Como se combate o populismo? "Com eleições", responde Fukuyama

[Pata-Hari]

Exacto, Moz, concordo que é apenas a constatação do facto.

Devastador, mais do que nos montantes em valor absoluto (que têm que ser comparados face ao pib per capita) como país pobre que temos, sofremos do velho problema da distribuição da riqueza. Houvessem sistemas fiscais eficientes e mais à imagem do resto da europa (sim, porque até para isso é preciso optar-se por sistemas sociais que tenham como objectivo a redistribuição, ao contrário dos estados unidos e tal como na Europa do Norte) e isto não seria tão óbvio. Houvessem sistemas públicos (escolares, hospitalares, de assistência social) que funcionassem à altura do custo que têm e tudo isso seria muito menos evidente, óbvio e aparente.

Toma lá a anedota que se aplica aqui à perfeição:

Numa reunião com o Presidente da Suíça, Sócrates apresenta os seus Ministros:
- Este é o Ministro da Saúde, este é o Ministro da Educação, este é o ministro da Cultura, este é o Ministro da Justiça...
E por ai fora.

Chegou a vez do Presidente da Suíça:

Este é o Ministro da Saúde, este é o Ministro da Fazenda, este é o Ministro
da Educação, este é o Ministro da Marinha...

Nessa altura Sócrates começa a rir:
- Desculpe, Sr. Presidente, mas para que é que o Sr. tem um Ministro da Marinha, se o seu país não tem mar?

O Presidente da Suíça responde:
- Quando você apresentou os Ministros da Justiça, da Educação e da Saúde,
EU NÃO RI...

[ricardotugas]

A verdadeira questão está no facto de 13% de reformados, os da função publica levarem 43% do bolo total das reformas e os outros 87% ficam com 57%.

Ainda ontem me apareceu um reformado com 40 anos !!! de serviço a receber 340 euros mensais com inicio de Alzeimer.

20 anos é o valor médio de descontos dos reformados.

Para mim o que seria socialmente justo seria:

A) Quem está no activo e tivesse direito a reforma superior a 1.000 euros por aqui ficasse.

B) Quem está no activo e recebe-se ordenado de Ministro, Presidente da Republica, etc. não recebe-se reforma.

C) Quem descontou apenas 20 anos e e tivesse direito a reforma superior a 1.000 euros por aqui ficasse.

D) Se calcula-se todas as reformas antigas e novas pela mesma formula de calculo, salvaguardando os tais 1.000 euros minimos.

Estes diferenciais daria certamente para subir a reforma minima.

Mas claro que sou um idealista pois este Governo "reformista" mandou a nova lei dos deputados para 2009, lol.

[devastador]

Boa noite a todos.
Pata-Hari, mas é só com os mais velhos?!!
Temos em Portugal um salário mínimo de miséria...É fácil ver esta realidade quando os miúdos fazem as suas matrículas nas escolas...
Portugal continua a ser Lisboa e algo mais e o resto é paisagem...
Noutros países da Comunidade Europeia a média dos salários mais altos é 3 a 4 vezes superior à média dos salários mais baixos e em Portugal é 7 vezes superior!!!

[MozHawk]

Não é novidade nenhuma pois não? E não é de agora. Basta ter um mínimo de noção e sensibilidade para a realidade à nossa volta que vá para além dos espaços singulares em que nos movimentamos.

MozHawk

[zé povinho]

já nem sequer é preciso ir às Beiras, a Trás os Montes ou ao Alentejo (profundo), como gostam as tv's de falar, para se constactar as condições de extrema pobreza em que vive grande parte da nossa população idosa.

basta sair de Lisboa (ou Porto certamente) e andar uns 30/40 kms para que o fenómeno seja perfeitamente visivel a qualquer observador minimamente atento.
mesmo nalgumas zonas sub-urbanas das grandes cidades já se vêem muitos casos desses, basta para isso ir aos Centros de Saúde, às mercearias ou aos lugares de venda de frutas e legumes para perceber a preocupação em comprar sempre o mais barato, e muitas vezes a conversinha com os donos "pago quando receber a pensão".

eu ando bastante pela província, e embora raramente no Norte, posso dizer que estamos novamente perante casos de "quase fome", coisa que se pensava extinta em Portugal.

já quanto a isto:
[quote]Portugal ocupa o quarto lugar em relação à percentagem de idosos que vive na pobreza, comparativamente com o resto da população. De acordo com a edição do «Jornal de Notícias» desta segunda-feira, 29% dos velhos em Portugal dispõe de um rendimento inferior a 60% do rendimento médio, ou seja cerca de 260 euros ou menos.

Apenas Chipre, Irlanda e Espanha encontram-se à frente nesta lista. O estudo, financiado pela União Europeia e elaborado pelo Centro Europeu de Investigação em Política Social, realça ainda o facto dos dez Estados do alargamento apresentarem metade do risco da pobreza para a população idosa. [/quote]


de Cipre e da Irlanda não sei, mas garanto que um idoso em Espanha vive bastante melhor que por cá vivem os nossos, é que 60% do rendimento é bastante mais em Espanha que por cá.

[Pata-Hari]

Mais uma triste constatação.. isto sim, bem sintomático da pobreza do país.

A fonte é a tvi.

Idosos portugueses entre os mais pobres

Portugal ocupa o quarto lugar em relação à percentagem de velhos que vive na pobreza.

Os idosos portugueses estão entre os mais pobres da Europa Comunitária.

Portugal ocupa o quarto lugar em relação à percentagem de idosos que vive na pobreza, comparativamente com o resto da população. De acordo com a edição do «Jornal de Notícias» desta segunda-feira, 29% dos velhos em Portugal dispõe de um rendimento inferior a 60% do rendimento médio, ou seja cerca de 260 euros ou menos.

Apenas Chipre, Irlanda e Espanha encontram-se à frente nesta lista. O estudo, financiado pela União Europeia e elaborado pelo Centro Europeu de Investigação em Política Social, realça ainda o facto dos dez Estados do alargamento apresentarem metade do risco da pobreza para a população idosa.

À medida que a idade vai avançando crescem as probabilidades de se enfrentar a pobreza. Portugal insere-se no grupo de países em que os idosos têm mais probabilidade de viver na pobreza, do que os activos do mesmo país. O risco de os mais velhos caírem na pobreza é, aliás, uma e meia ou duas vezes superior ao risco dos activos.

Desde Março de 2006 que 6000 idosos portugueses recebem um complemento, que permite fazer subir as pensões até aos 300 euros mensais. Todos têm mais de 80 anos e são uma minoria, de entre os que mensalmente recebem 275 euros de reforma.