Tempestade financeira poderá ser mais duradoura e mais devastadora para a economia real
As tensões que têm agitado os mercados financeiros poderão "persistir por mais tempo do que o inicialmente pensado e poderão ter um impacto mais vasto na economia real do que o actualmente antecipado".
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Eva Gaspar
egaspar@mediafin.pt
As tensões que têm agitado os mercados financeiros poderão "persistir por mais tempo do que o inicialmente pensado e poderão ter um impacto mais vasto na economia real do que o actualmente antecipado".
O alerta foi dado esta manhã pelo Banco Central Europeu (BCE) e segue a linha mais apreensiva que tem sido seguida pela generalidade das organizações internacionais, caso do FMI, que temem que esta crise se prolongue por todo o ano de 2008, e faça novas vítimas entre os bancos – aumentando as vias de contágio à economia real.
No caso da Zona Euro, o FMI antecipa agora que a taxa de crescimento não ultrapasse os 1,4%, ao passo que os Estados Unidos andarão na vertigem de uma recessão, com a nova previsão do Fundo a apontar para uma taxa anual de crescimento de apenas 0,5%.
No rescaldo da divulgação dos novos números da inflação na Zona Euro, que disparou para 3,6% em Março, atingindo o valor mais elevado dos últimos 16 anos, o BCE volta a avisar que não tem margem para descer as taxas de juro, deixando implícito que mesmo a opção de uma subida não pode ser descartada. Existem "riscos crescentes" em torno da evolução da inflação. O BCE "enfatiza que a manutenção da estabilidade de preços no médio prazo é o nosso primeiro objectivo".