Peço desculpa por estar a criar um novo tópico da Altri quando a confusão com 3 tópicos da Altri ao mesmo tempo tem sido imensa... Mas o objetivos são:
1.- actualizar o título
2.- centralizar a informação e discussão sobre a Altri
Aqui fica um pouco do que nos motiva...
A Stora Enso decidiu alienar a empresa portuguesa Celbi à Altri, por 428 milhões de euros. A empresa de Paulo Fernandes espera sinergias de 80 milhões de euros e não necessita de aumentar capital.
Num comunicado a Stora Enso afirma que assinou um acordo para vender a Celbi à Altri. Por este activo, que não tem dívida, a Altri vai pagar 428 milhões.
A Altri, em comunicado, estima que através desta operação vai apurar um conjunto de sinergias «pela combinação das suas três fábricas de pasta (Celbi, Celtejo e Caima) e dos activos florestais, com um valor actual líquido estimado de 80 milhões de euros».
A empresa liderada por Paulo Fernandes diz que vai aumentar a capacidade produtiva da Celbi, de 305 para 330 mil toneladas de pasta de papel com reduzido volume de investimento.
A Altri, que necessita da não oposição da Autoridade da Concorrência para concluir o negócio, ganhou a corrida à Celbi a outras companhias que concorreram à aquisição deste activo: o investidor Manuel Champalimaud, o fundo de «private equity» TDR e a espanhola Ence.
A Celbi, com sede na Figueira da Foz, é uma sociedade produtora de pasta branca de eucalipto, com uma capacidade produtiva instalada de 305 mil toneladas por ano, sendo responsável pela gestão de aproximadamente 50 mil hectares de terrenos florestais. Em finais de 2005, a Celbi detinha activos líquidos totais de aproximadamente 215 milhões de euros e capitais próprios de cerca de 189 milhões de euros.
No ano passado a empresa apurou resultado líquido de 19,9 milhões de euros e um cash EBITDA de cerca de 45 milhões de Euros. Nos últimos 6 anos, a Celbi apresentou um «cash» EBITDA médio anual de 55 milhões de euros.
Financiamento junto da CGD e BPI
Para concretizar esta operação, a Altri diz que não vai realizar qualquer aumento de capital, tendo assegurado um financiamento de médio e longo prazo junto da Caixa Geral de Depósitos e o Banco BPI.
Os bancos de investimento destas duas instituições financeiras foram os assessores da Altri no estudo da oportunidade deste investimento.
A Altri tem actualmente um capital social de 25,6 milhões de euros e uma capitalização bolsista de 102 milhões de euros.
Stora Enso realiza mais-valia de 170 milhões de euros
A Stora Enso, assinalando que a Celbi não tem dívida, diz que com este negócio, que deverá estar concluído no terceiro trimestre deste ano, vai concretizar uma mais-valia de 170 milhões de euros.
«Este é um desinvestimento estratégico para nós, apesar da boa performance da Celbi. Estamos de novo a focar a nossa estratégia no Brasil, onde o primeiro passo será o arranque da Fábrica de Pasta de Papel Veracel» disse Jukka Härmälä, CEO da Stora Enso. A enmpresa com sede na Finlândia está cotada nas bolsas de Estocolmo e Helsinquia.
A USB aumentou o preço-alvo da Altri em 13%, de 2,38 para 2,70 euros, devido às sinergias que a empresa vai captar com o aquisição da Celbi. As acções estão a subir mais de 6%.
As acções da Altri seguiam a valorizar 6,76% para os 2,37 euros, depois de já terem estado a subir 12,61% para um novo máximo histórico nos 2,50 euros. Desde que entrou em bolsa, em Março do ano passado, os títulos da empresa já subiram 346%.
Esta forte subida deve-se ao facto de a empresa ter chegado a acordo para comprar a Celbi por 428 milhões de euros.
Numa nota de «research» de hoje, a UBS afirma que o preço pago terá ascendido a 400 milhões de euros, devido ao «cash» positivo que a empresa regista. Este valor implica um múltiplo de 7,3 vezes o EBITDA.
«Achamos que o mercado estava à espera que a Altri pagasse um ‘entreprise value’ de 350 milhões de euros», contudo, diz o analista Pedro Baptista, «a gestão da Altri tem um forte ‘track record’ na aquisição de empresas e deve existir significativas sinergias» com os negócios já existentes.
A UBS estima que a aquisição da Celbi implique sinergias de 70 milhões de euros, abaixo dos 80 milhões de euros estimados pela empresa.
Tendo em conta este valor, a UBS chega a um valor líquido dos activos de 3 euros por acção da Altri, acima dos 2,5 euros anteriores.
O banco de investimento aumentou assim o preço-alvo da Altri de 2,38 para 2,70 euros, sendo que passou a aplicar um desconto de 10% à avaliação da empresa, devido ao facto de ser uma «holding». Antes o desconto aplicado era de 5%, mas a UBS decidiu elevar este valor, devido aos riscos mais elevados de percepção do valor da empresa.
A UBS, na nova avaliação à Altri, não considerou potenciais benefícios fiscais. A recomendação para as acções continua a ser de compra.