Boa tarde a todos os trabalhadores
Este tópico está demais. Melhor que aquele humor negro tão "british", que se não fizer rir, faz chorar, só mesmo a imaginação do Mech
Mas como é interessante o debate entre o vai subir e o vai descer !!
Talvez ajude falar da América dos últimos 35 anos. Nem sempre as reacções do mercado foram as mesmas perante a política monetária.
Aliás, os mercados accionistas reagem melhor às expectativas da Economia do que à política monetária ou mesmo fiscal.
E não nos esqueçamos do juro real.
Como agora nos EUA, o juro real é negativo (claramente), isso sinaliza uma previsão óbvia de tempos de crise, já para não falar em recessão.
Perante qualquer destes cenários, muito dificilmente os mercados podem subir consistentemente. Por outro, o capital está mais barato. Isso contraria as fortes quedas, daí que os mercados podem inverter. Neste caso poderão ser um amortecedor de quedas.
Em suma: um mercado menos "bull" do que nos anos anteriores, claramente mais neutro.
Já nos anos 70, o "bear market" não acabou graças ao dinheiro fácil, juro real negativo, mas sim quando a confiança do investidor retornou e as perspectivas de longo prazo inverteram. Em 1982 voltava o "bull market" em plena recessão. Mas o mercado considerou essa recessão o resultado da cura necessária, a elevação forte de juros para esmagar a inflação. Acabamos por ter assim um caso em que a alta dos juros devolveu a confiança aos mercados.
Entretanto, a partir daí e até 2000, apesar de algumas crises nos mercados, estes sempre estiveram em bom plano, independentemente do viés dos juros, sinal de que a confiança do mercado esteve quase sempre elevada.
A partir de 2000 a situação inverteu, os mercados conseguiram antever uma pequena recessão e uma década de menor crescimento, tendo corrigido fortemente até 2002. Neste caso, o retorno do juro real negativo serviu de almofada para as quedas, mas a verdadeira inversão em alta veio da melhoria clara do clima económico.
Abraço
dj