CALDEIRÃO DE BOLSA

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SÃO PAULO - A Petrobras (PETR4) confirmou nesta quarta-feira (30) que a gasolina vai ficar 10% mais cara nas refinarias a partir da próxima sexta-feira, ao passo que o diesel terá aumento de 15%. Este foi o resultado de intensa negociação dentro do Governo, comandada pessoalmente pelo presidente Lula.

Segundo a estatal, o reajuste foi definido levando em consideração um novo patamar internacional dos preços do petróleo, em uma perspectiva de médio e longo prazos, estando "em linha com as premissas definidas no plano estratégico da Petrobras de manter parametrizados os preços dos derivados ao mercado internacional".

Impactos ao consumidor
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o impacto para o consumidor na bomba, para a gasolina, será zero. Isso porque [highlight]o governo reduzirá a Cide (Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico) de R$ 0,28 por litro para R$ 0,18 por litro.[/highlight]

Já o impacto do aumento do diesel na ponta será de 8,8%. O governo reduzirá a Cide para esse combustível de R$ 0,07 por litro para R$ 0,03 por litro. Segundo Mantega, o impacto na inflação do reajuste será de 0,015%, e a perda de arrecadação será de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões.

"Estamos baixando a Cide de modo que o efeito do aumento da gasolina para o consumidor seja zero", disse o ministro. Sobre a perda da arrecadação, Mantega explicou que a "Petrobras vai devolver o aumento de lucros e dividendos".

Positivo para Petrobras
De acordo com o Bradesco, pesaram a favor do reajuste dos combustíveis a elevada defasagem em relação ao preço internacional, o fato de que a Petrobras possui um plano de investimentos bastante agressivo e que precisa se capitalizar para tornar este plano factível, além do ganho de reputação que a empresa terá com seus investidores.

Em bases anuais, o aumento representa uma receita de R$ 6,5 bilhões para a estatal. Lembrando que o lucro líquido da companhia foi de R$ 21,5 bilhões em 2007, os analistas apontam que tal receita não é nem um pouco desprezível, ainda mais tendo em vista que os custos dos investimentos no setor petroquímico aumentaram sensivelmente nos últimos anos.