Enviado: 30/5/2007 6:57
Construção 2007-05-30 07:31
Resultado líquido da Mota-Engil sobe 35% no primeiro trimestre
A empresa de construção portuguesa liderada por António Mota anunciou hoje uma subida de 35,73% do seu lucro líquido para os 2,45 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, face aos 1,81 milhões de euros registados no mesmo período de 2006, e acima das estimativas dos analistas que apontavam para os 2,2 milhões de euros.
Tiago Silva
De acordo com um comunicado hoje emitido pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Mota-Engil adianta que o seu lucro por acção cresceu 36,03% para os 0,0125 euros no período em análise face aos homólogos 0,0092 euros.
O volume de negócios da empresa aumentou 18,49% para os 319,71 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, o compara com os 269,83 milhões de euros em igual período de 2006.
“Esta evolução do volume de negócios foi possível devido ao crescimento verificado pelas áreas de negócio Indústria e Energia (119%), e Ambiente e Serviços (113%), onde cerca de 27,1 milhões de euros são contributo do segmento da Logística. De registar ainda o contributo de cerca de 21,8 milhões de euros das concessionárias de auto-estradas”, esclarece a Mota-Engil.
Para o volume de negócios do Grupo a área de Engenharia e Construção contribuiu com 211 milhões de euros (face aos homólogos 228 milhões de euros); a área de Ambiente e Serviços com 51 milhões de euros (24 milhões de euros em 2006); a Indústria e Energia com 46,1 milhões de euros (contra os 21,5 milhões de euros de 2006); e a área de Concessões de transportes contribuiu com 21,8 milhões de euros.
A empresa sublinha que o seu EBITDA (resultados antes de gastos financeiros, impostos, depreciações e amortizações) progrediu 117,31% para os 55,61 milhões de euros nos primeiros três meses de 2007 face aos homólogos 25,59 milhões de euros, traduzindo-se numa margem EBITDA de 17,4% face aos 9,5% de 2006.
“Esta evolução deve-se ao contributo da área das concessões de transportes com um EBITDA de 20,7 milhões de euros e ao aumento verificado neste indicador na área de ambiente e serviços com a introdução das empresas do Grupo Tertir e a melhoria da margem EBIT no segmento de resíduos”, sublinha a Mota-Engil.
O EBIT aumentou 133,9% para os 30,21 milhões de euros no período em análise, contra os 12,91 milhões de euros registados no primeiro trimestre do ano passado, reflectindo “o constante aproveitamento das sinergias criadas pelo Grupo”.
O investimento do primeiro trimestre deste ano ascendeu a cerca de 64 milhões de euros, o que representa um crescimento de cerca de 51 milhões de euros face ao período homólogo, sendo “na sua quase totalidade efectuado em imobilizado corpóreo. Para esta evolução pesa sobretudo o contributo da área de concessões de transportes e do aumento ocorrido na indústria e energia”.
Devido ao peso que o endividamento sem recurso apresentou na área de concessões de transportes nos primeiros três meses, com a consolidação desta área pelo método da integração proporcional, a Mota-Engil apresenta pela primeira vez informação separada sobre o endividamento com recurso (que se situou nos 699 milhões de euros) e o endividamento sem recurso (que atingiu os 962 milhões de euros.
“A curva do endividamento com recurso do Grupo segue a sazonalidade tradicional do sector, verificando-se um crescimento, face a igual período de 2006. No que respeita ao endividamento sem recurso, este respeita na sua quase exclusividade à área de concessões de transportes, em particular às concessões do Grupo Aenor, ainda em fase de arranque”, refere a Mota-Engil.
Os resultados financeiros aumentaram 160,1% para os 25,87 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, face aos homólogos 9,95 milhões de euros, os quais foram negativamente influenciados pelo crescimento do endividamento e pelo incremento nas taxas de juro.
A carteira de encomendas da Mota-Engil no primeiro trimestre, manteve-se ao nível do valor apresentado em Dezembro do ano passado, ou seja, em cerca de 1,5 mil milhões de euros.
Para a carteira de encomendas do Grupo “a actividade internacional tem um peso cada vez mais significativo, quer por via de mercados bem conhecidos, como o Angolano, quer pela via da exploração de novos mercados, visível no incremento que o peso da carteira de encomendas da Europa Central teve sobre o total da carteira do Grupo”.
A Mota-Engil salienta que o peso relativo das áreas de negócio tem vindo a alterar-se devido à diversificação dos investimentos do Grupo, no entanto, a área de Engenharia e Construção é ainda responsável por mais de 60% das vendas e prestações de serviços do Grupo.
No primeiro trimestre de 2007, a construtora chegou a acordo com o BES para adquirir ao BCP as participações deste nas quatro concessionárias de auto-estradas do Grupo AENOR, e celebrou o contrato de concessão da Grande Lisboa com a LusoLisboa – Autoestradas da Grande Lisboa.
Durante o mês de Janeiro, a Mota-Engil recebeu uma dívida de entidade públicas angolanas no montante de cerca de 65 milhões de dólares, e entre Janeiro e Março procedeu à troca da participação que o Grupo detinha na Sols e Solsuni por uma participação qualificada na ParaRede.
A empresa reforçou ainda a sua posição nos terminais portuários de Lisboa, através da aquisição da Multiterminal (sociedade que detém 50% da Sotagus e 31,25% da Liscont).
Nos primeiros três meses do ano, a Martifer (empresa detida em 50% pela Mota-Engil) lançou juntamente com a indiana Suzlon Energy uma Oferta Pública de aquisição sobre a alemã REpower Systems.
A Mota-Engil anunciou no passado dia 25 de Maio o lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre as acções que ainda não detém na Tertir, ou seja, 27,56% do capital.
A contrapartida ascende a 11,73 euros por acção, o que avalia a operação em 22,3 milhões de euros. O prazo da Oferta termina no próximo dia 8 de Junho.
A construtora nacional pagou, a partir do passado dia 30 de Abril, um dividendo de 11 cêntimos por acção aprovado em Assembleia Geral.
As acções da Mota-Engil fecharam a sessão de terça-feira a perder 0,42% para os 7,07€, tendo atingido um novo máximo histórico nos 7,40€.
Estimativas
As estimativas do BPI apontavam para que a empresa liderada por António Mota atingisse um resultado líquido de 2,2 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, o que representava uma subida de 23% face aos 1,8 milhões de euros registados em igual período do ano passado.
Em nota de análise publicada ontem, o banco adiantava que as vendas no negócio da construção apresentassem um recuo de 5% penalizadas pelo fraco crescimento do sector em Portugal
Quanto ao EBITDA, o BPI previa que atingisse os 49,5 mil milhões de euros entre Janeiro e Março, traduzindo um crescimento de 94% face aos 25,6 milhões de euros obtidos em igual período de 2006.
No total, e no período em análise, o banco estimava que as vendas alcançassem os 324,1 milhões de euros, mais 20% do que no período homólogo do ano passado e que as concessões
Resultado líquido da Mota-Engil sobe 35% no primeiro trimestre
A empresa de construção portuguesa liderada por António Mota anunciou hoje uma subida de 35,73% do seu lucro líquido para os 2,45 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, face aos 1,81 milhões de euros registados no mesmo período de 2006, e acima das estimativas dos analistas que apontavam para os 2,2 milhões de euros.
Tiago Silva
De acordo com um comunicado hoje emitido pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Mota-Engil adianta que o seu lucro por acção cresceu 36,03% para os 0,0125 euros no período em análise face aos homólogos 0,0092 euros.
O volume de negócios da empresa aumentou 18,49% para os 319,71 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, o compara com os 269,83 milhões de euros em igual período de 2006.
“Esta evolução do volume de negócios foi possível devido ao crescimento verificado pelas áreas de negócio Indústria e Energia (119%), e Ambiente e Serviços (113%), onde cerca de 27,1 milhões de euros são contributo do segmento da Logística. De registar ainda o contributo de cerca de 21,8 milhões de euros das concessionárias de auto-estradas”, esclarece a Mota-Engil.
Para o volume de negócios do Grupo a área de Engenharia e Construção contribuiu com 211 milhões de euros (face aos homólogos 228 milhões de euros); a área de Ambiente e Serviços com 51 milhões de euros (24 milhões de euros em 2006); a Indústria e Energia com 46,1 milhões de euros (contra os 21,5 milhões de euros de 2006); e a área de Concessões de transportes contribuiu com 21,8 milhões de euros.
A empresa sublinha que o seu EBITDA (resultados antes de gastos financeiros, impostos, depreciações e amortizações) progrediu 117,31% para os 55,61 milhões de euros nos primeiros três meses de 2007 face aos homólogos 25,59 milhões de euros, traduzindo-se numa margem EBITDA de 17,4% face aos 9,5% de 2006.
“Esta evolução deve-se ao contributo da área das concessões de transportes com um EBITDA de 20,7 milhões de euros e ao aumento verificado neste indicador na área de ambiente e serviços com a introdução das empresas do Grupo Tertir e a melhoria da margem EBIT no segmento de resíduos”, sublinha a Mota-Engil.
O EBIT aumentou 133,9% para os 30,21 milhões de euros no período em análise, contra os 12,91 milhões de euros registados no primeiro trimestre do ano passado, reflectindo “o constante aproveitamento das sinergias criadas pelo Grupo”.
O investimento do primeiro trimestre deste ano ascendeu a cerca de 64 milhões de euros, o que representa um crescimento de cerca de 51 milhões de euros face ao período homólogo, sendo “na sua quase totalidade efectuado em imobilizado corpóreo. Para esta evolução pesa sobretudo o contributo da área de concessões de transportes e do aumento ocorrido na indústria e energia”.
Devido ao peso que o endividamento sem recurso apresentou na área de concessões de transportes nos primeiros três meses, com a consolidação desta área pelo método da integração proporcional, a Mota-Engil apresenta pela primeira vez informação separada sobre o endividamento com recurso (que se situou nos 699 milhões de euros) e o endividamento sem recurso (que atingiu os 962 milhões de euros.
“A curva do endividamento com recurso do Grupo segue a sazonalidade tradicional do sector, verificando-se um crescimento, face a igual período de 2006. No que respeita ao endividamento sem recurso, este respeita na sua quase exclusividade à área de concessões de transportes, em particular às concessões do Grupo Aenor, ainda em fase de arranque”, refere a Mota-Engil.
Os resultados financeiros aumentaram 160,1% para os 25,87 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, face aos homólogos 9,95 milhões de euros, os quais foram negativamente influenciados pelo crescimento do endividamento e pelo incremento nas taxas de juro.
A carteira de encomendas da Mota-Engil no primeiro trimestre, manteve-se ao nível do valor apresentado em Dezembro do ano passado, ou seja, em cerca de 1,5 mil milhões de euros.
Para a carteira de encomendas do Grupo “a actividade internacional tem um peso cada vez mais significativo, quer por via de mercados bem conhecidos, como o Angolano, quer pela via da exploração de novos mercados, visível no incremento que o peso da carteira de encomendas da Europa Central teve sobre o total da carteira do Grupo”.
A Mota-Engil salienta que o peso relativo das áreas de negócio tem vindo a alterar-se devido à diversificação dos investimentos do Grupo, no entanto, a área de Engenharia e Construção é ainda responsável por mais de 60% das vendas e prestações de serviços do Grupo.
No primeiro trimestre de 2007, a construtora chegou a acordo com o BES para adquirir ao BCP as participações deste nas quatro concessionárias de auto-estradas do Grupo AENOR, e celebrou o contrato de concessão da Grande Lisboa com a LusoLisboa – Autoestradas da Grande Lisboa.
Durante o mês de Janeiro, a Mota-Engil recebeu uma dívida de entidade públicas angolanas no montante de cerca de 65 milhões de dólares, e entre Janeiro e Março procedeu à troca da participação que o Grupo detinha na Sols e Solsuni por uma participação qualificada na ParaRede.
A empresa reforçou ainda a sua posição nos terminais portuários de Lisboa, através da aquisição da Multiterminal (sociedade que detém 50% da Sotagus e 31,25% da Liscont).
Nos primeiros três meses do ano, a Martifer (empresa detida em 50% pela Mota-Engil) lançou juntamente com a indiana Suzlon Energy uma Oferta Pública de aquisição sobre a alemã REpower Systems.
A Mota-Engil anunciou no passado dia 25 de Maio o lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre as acções que ainda não detém na Tertir, ou seja, 27,56% do capital.
A contrapartida ascende a 11,73 euros por acção, o que avalia a operação em 22,3 milhões de euros. O prazo da Oferta termina no próximo dia 8 de Junho.
A construtora nacional pagou, a partir do passado dia 30 de Abril, um dividendo de 11 cêntimos por acção aprovado em Assembleia Geral.
As acções da Mota-Engil fecharam a sessão de terça-feira a perder 0,42% para os 7,07€, tendo atingido um novo máximo histórico nos 7,40€.
Estimativas
As estimativas do BPI apontavam para que a empresa liderada por António Mota atingisse um resultado líquido de 2,2 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, o que representava uma subida de 23% face aos 1,8 milhões de euros registados em igual período do ano passado.
Em nota de análise publicada ontem, o banco adiantava que as vendas no negócio da construção apresentassem um recuo de 5% penalizadas pelo fraco crescimento do sector em Portugal
Quanto ao EBITDA, o BPI previa que atingisse os 49,5 mil milhões de euros entre Janeiro e Março, traduzindo um crescimento de 94% face aos 25,6 milhões de euros obtidos em igual período de 2006.
No total, e no período em análise, o banco estimava que as vendas alcançassem os 324,1 milhões de euros, mais 20% do que no período homólogo do ano passado e que as concessões