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Caldeirão da Bolsa

EUA - 07-Nov-02: A subversão dos modelos macroeconómicos

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Muito obrigado

por BrunoV » 11/11/2002 8:38

Muito obrigado pela vossa atenção, já apendi umas coisas importantes: A teoria e a realidade nem sempre andam de mãos dadas, e os modelos são meras representações da realidade, não a realidade em si.
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Re: Não é bem assim

por atomez » 8/11/2002 16:24

Apenas um esclarecimento complementar: A indicação feita pelo Atomez é correcta para o caso do BCE mas, no caso da FED, os seus estatutos igualmente indicam como missão o estímulo à economia. E isso explica muitas da sdiferenças de políticas dos dois Bancos centrais... :
Pedro


Acho que em ambos os casos acho que o 1º objectivo é a estabilidade dos preços (nem inflação nem deflação) e o 2º o crescimento económico. Há diferenças nas políticas porque a inflação na Eurolândia é mais alta que nos States, e portanto as taxas de juro também.

O ponto que queria focar inicialmente é que os Bancos Centrais são independentes dos governos. Nos sítios onde isso não acontece (américa latina, ásia, ditaduras em geral) os resultados costumam ser dasastrosos.

Bons negócios, que isto hoje está para o chocho (não confundir com XOXO)
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por Ulisses Pereira » 8/11/2002 15:33

Bela observação Pedro...

Um abraço,
Ulisses
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Re: Não é bem assim

por Flying Turtle » 8/11/2002 15:27

Atomez Escreveu:
BrunoV Escreveu:Diz a teoria Macroeconómica que o Estado pode estimular e "arrefecer" a economia, dispondo para isso de diversas ferramentas, sendo a mais comum a alteração das taxas de juro.


O Estado pode estimular e "arrefecer" a economia MAS a alteração das taxas de juro NÃO é uma dessas ferramentas. Quem faz essas alterações são os Bancos Centrais que nos EUA e Europa são independentes do Estado. De acordo com os seus estatutos as suas decisões devem ter como objectivo principal a manutenção da inflação em valores baixos (cerca de 2% / ano) manipulando a massa monetária em circulação.

O que se viu é porque mesmo os bancos centrais são apenas um dos factores num sistema económico cada vez maior e muito mais complexo...

(o itálico na citação do Atomez é de minha autoria)

Apenas um esclarecimento complementar: A indicação feita pelo Atomez é correcta para o caso do BCE mas, no caso da FED, os seus estatutos igualmente indicam como missão o estímulo à economia. E isso explica muitas da sdiferenças de políticas dos dois Bancos centrais... :wink:

Um abraço
Pedro
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Re: Não é bem assim

por atomez » 8/11/2002 14:25

BrunoV Escreveu:Diz a teoria Macroeconómica que o Estado pode estimular e "arrefecer" a economia, dispondo para isso de diversas ferramentas, sendo a mais comum a alteração das taxas de juro.


O Estado pode estimular e "arrefecer" a economia MAS a alteração das taxas de juro NÃO é uma dessas ferramentas. Quem faz essas alterações são os Bancos Centrais que nos EUA e Europa são independentes do Estado. De acordo com os seus estatutos as suas decisões devem ter como objectivo principal a manutenção da inflação em valores baixos (cerca de 2% / ano) manipulando a massa monetária em circulação.

O que se viu é porque mesmo os bancos centrais são apenas um dos factores num sistema económico cada vez maior e muito mais complexo...
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por Ulisses Pereira » 8/11/2002 13:16

Há aqui duas questões que justificam, na minha opinião, as quedas de ontem.

Por um lado, um corte tão agressivo mostra que a economia americana está na corda bamba e Alan Greenspan e os seus pares tentam, a todo o custo, evitar uma situação semelhante à que se vive no Japão. Ou seja, os 50 pontos sinalizam uma má situação económica.

Mas a principal razão pela qual os mercados cairam não tem nada a ver com a dimensão do corte de taxas, mas sim com o percurso do mercado antes do mesmo. Os mercados subiram muito em antecipação desta notícia, pelo que penso que qualquer que fosse a decisão, a reacção seria esta. Aliás, a Pata-hari, antes do evento afirmou isso mesmo: Que qualquer decisão levaria o mercado a cair.

Curioso este mundo da bolsa, não é?

Um abraço,
Ulisses
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EUA - 07-Nov-02: A subversão dos modelos macroeconómicos

por BrunoV » 8/11/2002 8:54

Insisto que não sou "especialista" em Bolsa, e farei questão de o relembrar em todos os meus tópicos, mas o que se passou ontem nos mercados americanos deixou-me numa situação de profunda dissonância, que espero que algum de vocês me ajude a ultrapassar, senão vejamos:

A teoria:
Diz a teoria Macroeconómica que o Estado pode estimular e "arrefecer" a economia, dispondo para isso de diversas ferramentas, sendo a mais comum a alteração das taxas de juro. No caso de querer estimular a Economia pode fazer descer as taxas de juro, o que segundo a teoria é conseguido através de um aumento da quantidade de moeda em circulação, pois as pessoas que passam a ter mais moeda (que não querem) e vão com ela comprar títulos, fazemdo subir os preços e descer a taxa de juro (neste modelo taxa de juro = dividend yield). Com taxas de juro mais baixas, o investimento iria aumentar (bem como a procura, pois o investimento é visto como uma das componentes da procura).
Por este motivo seria de esperar que os preços das acções e de outros títulos subisse.

Os factos:
. Índices norteamericanos sobem antecipando descida nas taxas de juro (se bem que também "puxados" pelo fim do ano para os fundos);
. Anunciado o corte de 0.5% nas taxas de juro (superior ao esperado pela maioria dos analistas);
. Mercados reagem: Queda superior a 2%.

As dúvidas:
Não seria legítimo supor que perante um corte superior ao esperado os mercados reagissem em alta? Será que o anuncio de cortes tão elevados não influênciou a confiança e as expectativas dos agentes? Será que os mercados "sentem" a eminência de um conflito armado no Golfo?
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