Petróleo ultrapassa os 126 dólares por barril em Nova Iorque
O preço do petróleo renovou um novo máximo histórico ao negociar acima dos 126 dólares em Nova Iorque e nos 125,90 dólares por barril, em Londres. A contribuir para a escalada está a desvalorização do dólar face ao euro, que leva os investidores a comprarem "commodities".
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Ana Filipa Rego
arego@mediafin.pt
Ana Luísa Marques
anamarques@mediafin.pt
O preço do petróleo renovou um novo máximo histórico ao negociar acima dos 126 dólares em Nova Iorque e nos 125,90 dólares por barril, em Londres. A contribuir para a escalada está a desvalorização do dólar face ao euro, que leva os investidores a comprarem "commodities".
Em Nova Iorque, o preço do petróleo [Cot] sobe agora 0,90% para os 124,80 dólares depois de ter ultrapassado os 126 dólares para um novo máximo histórico nos 126,20 dólares.
Em Londres [Cot] avança 1,64% para os 124,85 dólares depois de ter atingido o valor mais elevado de sempre nos 125,90 dólares.
O petróleo tem tocado novos recordes há cinco sessões uma vez que o euro tem valorizado perante a especulação de que o Banco Central Europeu (BCE) vai continuar a manter os juros no nível mais elevado de seis anos (4%) para controlar a inflação. A fraqueza do dólar impulsiona o "apetite" dos investidores por "commodities".
A moeda norte-americana já caiu 10% desde o dia 18 de Setembro, altura em que a Reserca Federal dos EUA começou a reduzir os juros para acalmar a crise financeira. A Fed reduziu sete vezes a sua taxa de juro de referência enquanto o BCE tem mantido os juros na Zona Euro.
Para a forte valorização dos preços da matéria-prima – esta semana acumulam ganhos de mais de 7% – têm contribuído também os ataques a refinarias na Nigéria, que reduziram as exportações do maior produtor petrolífero do continente africano, e também a especulação dos investidores de que os "stocks" de derivados do petróleo (gasolina e gasóleo) não sejam suficientes para satisfazer a procura.
O Departamento de Energia dos EUA revelou, na passada quarta-feira, que as reservas destes produtos diminuíram, na semana passada, isto numa altura em que se aproxima a época de Verão. Tradicionalmente, a procura tende a aumentar, nos EUA, com o maior número deslocações de automóvel.
Além destes dois factores, há ainda a posição da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). O cartel afirmou, ontem, que não será necessário aumentar a produção já que considera que é "a considerável desvalorização dos dólar", e não a escassez na oferta, que está por trás da escalada dos preços.