Caldeirão da Bolsa

video interessante sobre o sistema monetario

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por marath » 18/7/2008 0:33

Obrigado pela resposta Branco.

Isto são aulas de macro, quer queiras quer não.
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por tiagopt2 » 16/7/2008 1:26

Obrigado pelos artigos, Branco. Excelentes :clap:


E já agora, o facto de colocares as tuas fontes só te confere mais credibilidade :wink:
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por Branc0 » 16/7/2008 0:57

É quase tudo verdade excepto este ponto que é muito importante:
É ou não verdade que os Estados pagam gordas fatias dos seus PIBs em juros de dividas que deveriam ser pagos a eles próprios (nós próprios - Estado), visto serem eles os únicos reais emitentes\produtores de moeda no planeta?


A primeira pergunta é verdade, o que está a bold não posso concordar e faz parte do problema. O estado deve manter a dívida ao mínimo, uma forma de manteres essa dívida baixa é cobrares os juros sobre a dívida caso contrário não há nenhum incentivo para o estado não se endividar... e repara que mesmo com este incentivo para não haver dívida como as coisas estão :shock:

Agora deve pagar juros a uma entidade que tenha poupado o seu capital e o tenha disponível para investir no país e não numa entidade que vai apenas usar essa dívida como colateral para criar mais dinheiro.

Só duas notas:
1) Não dou aulas de nada, tomara eu perceber mais qualquer coisa disto (ou seja, também não levem o que eu escrevo à letra e é por isso que coloquei as fontes em que fundei a minha opinião) :)

2) Ao criticar o filme não estou a defender o sistema actual que acho abominável mas sim a defender o padrão ouro dos ataques injustos que lhe são feitos (podiam ter feito ataques mais justos, escusavam de inventar aquela fantochada toda) e ao sistema sugerido espécie "banco de tempo" que nem tenho palavras para me referir a ele num tom que não seja com requintes de malvadez ;)

O "banco de tempo" é uma ideia muito gira para projectos de caridade e acção social, não pode ser levada a sério para gerir uma economia (e repare-se que a maneira como é proposto no filme é tipicamente de governo central, para isso já basta os bancos centrais).

Edit: Bom, e a divida do estado também pode sempre ser paga se essa divida estiver na moeda que é controlada pelo estado. Num processo inflaccionista de imprimir mais moeda para pagar essa divida, obviamente que o poder de compra no final da divida não tem nada a ver com o poder de compra no inicio da mesma e o que empresta sai sempre prejudicado.

Aliás, já no padrão ouro era assim que o Rei pagava as dividas do estado. Recolhia as moedas com 20 gramas de ouro, derretia, voltava a fazer as moedas com 15 gramas de ouro e usava o excedente para pagar a divida externa. Quem ficava a arder neste caso era obviamente quem via as suas moedas confiscadas e a perderm valor real.
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por marath » 16/7/2008 0:42

Branc0 Escreveu: acreditam no que ele diz e continuam a não fazer perguntas.

;)


Não querendo de forma nenhuma abusar do teu tempo e disponibilidade, e concordando com o facto de o filme estar anovelado, gostaria que, quando possível, esclarecesses 1 ou 2 pontos:

É ou não verdade que a divida dos Estados não pode ser paga?

É ou não verdade que quando a divida dos Estados chega à maturidade se emite mais divida para pagar a anterior?

É ou não verdade que os Estados se endividam na Banca privada, ficando deles dependentes, quando podiam criar eles a moeda necessária ao equilíbrio do sistema monetário (procura\oferta de moeda)?

É ou não verdade que os Estados pagam gordas fatias dos seus PIBs em juros de dividas que deveriam ser pagos a eles próprios (nós próprios - Estado), visto serem eles os únicos reais emitentes\produtores de moeda no planeta?

É ou não verdade que os bancos emprestam dinheiro que não tem e que caso se desse o descalabro mundial da corrida ao levantamento dos depósitos o sistema entrava em colapso?

É ou não verdade que a constante emissão de divida e consequente injecção de dinheiro no mercado monetário cria inflação pois existe cada vez mais moeda comparativamente aos bens transaccionáveis, devido ao facto da velocidade de criação de divida ser superior à velocidade de crescimento produtivo?

É ou não verdade que os bancos e o mercado financeiro em geral, apenas prestam um serviço não produtivo, que provavelmente, estaria melhor entregue ao Estado do que ao sector privado?(atenção que eu não estou a dizer que ficaria melhor 100% nas mãos do Estado mas sim fortemente regulado e tendo o Estado uma posição dominante)

É ou não verdade que a RECENTE CORRIDA AO OURO e demais bens transaccionáveis, se prende em grande parte com o facto de existir quem tenha muito papel (dinheiro) nas mãos e não lhe atribuindo grande valor o pretende transformar em algo que de facto tenha valor REAL?

Grato pelas tuas sempre esclarecedoras aulas de macroeconomia.

marath
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por Branc0 » 15/7/2008 23:29

Voltei agora a ver o filme e é realmente interessante como as opiniões mudam com o tempo, a primeira vez que o vi julgava que era bom :)

Além dos pontos que já referi em cima que atacam o histórico sistema baseado no padrão ouro desnecessariamente e fazendo de tudo uma conspiração existem outras alarvidades engraçadas como emprestar dinheiro sem juros ser a solução para todos os males.

Pergunto eu qual é o incentivo que existe para emprestar dinheiro se não vamos ter retorno? Quando empresto o meu dinheiro estou a privar-me do consumo imediato para obter maior poder de compra daqui a determinado tempo... se o meu poder de compra vai ser igual para que é que me estou a privar?

E o comércio mundial, como é que funciona? O que é que fará com que a arábia saudita aceite euros pelo petróleo que eles nos vendem se o governo cria o dinheiro conforme precisa e depois o remove (está-se mesmo a ver...) arbitrariamente?

E então a parte do dinheiro baseado em trabalho já nem me lembrava a sugestão "brilhante" de sermos "pagos" à hora. Eu trabalho uma hora a tirar bicas a passo a ter direito a uma hora de um médico ou engenheiro... é irrelevante que ele tenha tido de estudar 5 anos para praticar o seu oficio.

É irrelevante também que eu tenha tirado 10 bicas numa hora enquanto o meu colega tirou 20, afinal de contas uma hora é uma hora.

Acaba por ser um video igual a todos os outros que por aí andam com as teorias da conspiração. Pegam num facto que é válido e depois torcem e retorcem até conseguirem pregar uma visão do mundo utopiana e disfuncional... e o engraçado é que as pessoas que não sabiam como o dinheiro é criado e viviam sem fazer perguntas acabam por ver este filme e acreditam no que ele diz e continuam a não fazer perguntas.

A ironia é tramada ;)
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por Branc0 » 15/7/2008 12:19

Espero que tenha despoletado o bichinho da curiosidade e que procurem saber mais sobre o dinheiro... uma coisa que governa as nossas vidas e sabemos tão pouco sobre ele.
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por Branc0 » 15/7/2008 12:18

Mais tarde apareceram as Acceptance Houses. Não sei a tradução para português mas um termo que se pode usar é a "casa do chico-esperto". O objectivo deste negócio é ficar com o spread entre a taxa de desconto (normalmente baixa) e a taxa de juro (normalmente alta).

Para isto começaram a aceitar notas que estivessem "para ser enviadas ao mercado", ou seja, notas sobre produtos que ainda não estavam em circulação e que normalmente seriam rejeitadas pela Discount House. Para que isto fosse possível introduziram uma cláusala que tornava possível que os "chico-espertos" ficassem com a mercadoria como colateral. Isto permite uma "inovação financeira" que consiste em emitir notas de troca por mais de 91 dias uma vez que se a carga ainda não foi posta no mercado pode ser emitida uma nova nota sobre ela. Ao contrário das notas normais é bom de ver que que não existe garantia de mercado para mercadorias que estão no armazém. Com estas novas notas as Acceptance Houses efectivamente estavam a ser financiados a custo da taxa de desconto e emprestavam à taxa de juro ficando com a diferença aparentemente sem risco visto que existe colateral.

Acontece que os mercados são tramados. Quanto mais notas são criadas menor é o spread entre a taxa de juro e a taxa de desconto retirando assim o lucro a este novo negócio. Assim a casa é forçada a imprimir mais notas para descontar para que tenha ainda mais dinheiro para emprestar e poder manter a sua margem de lucro... o que levará a que o spread diminua ainda mais.

Qualquer alteração no mercado que faça cair o preço de um bem (seja uma hipoteca que já era aceite pela Acceptance House seja um balde de grão) fará com que seja pedido um aumento do colateral ao cliente (margin call), se o caso se tornar grave o cliente não terá outra opção que seja deixar de pagar e entregar o colateral em vez de pagar a dívida. Se o mercado estiver suprimido então a Acceptance House também não vai conseguir liquidar o colateral a valor suficiente que chegue para pagar aos credores que detêm as pseudo notas de troca e há falha sistémica.

Eu não sei se consegui demonstrar bem a diferença entre aceitar notas sobre bens liquidos e bens iliquidos de maneira que aqui referencio directamente para os dois artigos principais:

Borrowing short to lend long
The Acceptance House

De notar que ainda hoje é assim que a FED está a "salvar" os bancos. Emprestando a 2.5% e eles podem emprestar ao cliente final a 5% de facto criando dinheiro a partir do nada.

O sistema fraccional é também isto. A primeira vez que vi o video tinha percebido que bastava ao banco ter 10% do capital para fazer o empréstimo... não chega. Os 10% é o "cash" que é necessário (um bem liquido) os outros 90% também terão que lá estar mas podem ser em assets como hipotecas ou dívida publica. A crise que encontramos hoje em dia começou porque o valor dos 90% começou a diminuir e consequentemente os bancos tiveram de arranjar mais dinheiro para que podessem garantir os 10% originando então uma crise de liquidez que está a levar os assets ainda mais para baixo e que requer uma nova angariação de cash. Uma das formas que o FED teve para segurar isto foi precisamente aceitar colateral a um preço inflacionado que o mercado não aceitaria para que a banca parasse ou pelo menos abrandasse esta espiral. O importante é que este colatereral (altamente iliquido) nunca deveria ser aceite para efeitos de reserva.

Mas mais uma vez temos uma pescadinha de rabo na boca. Se não forem estes bancos ninguém compra divida publica, o Estado precisa deles para se poder endividar e eles precisam do estado para fornecer liquidez quando o mercado recupera dos excessos e como uma mão lava a outra quem se lixa é o mexilhão.

Quanto ao sistema final proposto sobre o dinheiro-trabalho é ridiculo. É para isso mesmo que serve o ouro: para avaliar em termos concretos o valor dos bens e serviços que cada um produz e fornece.
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por Branc0 » 15/7/2008 12:17

Com a massificação das notas de troca surgiram casas especializadas em negociar estas notas através da taxa de desconto mais um spread. Alguém que tivesse moedas a mais em relação às suas necessidades imediatas podia ir a uma destas casas e comprar uma nota que vencesse dali a 3 meses. Imaginando uma taxa de desconto de 4% (sem considerar spreads) poderia adquirir uma nota por 99 moedas que dali a 3 meses valesse 100 moedas rentabilizando assim o seu dinheiro. Quem necessitasse de liquidez podia fazer exactamente o inverso vendendo as suas notas de troca.

É importante daqui notar duas coisas:
1) A taxa de desconto nada tem a ver com empréstimos.
2) A taxa de desconto nada tem a ver com a taxa de juro. Enquanto a taxa de desconto é determinada pelos consumidores conforme necessitam de maior ou menor liquidez a taxa de juro é determinada pelos que poupam e têm capital de risco para emprestar.

O primeiro mito que convém esclarecer é que os Goldsmiths não são nem foram responsáveis de armazém nenhum. Um Goldsmith, tal como o nome indica, é alguém que trabalha o ouro. Assim sendo ele não passava nenhum "recibo de armazém" como está dito no filme original mas sim notas de troca do produto do seu trabalho. Tendo esta profissão acesso directo a grandes quantidade de ouro é apenas natural que o coloque a render adquirindo notas. A unica razão para ignorar as notas de troca e encher o armazém de ouro era se tivesse uma grande encomenda para satisfazer ou se tivesse um desejo mórbido de ser alvo de ladrões.

Acontece que o mercado é algo dinâmico e na casa de desconto começaram a reparar que raramente se viam por lá notas de troca vinda do Goldsmith (eu peço desculpa mas não sei a tradução do termo para português, ourives?) e que quando apareciam ninguém estava disposto a pagar a taxa de desconto pelas mesmas. Na realidade o mercado encarava as notas do Goldsmith como ouro em si, aliás a endossagem nas traseiras da nota era tanta que mais tarde as notas passaram a vir "ao portador". Este era um privilégio do GoldSmith que muitos tentaram emular mas ninguém conseguio. O padeiro bem tentou que as suas notas fossem tratadas da mesma forma mas nunca encontrou interesse suficiente em pão para que as suas notas tivessem o mesmo tipo de liquidez e privilégio.

Novamente passando ao filme, vamos imaginar a "corrida à banca" ou ao Goldsmith neste caso. O Goldsmith não tem obrigatoriedade de satisfazer todos os pedidos à mesma hora a não ser que tenha emitido todas as suas notas com maturidade no mesmo dia. De certo ele não terá o ouro mas terá com ele notas de troca próximas da data de maturidade e conforme elas vão sendo executadas ou descontadas terá os fundos necessários para pagar aos portadores das notas.

Passar notas que não representassem mercadoria em movimento era crime e a pena era igual para o goldsmith sem ouro como para o moleiro sem farinha. Lembro que neste tempo a justiça não passava 5 anos a deliberar o sexo dos anjos e muitas vezes as sentenças afectavam as gerações futuras... não eram crimes que se cometessem de forma leve (como se o risco de falência não fosse já dissuasor).

Estas notas de troca são altamente líquidas (seriam-no mesmo sem a casa de desconto mas esta é ainda uma maior garantia de liquidez). Pela natureza das notas de troca que enunciei no post anterior é importante perceber que seria impossível ter uma nota de desconto sobre uma casa ou até sobre tijolos, material altamente iliquido na sua viagem até ao mercado/consumidor final. Estas notas, a serem emitidas, não encontrariam mercado para as absorver.

Ponto principal: Um goldsmith a operar dentro da lei tem sempre fundos disponíveis para cumprir as suas promessas num prazo máximo de 90 dias.
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por Branc0 » 15/7/2008 12:16

Primeiro que tudo esclarecer desde já que sou mau professor e que as ideias que apresento abaixo não são originais. São a minha compreensão da leitura de Adam Smith (An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations), de Antal E. Fekete (The second greatest story ever told) e de vários artigos da Wikipedia. De maneira que se o meu pensamento não for claro tentarei obviamente esclarecer mas aconselho sempre a leitura dos originais uma vez que não passam pelo meu filtro.

Em segundo quero desde já esclarecer o que é uma nota de troca (ou Real Bill para Adam Smith) uma vez que é um conceito que vai ser bastante usado em baixo e é essencial para que se perceba o sistema "pré-moderno" (século XIV). Uma nota de troca representa mercadoria em circulação e uma promessa de pagar em espécie na data de maturidade da nota. Quando o agricultor leva ao moleiro o seu trigo este passa-lhe uma nota, a qual o moleiro assina e onde se compromete a pagar a quantia acordada com o agricultor. Quando, por sua vez, o moleiro vender a farinha ao padeiro o mesmo acontecerá.

Pontos relevantes das notas de troca:
1) Representam mercadoria em circulação (não devem ser passadas notas de troca sobre o trigo que o agricultor tem no silo, apenas do trigo que vai a caminho do mercado).

2) A nota deve ter uma maturidade máxima de 91 dias ou uma estação. Isto prende-se com a natureza de grande parte das mercadorias. Por exemplo, não é expectável que roupa de inverno seja vendida no verão. Deve então o fornecedor de linho precaver-se do pagamento assegurando que a nota que aceitou da "Zara" atinge a maturidade em tempo útil desde que a loja tenha obviamente tempo para escoar o material e assim fazer pagamento da nota. Uma estação completa era o correntemente usado podendo obviamente haver notas com maturidades mais curtas.

3) O cliente final (na loja) pagará sempre em moeda. É essa moeda que será utilizada para pagar à cadeia de fornecedores.

4) É importante notar que a quantidade de moeda física em circulação é reduzida devido à existência destas notas. Isto não é um efeito preverso mas um resultado da comodidade desejada. O que se pretende pelo comércio é a troca de bens e não uma avalanche de ouro, este sistema permite trocar bens através da promessa de pagamento em ouro na maturidade sem necessitar de tanto ouro em circulação (basta o ouro representado pela mercadoria final em vez da soma de todos os bens primários).

5) Usando o verso da nota de troca esta pode ser endossada a terceira pessoa. Imaginando que o agricultor tinha uma uma divida de 100 moedas para com alguém e tinha recebido do moleiro a nota no valor de 100 moedas ele pode passar essa nota ao seu credor se este a decidir aceitar.

6) Uma nota de troca no valor de 100 moedas que vence daqui a 3 meses não vale 100 moedas hoje mas apenas daqui a 3 meses. Para calcular o valor de hoje teremos que aplicar a taxa de desconto (discount window - lembra alguma coisa? :))

Penso que consegui passar a minha ideia de nota de troca e a bibliografia está completa... se ainda está alguém acordado podemos então falar dos Goldsmiths, das Discount Houses, das Acceptance Houses e do sistema de reserva fraccional.
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por Branc0 » 15/7/2008 8:16

Eu j á vi este video há largos meses. Na altura gostei muito mas entretanto percebi que o que faz é apenas lançar mais confusão e é longe de ser imparcial para o padrão ouro e mostra casos que nitidamente não aconteceram com o sistema usado pelos Goldsmiths.

Também no sistema actual o processo de criação de dinheiro é simplificado e a coisa não é assim tão fácil nem a reserva é como eles querem fazer crer apenas 10%.

Agora é muito cedo mas lá mais para a frente tentarei escrever um texto mais longo a explicar melhor o que quero dizer.
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por Thunder » 15/7/2008 8:07

Também já conhecia o video e achei bastante interessante. Colocou-me a pensar sobre vários aspectos do nosso sistema económico actual.

Um dos aspectos que ele aborda aconteceu nos últimos meses e pelos vistos com maus resultados. Quando a Fannie Mae (se não estou em erro) foi autorizada a diminuir a sua "margem" (não recordo-me do nome técnico correcto). Na altura achei super estranho e lembrei-me deste video.... e realmente pelo que estamos a ver o resultado não foi nada bom :evil:

Um abraço a todos 8-)
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por Gncl_C » 15/7/2008 3:53

Já conhecia o vídeo, acho interessante e tem coisas que não conhecia antes de o ver, não por falta de informação, mas mais porque há muita desinformação económica e estes assuntos raramente são abordados na sua essência porque se parte do princípio que o sistema é bom.

Até os próprios economistas partem do princípio que o sistema financeiro existente é o melhor. Porquê? Porque simplesmente não aprendem outro... sendo assim é compreensível. Ao que sei , há umas décadas atrás aprendia-se várias teorias económicas, hoje já não.

A razão do meu comentário sobre este tema tem mais a ver com os posts que precederam o meu.

Quero apenas lembrar que ninguém é detentor da verdade absoluta e tudo o que dizem é a vossa opinião, nada mais e nada menos!

Tal como o que eu digo é apenas a minha opinião, o meu modo de ver as coisas. O mal de muita gente é achar que sabem tudo quando na realidade, se olharmos para a informação existente no mundo nós pouco sabemos ou quase nada.
 
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por Quico » 14/7/2008 23:47

É! Desde que as bolsas estão em queda isto aqui é só teorias da conspiração, "Loose Change's", e não sei que mais...

Não tarda nada isto parece uma espécie de clube de Ovniologia em que por vezes, e "en passant", se fala de mercados ou AT.

Abraço.
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por MarcoAntonio » 14/7/2008 23:39

O tema é interessante e este video (Money as Debt) já passou aqui pelo forum um par de vezes. Tem uma componente bastante positiva ao esclarecer e desmistificar a natureza do dinheiro nas economias modernas (que por incrivel que pareça escapa à maior parte das pessoas, muito por culpa de falta de formação/informação sobre o tema).

Mas lá para o final começa a descarrilar quando, pegando num tema tão pertinente e interessante entra num estilo conspirativo-religioso que era totalmente dispensável.

Aqui a questão é esta: o video acaba por passar várias mensagens e nem todas são de natureza "objectiva". Se a primeira parte é histórica e "é para aprender", a certa altura passa a ser algo que convém ver com um espirito crítico muito aguçado e não começar a engolir tudo o que o autor quer impingir...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: video interessante sobre o sistema monetario

por rmmrod » 14/7/2008 23:29

Interessante sim de facto. Pena depois que no final remeta para links que desenvolvem o tema sustentados numa base de carácter religioso.

A eterna questão de misturar coisas que deviam ser estanques.

Era dispensável...
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Re: video interessante sobre o sistema monetario

por marath » 14/7/2008 22:41

salvadorveiga Escreveu:http://video.google.com/videoplay?docid=-9050474362583451279&hl=en

interesting stuff


excelente post, magnifico documentário. é claro que alguns vão vê-lo e dizer que são fantasmas, ficção cientifica, pois os bancos seriam incapazes de enganar o povo. como lá se lê em dado momento "as pequenas mentiras tem de ser escondidas, as grandes não é necessário pois o povo não acredita que sejam verdade" 8-)
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por salvadorveiga » 14/7/2008 19:51

tambem gostei muito do documentario... o facto de o sistema nunca ser possivel pagar o debt e o dinheiro ser criado a partir deste, e que sem este não há dinheiro.

tinha umas noçoes que era assim que se processava mas fiquei muito mas muito mais esclarecido...foram 46 minutos bem gastos
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por superbem » 14/7/2008 16:56

Documentário excelente, obrigado pelo link.
É inacreditável como a base da economia funciona, é de loucos.
Como sempre disse, a economia é das ciências mais atrasadas, para não dizer a mais atrasada.

cumps
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video interessante sobre o sistema monetario

por salvadorveiga » 14/7/2008 12:46

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