelaria do Centro (+6,4% ou mais +7,6 milhões, para 126,8 milhões), Norte (+4,6% ou +6,2 milhões, para 141,76 milhões), Lisboa (+3,7% ou +13,49 milhões, para 382,68 milhões) e Algarve (+0,4% ou mais 1,7 milhões, para 428,4 milhões).
As quedas restringem-se, assim, aos Alentejo (-2,9% ou -1,14 milhões, para 38,9 milhões) e Açores (-1% ou –0,4 milhões, para 39,05 milhões).
A marcar estas evoluções dos proveitos totais esteve o comportamento dos proveitos de aposento (resultante dos preços médios das diárias), que sobem em média mais fortemente que os proveitos totais, tendo um aumento de 4% ou 36,18 milhões, para 932,6 milhões.
A Madeira volta a liderar, com um aumentos dos proveitos de aposento em 11,2% ou 13,12 milhões, para 130,07 milhões, seguida do Centro (+6,7% ou +4,9 milhões, para 78,2 milhões), Norte (+6,2% ou +5,6 milhões, para 95,89 milhões), Lisboa (+4,1% ou +10,77 milhões, para 271,19 milhões) e Algarve (+0,8% ou mais 2,26 milhões, para 303,77 milhões).
Alentejo e Açores tiveram quedas do mesmo nível, em 0,9%, respectivamente para 25,69 milhões (-0,23 milhões) e para 27,77 milhões (-0,26 milhões).
O menor crescimento dos proveitos totais decorre, pois, de uma evolução dos outros proveitos (alimentação e bebidas, lavandarias, comunicações, etc.) abaixo dos proveitos de aposento.
O crescimento médio foi de 2,4% (-10,33 milhões, para 434,2 milhões), com as subidas a acontecerem na Madeira (+8,1% ou +5,94 milhões, para 79,1 milhões), Centro (+5,9% ou +2,7 milhões, para 48,59 milhões), Lisboa (+2,5% ou +2,7 milhões, para 111,48 milhões) e Norte (+1,3% ou +0,58 milhões, para 45,87 milhões).
Em baixa estiveram Alentejo (-6,4% ou –0,9 milhões, para 13,2 milhões), Açores (-1,2% ou –0,14 milhões, para 11,28 milhões) e Algarve (-0,4% ou –0,56 milhões, para 124,6 milhões).
Estes resultados, associados à evolução da frequência em número de hóspedes e dormidas, mostram que nos oito meses desde o início do ano a hotelaria portuguesa tem uma subida em 0,4% dos proveitos por cada cliente, para 146,58 euros, por um aumento em 0,9%, para 100,01 euros, do valor da componente aposento, que foi parcialmente anulado pela queda dos outros proveitos, em 0,7%, para 46,88 euros.
Em relação aos proveitos por dormida (mais dependente do preço médio do que os proveitos por hóspede, mais associados à estada média), os dados disponíveis indicam uma subida de 3,3%, para 49,27 euros, com um aumento em 3,8% na componente de aposentos, para 33,62 euros, e uma subida em 2,2% nos outros serviços, para 15,31 euros.
A Madeira é a região com a maior facturação por hóspede, com 254,18 euros, e também a que mais subiu em relação aos primeiros oito meses de 2007, com +3,6%.
Além da Madeira verificam-se subidas das receitas por hóspede no Norte (+1,3%, para 87,89 euros), Centro (+0,6%, para 87,64 euros) e Algarve (+0,2%, para 203,04 euros).
Em queda está a evolução dos proveitos por hóspede nos Açores (-2,6% para 150,20 euros), Alentejo (-2,4%, para 85,95 euros) e Lisboa (-0,2%, para 146,17 euros).
Em relação aos proveitos totais por dormida, a Madeira tem também a maior subida (+4,3% para 47,85 euros), mas seguida de muito próximo pelo Centro (+4,2% para 48,27).
Em subida estão também Açores (+3,3%, para 47,45 euros), Lisboa (+3,2%, para 65,56 euros), Algarve (+3,1%, para 40,96 euros) e Norte (+2,3%, para 49,28 euros), havendo assim apenas a registar a queda no Alentejo, em 2,1%, para 52,05 euros.
No caso dos proveitos de aposento por dormida, a Madeira tem uma subida de 5,4%, para 29,75 euros (valor mais baixo entre todas as regiões), seguida do Centro (+4,5%, para 29,78 euros), Norte (+3,9%, para 33,33 euros), Lisboa (+3,7%, para 46,46 euros), Algarve (+3,4%, para 29,04) e Açores (+3,4%, para 33,74), enquanto o Alentejo tem praticamente uma estagnação (-0,1%, para 34,35 euros).
Para este período de oito meses o INE indica que a RevPAR da hotelaria portuguesa tem uma queda de 1,2%, para 32,2 euros, o que atendendo ao crescimento das dormidas e, sobretudo à evolução da receita média por dormida, aponta para que seja provocada por uma descida da taxa de ocupação quarto, que o Instituto não divulga.
Fonte:
http://www.presstur.com/site/news.asp?news=17180