
Enviado:
19/4/2008 18:25
por avliS leinaD
Caro Paionense,
Relativamente à questão que coloca sobre os resultados das instituições financeiras, lembro-me por exemplo do Citigroup que apresentou no último trimestre metade dos prejuízos relativamente ao trimestre anterior, apesar de falhar as expectativas dos ANALISTAS.
Penso que os investidores estavam cépticos relativamente às previsões dos analistas. Quase todas as semanas ouvimos alguém dizer que o pior já passou mas quando presenciamos a divulagação dos resultados concluímos que "Oh! Afinal estamos apenas numa crise. Aquilo do fim do mundo parece que não é para já".
Cmpts,
DS
Não tenho analisado em pormenor o mercado de forma a perceber quem está a liderar estes ganhos mas suspeito que seja o sector das tecnológicas.[/u]

Enviado:
19/4/2008 17:50
por Paionense
Olá, avliS leinaD!
Bem vindo ao fórum. Concordo em absoluto com a sua análise financeira e técnica. A zona em que nos encontramos é demasiadamente importante para o pequeno investidor arcar com o seu rumo.
Gostava de lhe colocar uma questão. Como vê a aparente descrepância entre os resultados piores do que o esperado por parte das grandes instituições financeiras americanas e o subir das cotações desenfreadamente?
Se o sistema financeiro americano (mundial?) está em risco que está a suportar e quem suportará estes avanços?
Obrigado
Abraço
JP
Incerteza...

Enviado:
19/4/2008 17:04
por avliS leinaD
INCERTEZA
“Não esperar até ser sol poente. É máxima do cordo deixar as coisas antes que elas o deixem. Que se saiba converter em triunfo o próprio fenecer, pois às vezes mesmo o sol, ainda brilhante, costuma retirar-se numa nuvem para que não o vejamos cair, e nos deixa suspensos, não sabendo se ele se pôs ou não.”
Baltasar Gracián y Morales, in 'A Arte da Prudência'
No contexto dos mercados financeiros internacionais temos assistido nos últimos meses a um aumento da incerteza motivada por uma crise financeira baseada no crédito hipotecário de alto risco – o subprime.
Com o incumprimento no pagamento dos empréstimos, o sector financeiro surge como o principal prejudicado no seio da economia. No entanto os efeitos nefastos não se esgotam por aqui: a restrição ao financiamento com capitais alheios limitará o crescimento das empresas, quer pela via da diminuição do investimento quer pela redução do consumo da população.
Certos de que este ciclo vicioso se autoagravará com o decorrer do tempo, caracterizado por taxas de desemprego crescentes, os investidores começam a evitar os investimentos mais arriscados. O aumento da indecisão tem criado uma pressão vendedora nos mercados accionistas internacionais levando os principais índices de referência a quebras na ordem dos 15% desde o início do ano.
Contudo, hoje como nunca, os principais decisores económicos mundiais (BCE, FED, …) possuem mecanismos de detecção e actuação muito mais eficientes, o que nos faz acreditar que estamos muito longe de presenciar os mesmos efeitos da grande crise do ano de 1929. E, da mesma forma que as quedas das acções antecedem as quebras futuras nos resultados das empresas, é de esperar que a retoma se faça sentir em primeira instância nos mercados accionistas.
Apesar da recente recuperação das cotações à escala mundial, certo é que tecnicamente ainda estamos num bear market iniciado em Janeiro. Os principais índices internacionais, estão hoje bastante perto de zonas de resistência muito importantes e que podem ser consideradas (a) fronteira entre o bear e o bull market: PSI20 – 11400 pontos; DAX – 7000 pontos; S&P500 – 1410 pontos.
Para o pequeno investidor penso que estas são zonas de venda, pois mais vale realizar as mais valias recentes e aguardar que o mercado nos diga para que lado pretende continuar o seu caminho. Quanto a possíveis entradas com boa relação rentabilidade/risco podemos considerar a quebra consistente das resistências enunciadas ou o suporte equivalente a 5500 pontos no DAX.