Novos recordes atingidos hoje
Petróleo no sobe e desce em dia de grande volatilidade
Os preços do petróleo abriram a sessão de hoje em baixa, depois atingiram novos máximos históricos e acabaram por terminar em ligeira queda. Um dia de grande volatilidade, ao sabor da Arábia Saudita, da StatoilHydro, do mercado cambial e da aproximação da data de expiração dos contratos de Julho para o crude dos EUA.
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Carla Pedro
cpedro@mediafin.pt
Os preços do petróleo abriram a sessão de hoje em baixa, depois atingiram novos máximos históricos e acabaram por terminar em ligeira queda. Um dia de grande volatilidade, ao sabor da Arábia Saudita, da StatoilHydro, do mercado cambial e da aproximação da data de expiração dos contratos de Julho para o crude dos EUA.
O “ouro negro” esteve em baixa durante grande parte da manhã, devido à notícia de que Arábia Saudita poderá anunciar em breve um aumento da sua produção de petróleo. No entanto, foi uma queda de curta duração e, logo a seguir, marcaram novos recordes em Londres e Nova Iorque – essencialmente devido à desvalorização do dólar.
Com efeito, a queda de quase 1% da nota verde face à moeda única europeia rapidamente inverteu a tendência dos mercados petrolíferos.
O West Texas Intermediate (WTI), crude de referência dos EUA, atingiu um máximo de sempre perto das 14h de Lisboa, nos 139,89 dólares por barril no mercado nova-iorquino. Os actuais níveis representam mais do dobro do preço a que estava cotado há um ano e, desde o início deste ano, a subida acumulada é superior a 44%.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, “benchmark” para a Europa, também alcançou um novo recorde, ao cotar-se nos 139,32 dólares.
Se a nota verde continuar a fragilizar, há grandes probabilidades de o crude se manter em alta. “Sempre que há sinais de fraqueza do dólar, o dinheiro transita para refúgios seguros, como o petróleo”, comentou à Bloomberg um analista da Energy Security Analysis, Rick Mueller.
A Goldman Sachs e a Morgan Stanley foram duas das várias vozes que nos últimos tempos previram o crude nos 150 ou mesmo nos 200 dólares. E apesar de muitos economistas e executivos considerarem improvável o vaticínio do presidente da OAO Gazprom, Alexei Miller, de que o petróleo poderá chegar aos 250 dólares por barril num futuro previsível, o certo é que já começam a surgir muitas apostas nesse sentido por parte dos investidores.
Segundo os dados compilados pela Bloomberg, pelo menos 3.008 contratos de opções foram já comprados com direito a que os seus detentores comprem petróleo a 250 dólares já em Dezembro.
Se o petróleo chegar a estes níveis, ninguém parece ter dúvidas quanto às consequências. Os preços dos alimentos duplicarão, os Estados Unidos, Japão e Europa entrarão em recessão profunda, muitas empresas irão à falência e as companhias aéreas poderão ter que ser nacionalizadas, já que precisarão de subsídios governamentais para conseguirem que os preços dos bilhetes se mantenham em patamares exequíveis para os passageiros.
As cotações acabaram por fechar em baixa, não à conta do possível aumento da produção saudita mas sim porque o contrato de Julho do WTI termina no final desta semana, o que fez com que muitos operadores começassem a desfazer-se deles.
O WTI fechou a ceder 0,47%, para 134,22 dólares por barril, ao passo que o Brent perdeu 0,82%, para 134 dólares.