"Exmos Srs. da companhia de seguros X:
No passado mês fui vítima de um PEQUENO acidente de trabalho quando tentava transportar uma carga de aproximadamente 250 Kg em blocos de cimento entre o 6º e o R/C de uma obra na qual trabalhava.
Depois de adaptar uma pequena roldana à parede do 6º andar e introduzir os blocos de cimento num bidão, atei-lhe uma corda que mais tarde poderia puxar a partir do R/C do dito edifício. Assim sendo, desci o prédio e comecei a puxar a corda...
Qual não foi o meu espanto quando comecei a subir..., mas não perdi o discernimento e não larguei a corda. Por volta do 3º andar, qual não foi o meu espanto, sofri o 1º impacto, tendo o bidão batido no meu ombro, causando-me uma fractura na clavícula, mas não perdi o discernimento e não larguei a corda. Por volta do 6º andar, qual não foi o meu espanto, sofri o 2º impacto, agora devido a ter embatido com as mãos na roldana, do qual resultou a fractura de alguns dedos das mãos, mas não perdi o discernimento e não larguei a corda.
Foi então que comecei a descer, porque o bidão tinha batido no chão e largado algum do peso que tinha...
Ao longo da descida e por volta do 3º andar, qual não foi o meu espanto, sofri o 3º impacto, tendo levado com o bidão no pé direito, partindo-o, mas não perdi o discernimento e não larguei a corda. Continuei a descer... e ao chegar ao R/C, qual não foi o meu espanto, embati no chão fracturando as pernas em diversos locais, mas não perdi o discernimento e não larguei a corda.
Tendo o bidão embatido na parede do 6º andar, a corda soltou-se e o bidão começou a cair, qual não foi o meu espanto ao levar com ele na cabeça, foi aí que perdi o discernimento e larguei a corda... sofri um traumatismo craniano e fiquei inconsciente.
Sem mais nenhum assunto de momento, despeço-me, respeitosamente, agradecendo desde já toda a atenção dispensada.
(...)"
