Um curioso... Escreveu:Mas se todos seguissem a análise técnica dos índices e da maior parte das acções, o mais lógico era vender. Vender tudo.
Vender a quem?
Nunca podem vender todos, porque quando se vende necessariamente tem de haver um comprador.
Quando há um desiquilibrio de compradores e vendedores, a pressão vendedora leva a melhor e o preço baixa como resultado mas há sempre comprador (de outra forma não havia negócio).
E se não há neste valor, há-de haver num valor mais abaixo (se ninguém acha que é de comprar ao valor actual, então não aparecem ordens de compra nesse valor e logo quem quer vender, tem de vender abaixo).
A evolução dos preços faz-se disto...
Um curioso... Escreveu:A ideia não é absurda e o crescente conhecimento que os intervenientes do mercado, vão tendo do mesmo torna esta perspectiva cada vez mais real!
Desculpa mas é mesmo absurda e o conhecimento dos intervenientes não muda em nada. O processo é sempre o mesmo, o que pode mudar é a formulação da opinião e como consequência aos valores a que se dão os negócios. O resto... o resto é tudo igual.
Nunca vendem todos. Quando uns vendem, só vendem porque alguém está a comprar e vice-versa.
Numa situação limite o que ocorre é uma mudança muito brusca no preço. Por exemplo, um crash...
Mas obviamente até nesse caso, estão uns a comprar e outros a vender.
Um curioso... Escreveu:Em momentos de pânico bolsista, o valor intrinseco das empresas pouco representa.
Nos de panico e nos de euforia.
No longo-prazo as cotações andarão a "rodar" em torno do valor teórico da empresa (já de si discutível e subjectivo). E numas alturas estará acima, noutras estará abaixo...
No imediato, pouco interessa. No imediato o mercado varia (sistematicamente) em função de outros factores: sentimento e confiança dos investidores, correntes de opinião e modas, liquidez, etc.
Um curioso... Escreveu:Cada vez mais as bolsas irão reagir em movimentos harmónicos de subida ou descida, sempre muito mais expressivos que a economia real.
Não concordo.
A volatilidade tem alternado ao longo dos tempos mas não há uma tendência de subida (aliás, até se poderá talvez argumentar que há uma tendência de descida mas também por outro lado poderá dever-se à expansão e re-estruturação dos índices).
Por exemplo, os movimentos do Dow (um índice mais generalista) nas décadas de 20 e 30 são comparáveis aos do Nasdaq na década de 90 e 2000 e poucos (um índice muito menos generalista). E muito maiores que a do S&P...
Nos últimos anos tivemos: baixa volatilidade em meados da década de 90. Para os finais aumentou, com picos no pico e depois nas fases quentes do Bear. Depois voltou a baixar e tivemos um bull market ameno (em termos de volatilidade). Mais uma vez aumentou ligeiramente no topo e ainda mais na fase de correcção (mesmo assim, em termos históricos a volatilidade actual não é propriamente excepcional).
Em termos de muito longo-prazo não concordo com a leitura que estás a retirar. E há, creio, sempre essa tendência para ler o presente de uma forma sobre-avaliada (as tempestados do passado, por maiores que sejam, são sempre amenas quando comparadas com a presente, mesmo que a presente não seja particularmente forte).
Ora... Isto pode piorar muito mais. Se entram em alarmismo com estes movimentos nos mercados...
Já não os tinhamos há uns tempos porque como atrás expliquei viemos de uns anos de baixa volatilidade. Mas visto numa perspectiva mais secular isto não é nada de especial.