Combate à inflação implica abrandamento económico e queda do poder de compra
O Banco de Inglaterra está preparado para fazer o que for preciso para baixar a taxa de inflação até aos 2%. Este combate implica, no entanto, o abrandamento da economia e a redução do nível de vida dos ingleses, admitiu ontem o governador da instituição.
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Ana Luísa Marques
anamarques@mediafin.pt O Banco de Inglaterra está preparado para fazer o que for preciso para baixar a taxa de inflação até aos 2%. Este combate implica, no entanto, o abrandamento da economia e a redução do nível de vida dos ingleses, admitiu ontem o governador da instituição.
“Não vão ser tempos fáceis e as famílias vão considerá-los particularmente difíceis”, afirmou Mervyn King, governador do Banco de Inglaterra, ontem em Londres, citado pela Bloomberg. “As alterações do nosso poder de compra e do mercado imobiliário são reais, e apesar de serem difíceis de aceitar, não podem ser contornadas”, acrescentou o responsável.
O Banco de Inglaterra está “preocupado” com o actual nível da taxa de inflação – que em Maio atingiu os 3,3%, o nível mais elevado da última década – e assumiu estar preparado para fazer o que for preciso para regressar, novamente aos 2%. King afirmou que não está disposto a sacrificar a credibilidade do banco para poder prolongar o crescimento da economia britânica.
O banco assume, assim, que o combater à inflação implica um abrandamento da economia e uma redução do poder de compra dos britânicos. “Acreditamos que é necessário um abrandamento económico para baixar as pressões inflacionistas e salariais”, disse King.
As previsões do Banco de Inglaterra indicam que as pressões inflacionistas se devem manter por algum tempo.
Entretanto, o ministro das Finnças britânico, Alistair Darling, deu mais poderes ao Banco de Inglaterra para este poder combater a crise financeira. “O desafio é que as autoridades possam actuar de forma rápida e decisiva sempre que for necessário”, disse Darling.
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