Caldeirão da Bolsa

carta aberta

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Carta

por pmsilva » 29/6/2006 22:08

Fico muito admirado quando os funcionários públicos comparam o seu nível salarial com os restantes países da CE. Para quê?

- Podem compará-los com os funcionários de entidades privadas (por exemplo na zona de Aveiro aprox.):

-sem qualquer tipo de formação: ordenado mínimo.
-Secretária :entre 450 e 550 liquidos
-Eng. Mec ou electrónico: 650 a 800 liquidos
-Serralheiro especializado: 500/550 se não for, como sempre ordenado mínimo.

Agora gostaria de me apresentar os valores dos salários mínimos de um professor primário, por exemplo? As regalias que têm na saúde própria e dos familiares?

Não vamos andar numa de brincar com o zé povinho. Trabalhem e sejam eficientes é o que peço como cidadão e deixem-se de lamúrias... o PM não acerta em tudo, mas dou-lhe nota bastante positiva.

Quanto aos funcionários públicos deixem-se de greves...e ponham os "olhinhos" naqueles que têm ficado sem emprego e que não tem como garantir o sustento da família.

Tenho dito,

PS
 
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o que dói

por abraracourcix » 29/6/2006 16:37

é que estes parasitas estão a ser protegidos pela comunicação social.
http://www.caldeiraodebolsa.com/forum/v ... highlight=
É tentando o impossível que se realiza o possível. (Henry Barbusse)
 
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por Jeropiga » 29/6/2006 16:21

Buraco negro esse que aumenta consideravelmente com as reformas "estupidas" dos administradores publicos e deputados, têm reformas consideradas de luxo, quer aqui quer na Conchichina e por um tempo de trabalho infimo.

È por isto que acho que ninguém devia pagar impostos e fugir cada vez mais, e criar o seu próprio PPR, só tenho pena dos que pagam para estes FXXXXX XX PXXX receber e brincar aos políticos
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por Jeropiga » 29/6/2006 16:15

Excelente, pena que não vai ter resposta como muitas outras onde a verade dói.
A coisa mais estupida neste país é a taxas dos bancos que não dá para perceber, e cada governo que passa sempre com medo de mexer, a outra mas parece condenada á vida é sermos o país dos papéis.
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por Dracull » 29/6/2006 16:15

Alguem esqueçeu-se de acrescentar ao valor de percentagem da população na Função Publica o número de pessoas que fazem parte da máquina do Estado a recibos verdes....só naquela......o que existe na Administração Pública muita gente mal distribuida, departamentos que necessitavam de ter o quadruplo ou mais de pessoas que têm - enfermeiros, inspectores da PJ e afins, e por outro lado departamentos com quatro pessoas para afiar um lápis.O Pais está como sempre esteve demasiado dependente da máquina do Estado e do seu protetivismo, vimos isso no século XIX e vemos isso agora, como português sinto raiva sempre que vejo individuo X ou Z a pedir subsidios como quem pede algo que acha que tem direito apenas pelo facto de existir - os subsidios fazem-se por ganhar, quem recebeu um subsidio deveria devia mostrar proveitos alcançados com esse subsidio e mais tarde devolver ao Estado - falo das empresas e empresários em nome individual, não das pessoas em geral. Faz-me asco ver empresas a "arranjar" custos apenas para não pagar imposto...querem custos? aumentem os funcionários, façam I&D - para o tuga comum que não sabe o que isso é, é basicamente aplicar recursos em Investigação e Desenvolvimento, de forma a ganhar uma posição competitiva no futuro, por si próprio, sem artificios fiscais.

Mas estou a fugir ao assunto, não queria mas estou, deve ser de ter tanta coisa entalada na garganta quando vejo este tipo de noticias.

Reformas? Uma vergonha!!!! (mas nada que o portugues não tivesse à espera). Não digo que seja vergonha o aumentar da idade da reforma, tirando algumas profissões com um desgaste acima da média - mas o que é que esperavam? A segurança social foi feita e calculada partindo do pressuposto que a idade média das pessoas fosse X e que a taxa de natalidade fosse Y; nos ultimos anos a idade média de vida aumentou e o número de nascimentos diminuiu - numa giria empresarial, houve aumento de custos e diminuição de proveitos -> só pode dar barracada e buraco negro na tesouraria.
Buraco negro esse que aumenta consideravelmente com as reformas "estupidas" dos administradores publicos e deputados, têm reformas consideradas de luxo, quer aqui quer na Conchichina e por um tempo de trabalho infimo.

Mas enfim, é por estas e por outras que estou desejoso de ir para o estrangueiro, aqui não dá.
Remember, remember, the fifth of November,The gunpowder treason and plot.I know of no reason why gunpowder treason Should ever be forgot.
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...

por Negocios Mendes » 29/6/2006 16:01

Eu se fosse o PM, a ser verdadeira esta carta, ia directamente para o lixo.

Portugal é um pais cheio de virtudes e está tudo bem. Para que alterar? Por isso nada melhor que continuar a cavar a sepultura de todos os portugueses, a custa das modormias de alguns.

Já agora, uma anedota: no outro dia fui ao cartório pedir uma fotocópia da minha certidao de nascimento.
Pela dita e pelo selo, tive de pagar 15 Eur.
Nao estava ninguem a minha frente e mesmo assim tive que esperar 10 minutos. Viva Portugal!
Cumprimentos,
Alex Tomás
 
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carta aberta

por abraracourcix » 29/6/2006 15:45

carta Aberta





CARTA ABERTA AO ENGENHEIRO



JOSÉ SÓCRATES



Esta é a terceira carta que lhe dirijo. As duas primeiras
motivadas por um convite que formulou mas não honrou, ficaram descortesmente
sem resposta. A forma escolhida para a presente é obviamente retórica e
assenta NUM DIREITO QUE O SENHOR AINDA NÃO ELIMINOU: o de manifestar
publicamente indignação perante a mentira e as opções injustas e erradas da
governação.



Por acção e omissão, o Senhor deu uma boa achega à ideia,
que ultimamente ganhou forma na sociedade portuguesa, segundo a qual os
funcionários públicos seriam os responsáveis primeiros pelo descalabro das
contas do Estado e pelos malefícios da nossa economia. Sendo a administração
pública a própria imagem do Estado junto do cidadão comum, é quase
masoquista o seu comportamento.



Desminta, se puder, o que passo a afirmar:



1.º Do Statics in Focus n.º 41/2004, produzido pelo
departamento oficial de estatísticas da União Europeia, retira-se que a
despesa portuguesa com os salários e benefícios sociais dos funcionários
públicos é inferior à mesma despesa média dos restantes países da Zona Euro.



2.º Outra publicação da Comissão Europeia, L´Emploi en
Europe 2003, permite comparar a percentagem dos empregados do Estado em
relação à totalidade dos empregados de cada país da Europa dos 12. E o que
vemos? Que em média nessa Europa 25,6 por cento dos empregados são
empregados do Estado, enquanto em Portugal essa percentagem é de apenas 18
por cento. Ou seja, a mais baixa dos 12 países, com excepção da Espanha.



As ricas Dinamarca e Suécia têm quase o dobro,
respectivamente 32 e 32,6 por cento. Se fosse directa a relação entre o peso
da administração pública e o défice, como estaria o défice destes dois
países?



3º. Um dos slogans mais usados é do peso das despesas da
saúde. A insuspeita OCDE diz que na Europa dos 15 o gasto médio por
habitante é de 1458. Em Portugal esse gasto é ... 758. Todos os restantes
países, com excepção da Grécia, gastam mais que nós. A França 2730, a
Austria 2139, a Irlanda 1688, a Finlândia 1539, a Dinamarca 1799, etc.



Com o anterior não pretendo dizer que a administração
pública é um poço de virtudes. Não é. Presta serviços que não justificam o
dinheiro que consome. Particularmente na saúde, na educação e na justiça. É
um santuário de burocracia, de ineficiência e de ineficácia. Mas
infelizmente os mesmos paradigmas são transferíveis para o sector privado.
Donde a questão não reside no maniqueísmo em que o Senhor e o seu ministro
das Finanças caíram, lançando um perigoso anátema sobre o funcionalismo
público. A questão reside em corrigir o que está mal, seja público, seja
privado. A questão reside em fazer escolhas acertadas. O Senhor optou pelas
piores. De entre muitas razões que o espaço não permite, deixe-me que lhe
aponte duas:



1.º Sobre o sistema de reformas dos funcionários públicos
têm-se dito barbaridades . Como é sabido, a taxa social sobre os salários
cifra-se em 34,75 por cento (11 por cento pagos pelo trabalhador, 23,75 por
cento pagos pelo patrão ).



OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS PAGAM OS SEUS 11 POR CENTO.



Mas O SEU PATRÃO ESTADO NÃO ENTREGA MENSALMENTE À CAIXA
GERAL DE APOSENTAÇÕES, COMO LHE COMPETIA E EXIGE AOS DEMAIS EMPREGADORES, os
seus 23,75 por cento. E é assim que as "transferências" orçamentais assumem
perante a opinião pública não esclarecida o odioso de serem formas de sugar
os dinheiros públicos.



Por outro lado, todos os funcionários públicos que
entraram ao serviço em Setembro de 1993 já verão a sua reforma ser calculada
segundo os critérios aplicados aos restantes portugueses. Estamos a falar de
quase metade dos activos. E o sistema estabilizará nessa base em pouco mais
de uma década.



Mas o seu pior erro, Senhor Engenheiro, foi ter escolhido
para artífice das iniquidades que subjazem á sua política o ministro Campos
e Cunha, que não teve pruridos políticos, morais ou éticos por acumular aos
seus 7.000 Euros de salário, os 8.000 de uma reforma conseguida aos 49 anos
de idade e com 6 anos de serviço. E com a agravante de a obscena decisão
legal que a suporta ter origem numa proposta de um colégio de que o próprio
fazia parte.



2.º Quando escolheu aumentar os impostos, viu o défice e
ignorou a economia. Foi ao arrepio do que se passa na Europa. A Finlândia
dos seus encantos, baixou-os em 4 pontos percentuais, a Suécia em 3,3 e a
Alemanha em 3,2.



3º Por outro lado, fala em austeridade de cátedra, e é
apologista juntamente com o presidente da Câmara Municipal de Viana do
Castelo, da implosão de uma torre ( Prédio Coutinho ) onde vivem mais de 300
pessoas. Quanto vão custar essas indemnizações, mais a indemnização
milionária que pede o arquitecto que a construiu, além do derrube em si?



4º Por que não defende V. Exa a mesma implosão de uma
outra torre, na Covilhã ( ver ' Correio da Manhã ' de 17/10/2005 ) , em
tempos defendida pela Câmara, e que agora já não vai abaixo? Será porque o
autor do projecto é o Arquitecto Fernando Pinto de Sousa, por acaso pai do
Senhor Engenheiro, Primeiro Ministro deste país?



a.. Por que não optou por cobrar os 3,2 mil milhões de
Euros que as empresas privadas devem à Segurança Social ?
b.. Por que não pôs em prática um plano para fazer a
execução das dívidas fiscais pendentes nos tribunais Tributários e que somam
20 mil milhões de Euros ?
c.. Por que não actuou do lado dos benefícios fiscais
que em 2004 significaram 1.000 milhões de Euros ?
d.. Por que não modificou o quadro legal que permite aos
bancos, que duplicaram lucros em época recessiva, pagar apenas 13 por cento
de impostos ?
e.. Por que não renovou a famigerada Reserva Fiscal de
Investimento que permitiu à PT não pagar impostos pelos prejuízos que teve
no Brasil, o que, por junto, representará cerca de 6.500 milhões de Euros de
receita perdida ?



A Verdade e a Coragem foram atributos que Vossa Excelência
invocou para se diferenciar dos seus opositores.



QUANDO SUBIU OS IMPOSTOS, QUE PERANTE MILHÕES DE
PORTUGUESES GARANTIU QUE NÃO SUBIRIA, FICÁMOS TODOS ESCLARECIDOS SOBRE A SUA
VERDADE.



QUANDO ELEGEU OS DESEMPREGADOS, OS REFORMADOS E OS
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS COMO PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE COMBATE AO DÉFICE,
PERCEBEMOS DE QUE TEOR É A SUA CORAGEM.



Santana Castilho (Professor Ensino Superior)
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