Caldeirão da Bolsa

Duas dúvidas em relação a discurso de Bernanke

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por LuarAzul » 14/6/2008 20:31

Esclarecido! :)

A minha pergunta em relação às T-Bills vem da minha dificuldade em compreender a atracção destes instrumentos de investimento. Não compreendo porque a taxa está tão baixa (eu conheço a explicação oficial, quando a bolsa desce vai tudo comprar T-Bills). Se o FED tivesse andado a comprar ficaria tudo mais claro!

Obrigado :)
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 88
Registado: 7/1/2008 21:31

por Branc0 » 13/6/2008 14:09

A taxa de juro nas T-Bills é determinada pelo mercado. Mas o que está a ser dito por Bernanke é simplesmente que se lhe apetecer vai intervir brutalmente nesse mercado comprando/vendendo T-Bills.

Como ele pode imprimir o dinheiro todo do mundo que lhe apetecer pode, teoricamente, levar o mercado ao ponto que quiser, incluindo taxas perto de 0. Obviamente haverá resultados secundários mas ele não falou neles :)

Quanto à divida da Alemanha... os países quem é vendê-la. Na altura receberam o dinheiro e é isso que lhes interessa :)
Be Galt. Wear the message!

The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2558
Registado: 8/8/2007 14:38
Localização: Lisboa

por LuarAzul » 13/6/2008 9:29

Branc0 Escreveu:Bom, não sendo um expert mas um mero curioso vou tentar responder às tuas questões. Só queria antes colocar uma minha... o que é que é a divida americana? A do governo ou a das familias? E em segundo lugar, de onde é que tiraste essa informação porque a minha ideia é exactamente a oposta... os niveis de endividamento estão em maximos históricos.

1) O FED pode manter as taxas de juro das government bonds baixas, fazendo "unlimited purchases" da dívida.

Isto é basicamente uma afirmação de como as coisas funcionam e não uma pergunta de maneiras que presumo que não dominas o que está por detras da premissa. A realidade é que o FED (ou o BCE) estabelecem vários tipos de taxa:

1 - Taxa de referência
2 - Discount Window (Janela de desconto? :shock: )

A que se ouve falar normalmente é a taxa de referência mas essa taxa de referência não é imposta pela FED, é apenas o que a FED estipula como objectivo para as taxas de mercado. Essas como o nome indica são estabelicadas pelo mercado e não pela FED através de processos normais (basicamente, negociação entre os bancos privados).

O que o FED estabelece realmente é a discount window. Normalmente 1% acima do target da taxa de referência mas desde que estoirou o sub-prime baixaram o gap para apenas 0.5% ... esta é a taxa à qual o FED empresta dinheiro quando se comporta como o "lender of last resort" (o empréstimo de ultimo recurso) como a necessidade de ter dinheiro devido a uma corrida à banca ou falha sistémica (era de presumir que fosse esta a taxa para salvar a Bear Stearns mas na realidade foi ainda pior que isto devido à qualidade de colateral que foi aceite pela FED).

Normalmente, a taxa de juro efectiva (marcada pelo mercado) anda entre a Target FED Rate e a Discount Window. Quando saiem destes valores então a FED pode intervir (mas não tem de o fazer obrigatoriamente) para fazer respeitar a sua vontade. Como?

Uma das maneiras para fazer baixar a taxa é comprar divida. As duas operações mais comuns para controlar a criação de dinheiro é a compra e a venda da dívida. A FED quando compra a dívida está efectivamente a criar dinheiro (ela não tem o dinheiro para comprar a dívida) e quando vende a dívida a alguém (normalmente um banco privado) está a destruir dinheiro (esse dinheiro vai sair de circulação.

Para controlar a taxa de juro a FED pode comprar um destes titulos a um outro banco acordando de imediato a sua revenda mais tarde (normalmente no dia seguinte) acrescrida da taxa de juro.

2) Como é que o dólar poderia ser alterado pela compra da dívida de outros países?

Aqui penso que é mais simples. Os americanos compram a divida publica da Alemanha mas o mercado funciona das duas maneiras. Na realidade os Alemães estão a comprar dolares. Como é obvio isso valoriza o dolar.


Caro Branc0, obrigado pelos esclarecimentos. Trata-se da dívida pública americana, e este discurso do Bernanke pode encontrar-se no link que está logo no início da minha primeira mensagem. O endividamente sem dúvida que está em máximos históricos, mas, parece-me, sem qualquer tendência de desacelerar.

Agora, em relação ao primeiro ponto, é claro que não se trata da discount window (isso é fácil de compreender!!), trata-se de uma estratégia para manter baixas as taxas de juro das *treasury bills*, a dívida pública americana!! Eu pensava que esse juro era determinado pela relação entre a oferta e procura no mercado (quanto mais procura mais desce a taxa e vice-versa). E o que tenho lido é que as pessoas quando fogem das bolsas procuram a dívida pública, diminuindo a taxa de juro das treasury bills. No entanto, pelo que o Bernanke está a dizer, o FED pode comprar doses enormes de dívida para manter o juro das treasury bills baixo. O que eu queria saber é como é que podemos saber se isso (a compra de dívida pelo FED) tem sido feito nesta crise recente ou não.

Em relação ao segundo ponto, realmente faz sentido, mas, será que os estados aceitam que o pagamento da dívida seja feito numa moeda diferente da sua. Quer dizer, se há 10 anos os EUA tivessem comprado a dívida alemã em USD, agora os alemães estavam à rasca! Em 2002 talvez a questão não se colocasse em relação ao dólar, mas em 2008 não sei se muitos estados teriam razões para recusar a compra da dívida em USD.

Mais uma vez agradeço os esclarecimentos :)
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 88
Registado: 7/1/2008 21:31

por Branc0 » 13/6/2008 1:23

Ah!

Em relação à moeda unica no planeta com taxa de inflacção perto de 0 chama-se ouro e foi confiscado nos EUA em 1933 por Franklin D. Roosevelt (curiosamente muito amado por grande parte dos americanos) e completamente esquececido pelo resto do mundo em 1971 quando os EUA não foram capazes de pagar a dívida que tinham á Europa e estoirou o sistema monetário da altura.

Basicamente e muito por alto (se quiserem saber mais procurem por Bretton Woods na wikipedia) o sistema que houve entre 1930 e 1970 era um sistema em que os EUA tinham ouro e o resto do mundo tinha dolares. O acordo que estava feito era que esses dolares eram convertidos em ouro se fosse preciso (apenas pelos bancos centrais, as populações foram impedidas de ter dinheiro a sério antes disto) ao preço de $35 por cada onça.

Acontece que os governos fazem o que costumam fazer normalmente que é esbanjar dinheiro que não devem e ao fim de algum tempo os EUA começaram a vender as suas reservas de ouro para pagar o que deviam. Quando os bancos centrais europeus começaram a duvidar que os EUA realmente tinham ouro suficiente para redimir todos os dolares que eles tinham e tentaram trocar por ouro confirmaram-se os seus medos... os EUA não tinham ouro que chegasse e a europa ficou a arder.

Juntaram-se as "grandes mentes" da altura e desenharam então o sistema actual com taxas de câmbio flutuante e com ouro em mercado livre em vez de estar fixado em USD.

Isto obviamente também existe uma história de porque é que se abandonou o padrão ouro e obviamente todos os sistemas têm o seu lado menos bom. Há quem atribua a grande depressão ao padrão ouro o que eu acho exagerado até porque o padrão ouro já não existia em alguns países antes disso (o primeiro ataque principal ao padrão ouro foi na 1ª Grande Guerra).
Be Galt. Wear the message!

The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2558
Registado: 8/8/2007 14:38
Localização: Lisboa

por Branc0 » 13/6/2008 1:10

Eu não disse que era o fim do mercado, disse que era o fim do sistema... mercado há-de sempre haver nem que seja clandestino :)

Vou usar os numeros portugueses porque não conheço a realidade americana, se calhar multiplicar por 1000 é capaz de ser pouco.

Se vires o orçamento de estado para 2008 reparas que existe uma verba de cerca de 80 mil milhões de euros alocados a "gestão da divida publica". Isto é basicamente pagamento de juros (e talvez amortização da divida, confesso que não sei). Para termos os numeros em perspectiva estes 80 mil milhões representam dois terços do orçamento e é mais do dobro dos impostos cobrados em 2007.

Esta divida é impossível de pagar. O que acontece é que quando chega a altura de a pagar o estado (e aqui é geral, não é um problema português) normalmente emite divida nova para pagar a velha, normalmente em termos mais vantajosos para o estado.

A unica esperança que existe de pagar esta divida é que quando ela chegue à maturidade 80 mil milhões de euros sejam "trocos". Para que isto aconteça é necessário inflacção e uma taxa de juro real negativa (como é hábito).

Imagina-te num ambiente deflaccionário em que mesmo taxas a 0% não resolvem. Quando a dívida chegar à maturidade em termos reais ela vai valer ainda mais do que o que vale agora, e se não é possível pagar agora não vai ser possível pagar na altura como é obvio.

Quando as dividas não forem pagas o unico caminho é o colapso. Todo o teu sistema monetário é baseado em divida, se ninguém a pagar é um sistema baseado em "ar" e ao ritmo que a dívida cresce é dificil acreditar que este esquema piramidal funcione ad-eterno.

Pode demorar 5, 50 ou 500 anos mas um dia a barraca vai abaixo e todos os que compraram dívida (seja a particulares ou a governos) vão ficar de pé na dança das cadeiras.
Be Galt. Wear the message!

The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2558
Registado: 8/8/2007 14:38
Localização: Lisboa

por marath » 13/6/2008 0:55

branco,

Dizes que não és um especialista mas eu troco qualquer um dos especialistas que (não)vejo nos media por ti. Tenho no entanto uma :evil: questão :

Por que dizes que uma deflacção seria o fim do mercado monetário como o vemos actualmente. Aliás, para que serve o mercado monetário tendo em vista o ideal economico do bem estar geral?

O ideal não seria não haver mercado monetário? Termos uma só moeda no planeta com inflação<ou=0 ? Quanto custa sustentar um mercado que não cria qualquer valor? Não estaremos a gastar energia com curvas de procura e oferta de moeda quando não deveria existir nem procura, nem oferta de moeda?

Poderiamos pensar que o aumento do valor da totalidade dos bens no planeta obrigaria à existencia de mais moeda, mas para o bem estar geral não deveria ser -> com menos moeda compramos mais coisas?
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 179
Registado: 22/9/2007 13:24

por Branc0 » 13/6/2008 0:15

Queria falar só um pouco da primeira parte do teu post e do discurso do Bernanke. O Bernanke é um teorico e essa coisa de imprimir notas pode funcionar na teoria mas temos um exemplo prático em como não funcionou.

Esse exemplo chama-se Japão, é uma das 8 maiores economias do mundo e passou por uma das maiores crises económicas nas ultimas decadas além de estar a sofrer de deflação desde 1980 e carquejas quando rebentou a sua própria bolha imobiliária.

As taxas de juro andaram perto dos 0.25% e o Banco do Japão chegou mesmo a imprimir notas que o Governo mandou para casa das pessoas. Nem 30% desse dinheiro foi re-injectado na economia da maneira que era pretendida (em compras) mas basicamente foi para pagar dívida (destruindo massa monetária, que causa deflacção).

Os bancos centrais são uma aberração. São defensores do mercado livre mas na realidade são eles quem gerem o dinheiro e não o mercado (ao contrário de outros sistemas monetários). São reguladores "comunistas" num sistema "capitalista".

Ainda por cima têm todos os defeitos dos sistemas centrais, principalmente o defeito de julgar que controlam tudo quando na realidade não o fazem. É no interesse dos Bancos Centrais manterem-se bem longe da deflacção e continuar a alimentar uma inflacção (moderada) razão pela qual estou tão optimista em relação aos mercados (e muito pessimista em relação ao resto da minha vida financeira).

O cenário inflaccionista vai de certo gerar muitos protestos nas ruas mas não é nada comparado com o cenário deflaccionista... quando isso acontecer (e é uma questão de "quando", não "se") vai ser a morte do sistema monetário actual com todas as repercussões que isso traz para as populações.
Be Galt. Wear the message!

The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2558
Registado: 8/8/2007 14:38
Localização: Lisboa

por Branc0 » 13/6/2008 0:06

Bom, não sendo um expert mas um mero curioso vou tentar responder às tuas questões. Só queria antes colocar uma minha... o que é que é a divida americana? A do governo ou a das familias? E em segundo lugar, de onde é que tiraste essa informação porque a minha ideia é exactamente a oposta... os niveis de endividamento estão em maximos históricos.

1) O FED pode manter as taxas de juro das government bonds baixas, fazendo "unlimited purchases" da dívida.

Isto é basicamente uma afirmação de como as coisas funcionam e não uma pergunta de maneiras que presumo que não dominas o que está por detras da premissa. A realidade é que o FED (ou o BCE) estabelecem vários tipos de taxa:

1 - Taxa de referência
2 - Discount Window (Janela de desconto? :shock: )

A que se ouve falar normalmente é a taxa de referência mas essa taxa de referência não é imposta pela FED, é apenas o que a FED estipula como objectivo para as taxas de mercado. Essas como o nome indica são estabelicadas pelo mercado e não pela FED através de processos normais (basicamente, negociação entre os bancos privados).

O que o FED estabelece realmente é a discount window. Normalmente 1% acima do target da taxa de referência mas desde que estoirou o sub-prime baixaram o gap para apenas 0.5% ... esta é a taxa à qual o FED empresta dinheiro quando se comporta como o "lender of last resort" (o empréstimo de ultimo recurso) como a necessidade de ter dinheiro devido a uma corrida à banca ou falha sistémica (era de presumir que fosse esta a taxa para salvar a Bear Stearns mas na realidade foi ainda pior que isto devido à qualidade de colateral que foi aceite pela FED).

Normalmente, a taxa de juro efectiva (marcada pelo mercado) anda entre a Target FED Rate e a Discount Window. Quando saiem destes valores então a FED pode intervir (mas não tem de o fazer obrigatoriamente) para fazer respeitar a sua vontade. Como?

Uma das maneiras para fazer baixar a taxa é comprar divida. As duas operações mais comuns para controlar a criação de dinheiro é a compra e a venda da dívida. A FED quando compra a dívida está efectivamente a criar dinheiro (ela não tem o dinheiro para comprar a dívida) e quando vende a dívida a alguém (normalmente um banco privado) está a destruir dinheiro (esse dinheiro vai sair de circulação.

Para controlar a taxa de juro a FED pode comprar um destes titulos a um outro banco acordando de imediato a sua revenda mais tarde (normalmente no dia seguinte) acrescrida da taxa de juro.

2) Como é que o dólar poderia ser alterado pela compra da dívida de outros países?

Aqui penso que é mais simples. Os americanos compram a divida publica da Alemanha mas o mercado funciona das duas maneiras. Na realidade os Alemães estão a comprar dolares. Como é obvio isso valoriza o dolar.
Be Galt. Wear the message!

The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2558
Registado: 8/8/2007 14:38
Localização: Lisboa

Duas dúvidas em relação a discurso de Bernanke

por LuarAzul » 12/6/2008 23:23

Estive a ler um discurso do actual presidente do FED de 2002.
http://www.federalreserve.gov/boardDocs ... efault.htm

O discurso é interessante, entre outras razões, porque antecipa muitas das medidas tomadas pelo FED nos últimos meses. No entanto houve dois aspectos que não compreendi.

Antes de expôr as minhas duas dúvidas vou só salientar uma passagem do texto que, sendo óbvia, me parece algo exótica dita assim à luz do dia de modo tão explícito! A ideia é que, sendo o dinheiro fiat, ou seja, podendo imprimi-lo à vontade, nunca poderá haver um cenário de deflacção, pois o FED teria apenas de imprimir mais dinheiro e injectá-lo na economia para aumentar o consumo. A pergunta óbvia é então, mas se sabemos que essa é a política desse governo, quem teria interesse em guardar dinheiro fiat como garantia??? A longo prazo a impressão de dólares vai continuar, mas os recursos continuarão mais ou menos iguais. É por isto que acredito na desvalorização do dólar a longo prazo, países como a China irão trocá-lo por commodities ou outra moeda com uma política menos voltada para a impressão de mais dinheiro. A passagem sobre o fiat money é esta:

"As I have mentioned, some observers have concluded that when the central bank's policy rate falls to zero--its practical minimum--monetary policy loses its ability to further stimulate aggregate demand and the economy. At a broad conceptual level, and in my view in practice as well, this conclusion is clearly mistaken. Indeed, under a fiat (that is, paper) money system, a government (in practice, the central bank in cooperation with other agencies) should always be able to generate increased nominal spending and inflation, even when the short-term nominal interest rate is at zero.

The conclusion that deflation is always reversible under a fiat money system follows from basic economic reasoning. A little parable may prove useful: Today an ounce of gold sells for $300, more or less. Now suppose that a modern alchemist solves his subject's oldest problem by finding a way to produce unlimited amounts of new gold at essentially no cost. Moreover, his invention is widely publicized and scientifically verified, and he announces his intention to begin massive production of gold within days. What would happen to the price of gold? Presumably, the potentially unlimited supply of cheap gold would cause the market price of gold to plummet. Indeed, if the market for gold is to any degree efficient, the price of gold would collapse immediately after the announcement of the invention, before the alchemist had produced and marketed a single ounce of yellow metal.

What has this got to do with monetary policy? Like gold, U.S. dollars have value only to the extent that they are strictly limited in supply. But the U.S. government has a technology, called a printing press (or, today, its electronic equivalent), that allows it to produce as many U.S. dollars as it wishes at essentially no cost. By increasing the number of U.S. dollars in circulation, or even by credibly threatening to do so, the U.S. government can also reduce the value of a dollar in terms of goods and services, which is equivalent to raising the prices in dollars of those goods and services. We conclude that, under a paper-money system, a determined government can always generate higher spending and hence positive inflation."



Agora as minhas duas dúvidas e agradecia desde já qualquer esclarecimento:

Em primeiro lugar Bernanke afirma que o FED pode manter as taxas de juro das government bonds (treasurty bills etc) baixas, fazendo "unlimited purchases" da dívida. Será que é isto que tem vindo a acontecer? Será por isto que a taxa da dívida america está tão baixa?? Como é que podemos saber se o FED tem comprado a dívida americana recentemente?

"So what then might the Fed do if its target interest rate, the overnight federal funds rate, fell to zero? One relatively straightforward extension of current procedures would be to try to stimulate spending by lowering rates further out along the Treasury term structure--that is, rates on government bonds of longer maturities.9 There are at least two ways of bringing down longer-term rates, which are complementary and could be employed separately or in combination. One approach, similar to an action taken in the past couple of years by the Bank of Japan, would be for the Fed to commit to holding the overnight rate at zero for some specified period. Because long-term interest rates represent averages of current and expected future short-term rates, plus a term premium, a commitment to keep short-term rates at zero for some time--if it were credible--would induce a decline in longer-term rates. A more direct method, which I personally prefer, would be for the Fed to begin announcing explicit ceilings for yields on longer-maturity Treasury debt (say, bonds maturing within the next two years). The Fed could enforce these interest-rate ceilings by committing to make unlimited purchases of securities up to two years from maturity at prices consistent with the targeted yields. If this program were successful, not only would yields on medium-term Treasury securities fall, but (because of links operating through expectations of future interest rates) yields on longer-term public and private debt (such as mortgages) would likely fall as well.

Lower rates over the maturity spectrum of public and private securities should strengthen aggregate demand in the usual ways and thus help to end deflation. Of course, if operating in relatively short-dated Treasury debt proved insufficient, the Fed could also attempt to cap yields of Treasury securities at still longer maturities, say three to six years. Yet another option would be for the Fed to use its existing authority to operate in the markets for agency debt (for example, mortgage-backed securities issued by Ginnie Mae, the Government National Mortgage Association)."


Em segundo lugar Bernanke diz que é possível manipular o valor do dólar comprando dívida pública de outros países. Não compreendo esta ideia. Como é que o dólar poderia ser alterado pela compra da dívida de outros países?

"I need to tread carefully here. Because the economy is a complex and interconnected system, Fed purchases of the liabilities of foreign governments have the potential to affect a number of financial markets, including the market for foreign exchange. In the United States, the Department of the Treasury, not the Federal Reserve, is the lead agency for making international economic policy, including policy toward the dollar; and the Secretary of the Treasury has expressed the view that the determination of the value of the U.S. dollar should be left to free market forces. Moreover, since the United States is a large, relatively closed economy, manipulating the exchange value of the dollar would not be a particularly desirable way to fight domestic deflation, particularly given the range of other options available. Thus, I want to be absolutely clear that I am today neither forecasting nor recommending any attempt by U.S. policymakers to target the international value of the dollar."


Obrigado desde já pelos esclarecimentos!! :)
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 88
Registado: 7/1/2008 21:31


Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: carlosdsousa, Cem pt, Google [Bot], iniciado1, Investor Tuga, Jonas74, latbal, lito, malakas, Manchini888, maturidade, O Magriço, PAULOJOAO, PMP69, silva_39, tami, trilhos2006, yggy e 193 visitantes