caldeirum Escreveu:Certo. Tanto o comprador como o vendedor podem dizer não. A questão aqui, creio eu, é que uma das partes está a tentar mostrar que pode estabelecer preços máximos quando não tem soluções para substituir esse fornecedor. Vejo aqui, acho que todos nós conseguimos ver, um desequilíbrio enorme na mesa das negociações. Isto se houvesse uma mesa...
Não consigo ver bem o desiquilibrio. Aliás, nem sei bem - sinceramente - em que sentido é que dizes que há um desiquilibrio, quem é ao certo que tem maior (ou muito maior) poder?
A Russia tem a energia (que a Europa quer/precisa, pois é deficitária em energia) e a Europa tem o dinheiro (de que a Russia quer/precisa para a sua Economia e para a máquina de guerra). Cada um faz pressão para o seu lado, a Europa diz que paga até xis e a Rússia ameaça cortar. E menciono a guerra pois a Rússia está envolvida neste momento num guerra importante que dura há mais de meio ano. Isto tem custos, não é só a Europa que precisa de energia (depende da Rússia), a Rússia precisa de dinheiro (depende da Europa).
Se a Europa não tem alternativa no imediato a quem recorrer para comprar a energia que adquire à Rússia, a Rússia também não tem alternativa no imediato para ir vender a energia que precisa de vender (não há aí uma "segunda europa" à espera para comprar essa energia toda à rússia também no imediato).
É um processo normal de negociação/renegociação. A retórica é a retórica da geopolítica mas na verdade não passa disto: um tem o produto para vender e quer vender e de preferencia o mais caro possível e o outro tem o dinheiro para comprar e quer comprar... mas até um preço.