Matérias-primas - Novas subidas em 201121 Dezembro 2010 | 09:00
Carla Pedro -
cpedro@negocios.ptO milho vai ocupar o trono dos produtos agrícolas no próximo ano. Vindos de outros sectores, juntam-se-lhe o cobre, o petróleo e o ouro. Os líderes das valorizações de 2011 já estão seleccionados.O ano corrente foi positivo para a generalidade das matérias-primas, mas o movimento de subida não deverá ficar por aqui. Muitas são as casas de investimento que prevêem uma continuação da tendência em 2011. Nalguns casos, como o do cobre, esperam-se novos máximos históricos. Para o petróleo, o patamar dos 100 dólares é quase certo. E o ouro deve subir pelo 11º ano consecutivo.
Em 43 matérias-primas, apenas seis desceram no acumulado do ano até 6 de Dezembro, dizem as contas dos analistas do Barclays Capital (BarCap). Entre as maiores valorizações está o algodão (87,7%), gás natural do Reino Unido (86,4%), paládio (83,7%), prata (76,5%), trigo (54%), café (53,5%) e estanho (50,3%).
Não há dúvidas, sublinham os estrategas da entidade britânica, que a agricultura foi o sector das matérias-primas mais forte este ano. E em 2011, prognosticam, os fundamentais da procura continuarão a melhorar, neste e noutros sectores das "commodities", com várias matérias-primas preparadas para fixarem novos máximos. Os receios em torno da dívida soberana teriam de agravar-se muito mais ou o crescimento da China teria de abrandar muito mais depressa do que o previsto para a tendência de subida dos preços não se confirmar, argumenta o BarCap.
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Trigo será o elo mais fracoO gás natural recolhe consenso na lista de "commodities" que os principais analistas estimam que desvalorizem em 2011. Segundo o Bank of America Merrill Lynch, as cotações desta matéria-prima energética deverão cair, sobretudo devido ao aumento da produção. Opinião que é partilhada pelo Goldman Sachs. Nas "commodities" agrícolas, o açúcar causa dúvidas. Os fundamentais são positivos, com baixos stocks e forte procura, mas o aumento das exportações indianas poderá debilitar o cenário, diz o BarCap.
Mas o BofA Merrill Lynch concentra-se nas previsões de que a produção será penalizada por condições atmosféricas desfavoráveis e de que a procura continuará a crescer, estimando assim um bom ano para o açúcar. Segundo este banco e o Goldman, o trigo será o elo mais fraco em 2011, devido à maior produção, aos inventários elevados e aos excedentes de exportação por parte da Europa e América do Sul.
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