Caldeirão da Bolsa

Entrevista a director de «research» do Citigroup

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por heterocedastico » 21/6/2006 10:07

O preço das acções está num nível atractivo, mais que os instrumentos de dívida, que as matérias-primas e que o imobiliário. Em termos regionais, a Europa está mais atractiva que os mercados emergentes, que estão sobrevalorizados.


Concordo perfeitamente. Basta ver que o per do spx se encontra em mínimos de 94!
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por Pata-Hari » 20/6/2006 22:14

em compensação, temos estes outros senhores a dizer o contrário:

JPMorgan aconselha clientes a investir em «cash» em detrimento de acções
Apesar das recentes quedas nos mercados accionistas, os analistas da JPMorgan continuam com uma visão cautelosa para as acções, atribuindo uma recomendação de «underweight» a estes activos.

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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt


Apesar das recentes quedas nos mercados accionistas, os analistas da JPMorgan continuam com uma visão cautelosa para as acções, atribuindo uma recomendação de «underweight» a estes activos.

A JP Morgan acredita que a alocação de activos vai ser o factor chave nas decisões de investimento a tomar este ano e, por agora, aconselha os investidores a preferirem «cash» em detrimento de acções e obrigações. Para a liquidez em carteira, o banco de investimento atribui mesmo uma recomendação de «overweight».

Para as acções o banco de investimento está bem menos optimista, estimando apenas uma valorização média de 1% para os mercados accionistas desenvolvidos até ao final do ano, tendo em conta os «targets» definidos para cada índice accionista.

E diz ainda que «existe um risco considerável de baixa face a estas estimativas, dado que o índice norte-americano S&P500 está 5% acima do nosso ‘target’ e a se continuar a desvalorizar, poderá arrastar consigo outros índices para valores abaixo dos nossos ‘targets’». É por isso que a JPMorgan diz que a «menos arriscada estimativa de um retorno de 1,4% para o ‘cah’ parece mais atractiva».

Para a mesma fonte, as últimas quedas dos mercados accionistas são mesmo explicadas pelo menor apetite dos investimentos por activos com risco. No «research» ontem divulgado, a JP Morgan diz que, nos próximos seis meses, só subirá a actual recomendação atribuída às acções se ocorrerem uma de duas situações.

A primeira diz respeito a uma forte correcção dos mercados accionistas – o S&P 500 descer mais 5 a 10% e ficar abaixo do «target» de 1.190 pontos - na sequência de ocorrerem os factos que já está à espera: crescimento económico moderado, subidas nas taxas de juro e resultados decepcionantes.

Já se, ao contrário do que espera, a economia mundial voltar a apresentar um período de crescimento sólido com as pressões inflacionistas contidas, e os resultados das empresas saírem acima das previsões, então a JPMorgan também irá melhorar a sua recomendação para o segmento accionista.

Um terceiro cenário traçado pelo banco de investimento, que também resultará numa melhor perspectiva para os mercados accionistas em 2007, combina uma série de acontecimentos: o crescimento é mais fraco que o esperado, a inflação não é um risco e a Fed inicia uma fase de corte de custos. Então, os mercados reagem com fortes quedas no início e passam a apresentar valores mais atractivos.

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Entrevista a director de «research» do Citigroup

por Pata-Hari » 18/6/2006 14:24

Fonte: negócios.pt

«Esta é um boa oportunidade para voltar a comprar acções»
Manolis Liodakis é director de “research” do Citigroup e está em Portugal para a “Quantitative Conference 2006” do banco de investimento americano, que este ano tem lugar em Lisboa, na quinta e sexta-feira. Liodakis afirma que os mercados estão a atravessar uma correcção saudável e que as acções europeias vão terminar o ano com ganhos superiores a 10%.

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André Veríssimo
averissimo@mediafin.pt



Manolis Liodakis está optimista para as acções
Manolis Liodakis é director de "research" do Citigroup e está em Portugal para a "Quantitative Conference 2006" do banco de investimento americano, que este ano tem lugar em Lisboa, na quinta e sexta-feira. Liodakis afirma que os mercados estão a atravessar uma correcção saudável e que as acções europeias vão terminar o ano com ganhos superiores a 10%.

No início do ano, os analistas afirmavam que este seria um ano positivo para as acções, em particular na Europa. Neste momento, a maioria dos índices estão já em terreno negativo. O que aconteceu?

Os mercados não sobem numa linha direita. Vivemos um momento de forte subida desde o último trimestre de 2005 até ao mês passado. As expectativas foram colocadas muito alto e alguns activos subiram muito além do seu valor. O que aconteceu nas últimas semanas foi uma correcção saudável dos mercados. A nossa perspectiva de longo prazo é muito positiva para as acções. Esta é uma excelente oportunidade para voltar aos mercados e comprar. O preço das acções está num nível atractivo, mais que os instrumentos de dívida, que as matérias-primas e que o imobiliário. Em termos regionais, a Europa está mais atractiva que os mercados emergentes, que estão sobrevalorizados.

As acções europeias ainda podem acabar o ano com ganhos positivos?

Acreditamos que até ao fim do ano os mercados vão conseguir uma valorização na casa dos dois dígitos. As cotações estão atractivas, existe suporte no fluxo de fundos para o mercado, e muita actividade de fusões e aquisições. A economia mundial não está em mau estado e os nossos analistas acreditam que a economia americana vai ter uma aterragem suave. Por outro lado, na nossa opinião os receios acerca da inflação e da subida dos juros são excessivos. As expectativas em relação às taxas de juro dependem dos dados económicos que vão saindo. E todos os dados estão a ser muito analisados e escrutinados pelo mercado, o que cria volatilidade.

O que devem fazer então os investidores?

A questão é que classes de acções devemos ter na nossa carteira. Deve haver uma rotação, saindo das acções que já subiram muito, como as empresas com pequena capitalização bolsista, para as empresas de maior capitalização, que têm ficado para trás no movimento de subida dos mercados.

Acha que a correcção chegou ao fim, ou ainda vamos assistir a mais quedas nos mercados accionistas?

É difícil dizer quanto é que as acções ainda vão cair antes de voltarem a subir ou o "timming" exacto da reviravolta. Mas num horizonte de seis a 12 meses, a nossa recomendação é de "compra".

Um dos factores que tem pautado a evolução dos mercados são as fusões e aquisições. Existe um debate sobre se estas operações criam ou destroem valor. Qual é a sua opinião?

Nós temos feito um amplo trabalho nesta área. Analisámos centenas de operações na Europa, desde o início dos anos 90. E a nossa conclusão é que, em média, as fusões e aquisições destroem valor. O desempenho médio em bolsa de um adquirente típico fica 13% abaixo do mercado, três anos depois do negócio. Existe uma grande dispersão. Há casos muito bons, em que o desempenho é superior ao do mercado, e casos muito maus. O que fizemos foi tentar identificar as características dos negócios com maior probabilidade de ter bom desempenho.

E quais são essas características ?

O método de financiamento é muito importante. Se pagam em dinheiro, é provável que tenham um melhor desempenho do que se for por troca de acções. Numa operação com recurso a financiamento o oferente demonstra uma maior confiança acerca das sinergias do negócio. Por outro lado, os oferentes que transaccionam com um valor abaixo do sector também têm maior probabilidade de ter um melhor desempenho. Pelo contrário, se o preço for demasiado alto, é mais provável que exista uma destruição de valor. A dimensão do negócio também é crítica. Se é uma grande empresa que compra outra de dimensão idêntica é muito difícil que venha a criar valor. O ideal é que o alvo tenha uma dimensão entre 20% a 30% do comprador. Outro sinal é se a empresa teve um bom desempenho em bolsa após lançar a oferta. Finalmente, as aquisições dentro do mesmo sector têm também maior probabilidade de criar valor.

E como compara as aquisições que temos vindo a assistir com outras no passado?

As operações que estamos a ver neste momento são, na sua maioria, financiadas por dinheiro e não por troca de acções, o valor de mercado das empresas é razoável e os prémios são baixos. São operações com muito maior qualidade do que as que vimos no fim dos anos 90. E esse é outro factor importante de suporte para o mercado accionista.

Por certo ouviu falar da OPA da Sonaecom sobre a Portugal Telecom. A oferta cumpre várias características que mencionou. Pode-se concluir que será criadora de valor?

Só lhe posso dizer quais as conclusões a que o meu estudo chegou analisando os padrões das empresas. Se tiver as características mencionadas existe uma forte probabilidade do negócio criar valor. Mas não posso fazer comentários sobre estas empresas em particular.
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