Esta situação é grave, muito grave. Mas talvez não pelas razões que a generalidade está a apontar...

Ponto 1
O Estado tem de cobrar impostos, é imperativo. E se não os cobra de uma forma, cobra-os de outra. Não apenas o nosso Estado mas todos de uma forma em geral...
Estes novos combustíveis acabarão por ser alvo de imposto, é uma questão de tempo e já se discuti isso lá por fora (creio até que nalguns países os biocombustíveis estão a ser desponibilizados já nas bombas e é claro, com o devido imposto).
Por cá o mecanismo ainda não foi criado...

Ponto 2
Portugal é bastante energético-dependente e importa Energia. Cada unidade energética importada são euros que saiem do país ainda que pelo meio o Estado cobre imposto.
O País ganha portanto quando alguém "recicla combustíveis", pois são Euros que deixam de sair do país e muito provavelmente acabarão por ser igualmente objecto de imposto pois serão utilizados para consumir outros produtos.
O que se ganha é em eficácia. Desperdiça-se menos...
Se eu conseguisse alterar o meu carro para andar a água (é um cenário puramente hipotetico-académico) este Estado perseguia-me e eu era multado por utilizar um combustível que em muito beneficiaria o país...
Uma coisa é aplicar um imposto sobre a água, outra é perseguir os cidadãos prejudicando o país, apenas porque o Estado é lento a adaptar-se às novidades que beneficiam o país que administra!
Na sua sede de receitas e de minimizar o déficit a todo o custo, este Estado ficou cego e persecutório.
Nesta, como em muitas outras coisas alvo de debate recente, nota-se uma ansiedade do Estado em angariar receitas em detrimento de uma forma de estar no Mundo mais eficaz e inteligente.
Prioridade: receita. Depois: o resto.
Portanto, quando o tema é biocombustíveis, a preocupação do Estado é perseguir quem o utiliza e cobrar multas!
E eu acho isso muito preocupante...
Já se os biocombustíveis surgirem nas Bombas com o devido imposto, tudo correcto, a mim não me choca nada!