CALDEIRÃO DE BOLSA

A agência de notação de risco Fitch Ratings reviu sexta-feira em alta o “outlook" da dívida soberana de Moçambique de estável para positiva. No mesmo relatório, a agência menciona o elevado crescimento do país associado à previsão de um crescimento ainda mais acelerado devido à exploração de recursos naturais manteve a notação de risco da dívida de longo prazo de Moçambique em “B+” com uma perspectiva estável e da dívida de curto prazo em “B”.
A recente descoberta de grandes depósitos de gás natural no norte do país, na bacia do Rovuma, deverão ainda dar um empurrão significativo às receitas fiscais o que, devendo acontecer a longo prazo, estão fora da actual análise da Fitch Ratings. Dizendo que o crescimento provavelmente mais acelerado será garantido pela exploração das reservas de carvão, com Moçambique a poder vir a ser um dos mais produtores africanos deste mineral.
A economia moçambicana deverá crescer este ano perto de 7%.

MozHawk Escreveu:Tenho as minhas reservas jeab. África é, e será por muitos anos (décadas), o continente adiado. Eventualmente alguns sectores retirarão alguns dividendos da actual conjuntura que se perpetuará por algum tempo. Ainda anteontem, equivocados sobre a minha naturalidade/nacionalidade, uns catalães procuravam fazer-me uma lavagem ao cérebro sobre as potencialidades de Angola. Mas de uma forma que os colocava acima do angolano mais nacionalista (e cego). Claro, são estratégias comerciais. Mas de forma pouco sustentada a médio-longo prazo pois se o futuro ninguém o adivinha, aqui muito menos.

A estabilização política é uma falácia. Nada mais é do que aparente. Se assim o é na África Austral, agora cheia de dinâmica e energia, imagina num depauperado Sahel. Genericamente falando, as lideranças têm um único objectivo o qual não é exactamente compatível com desenvolvimento.

Dou-te os parabéns por conseguires conciliar essa lucidez de análise com a tua nacionalidade. Não é comum encontrar gente assim.

jeab Escreveu:Obrigado pela tua opinião. Eu nasci em Angola embora não me sinta Angolano, pois a minha juventude foi em Portugal, embora tenha ido várias vezes em trabalho a Moçambique. A riqueza em commodities, que o Mundo presisa está em África. Dá uma vista de olhos a estas opiniões do Bloomberg:
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid= ... refer=home

Jeab

jeab,

Mais logo lá irei. Contudo, vou dar-te mais uma achega. Trabalhei numa empresa que tinha uma concessão mineira sobre um jazigo. A dimensão do jazigo era de tal forma que o início da sua exploração levaria a uma possível "destabilização" do preço nos mercados internacionais. Deste modo, os nossos parceiros, americanos, estavam a forçar - e conseguiram até ao momento em que percebemos ser essa a sua jogada - o adiamento do início da exploração comercial da concessão até à exaustão das reservas nos EUA e Austrália. África? Ya... (já agora, não se passou em Angola).

Ou seja, todos os relatórios e dados que possas ler, das consultoras e especialistas, são fantásticos e um excelente exercício intelectual. O que se passa no terreno, é algo diferente... Dá pano para mangas lol.

Um abraço,
MozHawk

MozHawk Escreveu:A estabilização política é uma falácia. Nada mais é do que aparente. Se assim o é na África Austral, agora cheia de dinâmica e energia, imagina num depauperado Sahel. Genericamente falando, as lideranças têm um único objectivo o qual não é exactamente compatível com desenvolvimento.

Acho que este é que é o principal problema. Todos já ouvimos falar com certeza dos políticos dos países africanos, tirando muito raras excepções a corrupção e a própria conta bancária estão na ordem do dia. Temos um bom exemplo no Zimbabwe...

Obrigado pela tua opinião. Eu nasci em Angola embora não me sinta Angolano, pois a minha juventude foi em Portugal, embora tenha ido várias vezes em trabalho a Moçambique. A riqueza em commodities, que o Mundo presisa está em África. Dá uma vista de olhos a estas opiniões do Bloomberg:
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid= ... refer=home

Jeab

Tenho as minhas reservas jeab. África é, e será por muitos anos (décadas), o continente adiado. Eventualmente alguns sectores retirarão alguns dividendos da actual conjuntura que se perpetuará por algum tempo. Ainda anteontem, equivocados sobre a minha naturalidade/nacionalidade, uns catalães procuravam fazer-me uma lavagem ao cérebro sobre as potencialidades de Angola. Mas de uma forma que os colocava acima do angolano mais nacionalista (e cego). Claro, são estratégias comerciais. Mas de forma pouco sustentada a médio-longo prazo pois se o futuro ninguém o adivinha, aqui muito menos.

A estabilização política é uma falácia. Nada mais é do que aparente. Se assim o é na África Austral, agora cheia de dinâmica e energia, imagina num depauperado Sahel. Genericamente falando, as lideranças têm um único objectivo o qual não é exactamente compatível com desenvolvimento.

Aconselho-te a ler um livro que vale muito a pena ter em casa para ler, ir lendo e a cada situação mais "estranha", procurar ler nas entrelinhas e sentir a consistência da "mudança".

The State of Africa-A history of fifty years of independence, por Martin Meredith. A edição que eu tenho é sul-africana mas penso que existirá já a portuguesa.

Por cá, a visão do futuro tem muitas particularidades daí as perspectivas serem sempre de médio-longo prazo, nas apresentações, e de curto prazo no "secretismo" dos gabinetes...

Um abraço,
MozHawk

Gostaria de deixar a minha opinião e algumas idéias neste novo tópico, na esperança que desperte o interesse de mais investidores e que nos venha ajudar nestes tempos conturbados.
Como mandam as regras do investidor, deve-se primeiro localizar a área geográfica c/ maior potencial de crescimento. Para mim, África c/ a sua riqueza mineral, falta de infra-estruturas, uma agricultura sub-aproveitada e alguma estabilização política, tem tudo para dar o "salto".
O Médio Oriente está cheio de petro-dólares e têm que investi-lo, também em infra-estruturas, telecomunicações, bens de consumo, turismo, imobiliário, etc.
Depois deve-se localizar a área do investimento. E aqui é que a "porca torce o rabo", pois não só não consigo investir directamente nessas Bolsas, como as Empresas Internacionais que poderiam interessar estão expostas a outros Mercados menos interessantes e/ou maior risco.
Optei por pesquisar ETFs e ETNs que me dessem garantia de seguir Empresas ou índices destas Regiões e o que me agradou ainda estão em fase de homologação. Aqui vai:
MENA - PowerShares Frontier Countries Portofolio - Incorpora cerca de 50 Companhias da Nigéria, Egypto, Marrocos, Oman, Libano, Jordânia, Kuwait, Bahrain, Qatar e Emirados Árabes Unidos.
BNY - Claymore Frontier Select DR Index Fund - Vai seguir um índice de 26 Companhias num Universo de 40 Frontier Markets.
Jeab