Infelizmente isto passa-se diaria e constantemente, espelha a pobresa de governação que temos(não me refiro a partidos politicos), são, na minha opinião, os tristes actos de quem não sabe fazer nem deixa fazer quem sabe..., ou será que sabem???? Nem merecem comentários..., se eles comecassem a ser responsabilizados pelas decisões que tomam, certamente isto deixaria de aconteçer, mas também deixaria de haver quem quizesse ser politico... enfim... 
Centralismo
Publicado por Gabriel Silva em 25 Abril, 2008
Vários episódios ilustram na perfeição como o poder político, gerente do dinheiro sacado aos contribuintes, se comporta de forma não apenas irresponsável, como totalmente impune e sem freio.
Em dezembro de 2007, foi inaugurada com pompa e circunstância a nova estação do Metro de Santa Apolónia. Coisa que custou a todos os contribuintes (e não apenas aos lisboetas), 300 milhões de euros. Eis que apenas passados 4 meses, António Costa veio defender o seguinte: encerramento da estação de comboio, entrega do edifício para terminal de passageiros de cruzeiros, venda dos terrenos para construção urbana e dessa forma, reduzir o défice da Refer. Ou seja, os tais 300 mlhões teriam afinal servido para criar uma rede de metro de apoio a um serviço de luxo e de turismo (os cruzeiros), e valorizar artificialmente terrenos para a construção civil. Note-se que não estou a alegar que há interesses, legítimos ou ilegítimos de construtoras privadas por detrás desta propostas, longe de mim tal coisa….. Para melhor enquadramento desta proposta, dever-se-á ter em conta um outro projecto em curso: o da construção da linha de Metro do apeadeiro do Oriente para o actual aeroporto. Algo que nos custará, a todos nós contribuintes, mais uns 500 milhões de euros. Sabendo-se que é intenção do actual governo que o dito aeroporto venha ser encerrado em 2017 e que o Metro apenas chegará ao aeroporto dentro de alguns anos, já se pode imaginar, não apenas a «utilidade» da coisa, como quem potencialmente irá beneficiar da artificial valorização urbanística por mera decisão política. Veja-se ainda que a opção do Metro foi a de escolher prolongar o ramal mais longinquo, aquele que terá de fazer maior percurso e que implicará maior desperdicio de tempo ao utilizador (quando a poucas centenas de metros passam já duas linhas…). Ainda não acabei ( e já vamos em 800 milhões, 1,5% do pib). Para alindar Lisboa, o governo criou mais uma empresa pública. E prepara-se para ser ele, Estado, a gastar dinheiro (de todos os contribuintes), e fazer as obras (mais 100 milhões, pelo menos). Em benefício de Lisboa. E mais as obras no apeadeiro do Oriente (80 milhões) e mais uma nova ponte (300 milhões). Tudo somado, aí uns 1500. Como «A média de derrapagem dos contratos [públicos] é de 100 por cento», ter-se-á uma expectativa de 3.000 milhões de euros torrados na cidade capital. Pago por todos e sem utilidade visível. Somos um país rico.
21.11.07
Retratos
De uma entrevista de Oliveira Martins, presidente do Tribunal de Contas ao Rádio Clube Português, via Câmara Corporativa:
«“OM – A média de derrapagem dos contratos em Portugal é de 100 por cento. É na base de um estudo do Instituto Superior Técnico, a partir de elementos do Tribunal. A média! Isto significa que há derrapagens que correspondem a quatro e cinco vezes mais, estamos a falar de 400 e 500 pontos percentuais. 400 e 500 pontos percentuais!
RCP – Quantias enormíssimas… Mas isso não revela um desmazelo?
OM – Isto é uma coisa endémica, um hábito antigo, um hábito antigo, uma questão de regime, um problema de regime, porque não há ninguém que possa dizer “nós fizemos”... Isto é uma média no médio e longo prazo. Estamos a falar de uma série longa de 30 anos — não é? —, e uma série longa de 30 anos em que a média de derrapagem é de 100 por cento. Por que razão é que há derrapagens por sistema nos concursos públicos? Por que razão? Por que razão? Esta é a nossa pergunta.
RCP – Não fazem bem contas…
OM – Pois, não fazem bem contas desde o início.”
De uma entrevista de Oliveira Martins, presidente do Tribunal de Contas ao Rádio Clube Português, via Câmara Corporativa:
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