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MensagemEnviado: 23/6/2008 10:24
por Branc0
Os 2%-3% não são arbitrarios. É, sensivelmente, a taxa média de crescimento de ouro (nos ultimos séculos) à superfície e as autoridades de hoje chegaram à conclusão que esse crescimento de massa monetária funciona e é compatível com os aumentos de produtividade como foi "provado" pelo crescimento das reservas de ouro no passado quando viviamos sobre esse padrão então era uma boa estimativa usar o mesmo número.

Ao fim e ao cabo é o que mágicos dos bancos centrais tentam fazer... emular o ouro mas sem usar o ouro. Quem disse que já não há alquimistas? ;)

Quanto à divida publica 60% é um exagero e é pena não se terem estabelecido metas para a diminuir. Percebe-se que seja determinada através da alemã (o BCE sempre foi moldado pela Alemanha que aliás tinha a única moeda "forte" da UE além do Reino Unido) mas é pena que não haver uma maior actividade para reduzir este valor.

MensagemEnviado: 23/6/2008 9:31
por Camisa Roxa
calma Elias, eles critérios até são bem razoáveis, especialmente tendo em conta o contexto em que foram criados, de despesismo e descontrolo orçamental de muitos países da UE

o importante a reter é que se deve apontar para défice ZERO, para uma inflação tão baixa quanto possível de forma a garantir um crescimento sustentável a longo prazo

A origem dos três critérios de Maastricht

MensagemEnviado: 23/6/2008 8:42
por Elias
A manutenção da inflação abaixo dos 2% é apenas um dos três famosos critérios de Maastricht. O défice inferior a 3 do Produto Interno Bruto (PIB) e uma dívida pública até 60% do PIB são os outros dois. E todos estão relacionados entre si. Quando um Estado gasta mais do que ganha, cria um défice nas contas públicas. Para o financiar, é obrigado a pedir dinheiro emprestado, agravando o stock da dívida pública. Ao fazê-lo está a aumentar a moeda em circulação na economia, que é, para a teoria monetarista que domina o BCE, a principal causa de inflação. Assim, esta depende das acções das autoridades monetárias (leia-se Estado) e nunca do comportamento da procura e da oferta (leia-se mercado). Mas porquê 2%? Este tecto para a inflação é arbitrário, como são arbitrários os limites fixados para o défice e a dívida, que se baseiam no seguinte raciocínio: um défice de 3% permite a um país com um crescimento potencial (não efectivo) de 5% e uma taxa de juro de 3% manter a dívida pública nos 60% do PIB. E porquê os 60%? Simplesmente porque na altura esse era o peso da dívida pública alemã no PIB.

in DN Bolsa, 20.06.2008


Inacreditável :shock: