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MensagemEnviado: 7/9/2008 10:52
por silvaxico
Se calhar nunca foi intenção da empresa vir para cá...

A mudança do projecto da fábrica de aviões Skylander de Évora para a região francesa de Lorraine não surpreendeu o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP). Basílio Horta referiu ontem ao CM que os investidores – o grupo francês GECI Internacional – não entregou qualquer candidatura ao Governo português desde a apresentação do projecto, em 2003.



"Não cumpriram com os requisitos mínimos. Nunca apresentaram os estudos de viabilidade económica e de estrutura financeira. Há seis meses contactaram o professor Augusto Mateus e chegaram a reunir em Julho com um grupo financeiro, mas depois não houve mais contactos", acrescentou o presidente da AICEP, que aproveitou para tranquilizar a população alentejana sobre o outro projecto da indústria aeronáutica previsto para Évora, da empresa brasileira Embraer, que prevê criar mais de 500 postos de trabalho.

"É um projecto sólido e consistente, cujo investimento já foi formalizado entre os governos português e brasileiro. Posso garantir que da parte do Governo, como da Câmara de Évora, não houve um minuto de atraso na burocracia com ambos os projectos", sublinhou.

O volte-face da GECI surpreendeu, no entanto, o autarca de Évora. O município exigiu ontem à empresa um esclarecimento público sobre as razões que motivaram a "súbita mudança de orientação".

"Acho estranho o silêncio da empresa. No mês passado, numa reunião com os investidores, tudo indicava que em breve prazo o projecto seria concretizado", referiu José Ernesto de Oliveira.

A mudança do projecto Skylander para a região francesa de Lorraine surgiu após uma reunião entre Serge Bitboul, da GECI, com o ministro francês da Energia, Desenvolvimento e Administração do Território, Jean-Louis Borloo, na qual terão sido propostas melhores condições para a instalação da fábrica e uma nova calendarização para a concretização do projecto.

www.correiomanha.pt

MensagemEnviado: 6/9/2008 17:55
por Algarvio__
Meus Srs,

Convençam-se que este Governo não está preocupado com o país nem com os potenciais projectos de investimento que nos podiam tirar da cepa torta.

Está mais preocupado em aparecer na fotografia. Estes 3 anos têm sido apenas uma gestão da imagem, sem conteúdo, sem uma estratégia enriquecedora que trouxesse mais-valias para o país, no sentido de terem sido criados projectos estruturantes, através dos quais o país pudesse criar riqueza em anos vindouros.
Falo no passado, porque se não o fez até agora, não será certamente em ano de eleições que o vai fazer.

A partir daqui estará mais preocupado em entregar computadores às criancinhas e apresentar projectos muito bonitos, mas apenas virtuais.

Espero estar enganado, mas outro projecto que iremos perder em breve será a sede da A1GP, pois existe forte concorrencia de outros países (incluíndo Quatar) e o nosso governo não se chega à frente com incentivos fiscais para eles para cá virem. Não tenhamos ilusões que esta é a unica maneira de atrairmos investimento estrangeiro, num mundo cada vez mais competitivo.
Ninguem vem para cá pelos nossos lindos olhos.

É o que temos...

MensagemEnviado: 6/9/2008 16:24
por rpmt
Os Franceses resolveram em 15 dias aquilo que o governo não fez em 4 anos.
Arranjam-se uns call centers a 500€ e o governo não tem chatices para resolver e dá para a fotografia.

MensagemEnviado: 6/9/2008 12:35
por silvaxico
A notícia é de ontem... também está no negocios.pt

MensagemEnviado: 6/9/2008 12:33
por Crómio
Já há anos que tenho conhecimento da tentativa deste projecto nascer em Évora, fala-se, diz-se mas as coisas nunca passam dali e a empresa já tinha ameaçado, aliás...

eu acho que esta notícia já deve ter um anito...

Será que podes confirmar a data?

continuando, a empresa já tinha ameaçado saltar fora por incompetência do governo.

Sempre que passava pelo aeródromo, perguntava ao pessoal... olha... mais uma que nos passa ao lado... infelizmente...

Abraço

MensagemEnviado: 6/9/2008 12:07
por MozHawk
Tudo é possível, incluindo Portugal ter sido utilizado para o desfecho final. Contudo, seria interessante perceber se os 4 anos imputáveis à inacção do governo português são da sua inteira responsabilidade ou se a GECI também deixou o projecto marinar. Verdade seja dita, não me custa muito a acreditar que os tempos de decisão sejam substancialmente diferentes mas nem tudo o que parece é.

Um abraço,
MozHawk

Projecto Skylander muda-se de Évora para França

MensagemEnviado: 6/9/2008 10:35
por silvaxico
O que falhou cá? O que funcionou em França?

Há concorrência desleal da França em termos de incentivos?

A GECI International, empresa que lidera o projecto aeronáutico para construção do bimotor Skylander, decidiu "relocalizar" o projecto transferindo-o de Évora para a região da Lorena, em França.

Considerado como um PIN (Projecto de Interesse nacional) desde meados de 2006 e dado como certo para ser implantado em Évora, o programa para desenvolvimento industrial do pequeno bimotor multiuso (para carga e/ou passageiros) já não vem para Portugal.

O envolvimento do governo de Paris no processo e o calendário definido pela GECI International terão sido decisivos para a alteração de planos. A nova localização industrial do projecto foi oficializada na quinta-feira, depois de uma reunião entre Serge Bitboul e Jean-Louis Borloo, ministro de Estado, Ecologia, Energia, Desenvolvimento e Administração do Território.

O surpreendente anúncio da "relocalização" surgiu num comunicado assinado pelo presidente e maior accionista individual da GECI, Serge Bitboul, indicando que o programa do Skylander SK-100 foi oficialmente lançado na região da Lorraine. Será instalado nos terrenos de uma antiga base aérea militar, em Chambley-Bussières, beneficiando de apoios do Estado francês no equivalente a cerca de um quarto do montante do investimento (a título de subvenções fiscais e incentivos à inovação).

À luz do comunicado citado na imprensa local, apesar da transferência do projecto industrial para França, a GECI não pretende dispensar a contribuição dos parceiros portugueses associados ao investimento previsto para arrancar Évora num destes meses.

«Um avião (quase) português»

Nos últimos dois anos, a empresa promotora e as autoridades nacionais sublinharam inúmeras vezes o potencial e a importância da implantação do projecto em Évora, junto ao actual aeródromo. Entre os números avançados, a construção e produção do SK-100 - também conhecido como o «avião português» - iria gerar uns 3 000 empregos (dois mil dos quais indirectos) e centenas de milhões de euros em exportações anuais, a partir de 2010-2011.

O PIN, que previa um investimento rondando os 125 milhões de euros e estava sob acompanhamento directo do AICEP, chegou mesmo a justificar a constituição de um consórcio (Sky Aircraft Industries) integrando parceiros portugueses e um capital inicial de 40 milhões de euros. Neste contexto, a GECI ainda realizou a sua conferência mundial deste ano no Alentejo.

Notícias veiculadas nos últimos dois meses pela companhia francesa realçavam o bom encaminhamento para obtenção dos apoios financeiros por parte do Estado português. As condições estariam quase acertadas, o dossier com o pedido de apoios depositado no AICEP e o respectivo contrato prestes a ser fechado.

Segundo sugere um artigo publicado este sábado, no Diário de Notícias, o Estado francês resolveu em menos de um mês, o que Portugal não pôde assegurar em quatro anos. Citado na edição electrónica do Jornal de Negócios, Basílio Horta (Aicep) disse não ter ficado surpreendido com o desfecho.

A GECI International é uma empresa cotada em Paris. Reagindo à notícia da relocalização do projecto Skylander, o título subiu quase 15% em bolsa na sexta-feira.

diario.pt