Branc0 Escreveu:
Cobrança de rendimentos:
Juros e dividendos 2,00% EUR 2,50 Valor distribuido.
Amortizações, subscrições, incorporações, reduções e outras conversões. 0,20% EUR 1,50 Valor da operação ou valor distribuido.
Pedido de reembolso de imposto na origem EUR 150,00 Valor recuperado.
A primeira parte do preçário, a taxa de supervisão, não sei o que é e nunca tinha reparado que existisse em lado algum (será só na lj??).
A segunda parte refere-se ao que te cobram de cada vez que recebes dividendos (faz sentido que eles te cobrem algo pelo trabalho de fisicamente creditar dividendos, etc).
O pedido de reembolso refere-se a uma cena que "ninguém" nota e que é "o barato sai caro". A maior parte dos bancos e instituições portuguesas, por uma questão de contenção de custos de corretagem e para que possam passar esse preço barato ao cliente final, não faz a distinção/prova de clientes residentes ou não-residentes face ao broker internacional que lhes serve de intermediário. Ao não o fazer, é impossível fazer a aplicação de acordos de dupla tributação de impostos. Este custo que se propõem cobrar-te será o custo de te preparar o processo da recuperação de imposto no pais de origem de modo "manual". Para ser mais clara, vou-te dar um exemplo concreto:
O acordo de dupla tributação com a Finlândia, relativamente aos dividendos, faz com que nos deva ser retido na Finlândia 15% do montante de dividendos pagos por empresas finlandesas (uma vez pago cá, ainda pagamos mais 20%, mas isso não há nada a fazer a não ser optar pelo englobamento, é outro tema e não é linear que nos seja uma troca vantajosa). Ao não ser aplicado o acordo de dupla tributação, a Finlândia retém 28% dos dividendos pagos. Ou seja, 28% pagos lá mais 20% de retenção cá, esses dividendos chegam à nossa conta "comidos" em 48% de impostos. O processo de recuperação (que custa os 150 euros na lj), permite que se vá pedir à administração fiscal da finlandesa a devolução entre os 15% e os 28%. Ou seja, no fundo, 150 euros tem que ser menor que 13% do valor dos dividendos para fazer sentido tentar a recuperação e esperar o tempo que isso demora (ou seja, os dividendos a receber têm que ser mais do que 1153 euros para termos um ganho). A entidade que mais ganha com isto tudo é a corretora/banco que não só usou um serviço barato de corretagem e que possibilitasse a aplicação do acordo mas que ainda cobra aos clientes o serviço de recuperação do montante que poderia ter sido poupado caso o serviço fosse melhor, ehhe.
A alternativa a todo este processo é optar pelo englobamento e ficar com a taxa final de imposto
ou usar um banco que provavelmente cobra mais caro pela corretagem mas que aplica o acordo de dupla tributação.
Se toda a gente começar a fazer pressão e a exigir que os acordos de dupla tributação sejam aplicados, corremos o sério risco de ficar todos a ganhar….