Maior subida desde a OPA
BCP dispara 5,48% e Banco BPI regressa ao preço da OPA
O BCP está a negociar com um ganho de mais de 5%, no dia em que o presidente da Autoridade da Concorrência, uma das entidades a analisar a OPA, afirmou que o nível de concentração na banca portuguesa é superior à média europeia. Analistas dizem que a correcção do banco nas últimas sessões, tornou-o mais vulnerável, atraindo a atenção de outros bancos.
Pedro Carvalho
pc@mediafin.ptPaulo Moutinho
paulomoutinho@mediafin.ptO BCP está a negociar com um ganho de mais de 5%, no dia em que o presidente da Autoridade da Concorrência, uma das entidades a analisar a OPA, afirmou que o nível de concentração na banca portuguesa é superior à média europeia. Analistas dizem que a correcção do banco nas últimas sessões, tornou-o mais vulnerável, atraindo a atenção de outros bancos.
O Banco Comercial Português (BCP) [Cot] negociava com uma valorização máxima de 5,48% para os 2,31 euros, sendo o papel mais procurado do dia com mais de 30 milhões de acções movimentadas.
A última vez que as acções do banco liderado por Paulo Teixeira Pinto ganharam mais de 5% foi a 15 de Março, na semana em que o banco anunciou uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre o Banco BPI [Cot].
Segundo um analista de banca contactado pelo Jornal de Negócios Online, a «subida de hoje estará relacionada com a queda das acções do banco nas últimas sessões e tal como disse Ulrich, isto torna o banco mais vulnerável. Há bancos que estão atentos a isso».
Na semana passada, o CEO do BPI disse que a queda contínua do BCP vai deixar o banco muito vulnerável.
Numa OPA que se espera que venha a durar meses, «e com as acções do BCP a cair todos os dias, suponho que seja uma situação pouco confortável para o BCP». Desde o anúncio da OPA, o valor de mercado do BCP baixou em mais de mil milhões de euros.
Na opinião de Luis Duarte do CaixaBI, a valorização de hoje poderá estar relacionada com o facto de o título estar «barato para entrar». Para Francisco Guarmon da Probolsa, «o BCP perdeu muito em pouco tempo», e hoje está a recuperar, sendo que o «motor da subida dos títulos » foi o facto de Abel Mateus ter vindo afirmar que o sector bancário nacional apresenta um elevado nível de concentração.
O presidente da Autoridade da Concorrência (AdC) afirmou hoje que o nível de concentração na banca portuguesa é superior à média europeia, uma declaração que estará a ajudar a impulsionar o papel.
A AdC é uma das entidades responsáveis para analisar a oferta de compra do BCP sobre o BPI e as declarações de hoje podem sugerir um entrave à concentração dos dois bancos, que iria resultar na maior instituição financeira de Portugal, com activos superiores aos do banco Estatal CGD.
O analista de banca disse ao Jornal de Negócios que a «concentração em Portugal vai obviamente aumentar com a OPA mas não o suficiente para as autoridades se oponham à operação».
«Deverá haver apenas alguns segmentos ou regiões onde deverão ser impostos alguns remédios, mas no geral a operação vai ser aprovada. O BCP anunciou à partida um aumento de capital para evitar qualquer reparo do Banco de Portugal em relação aos rácios de capital da entidade que resultar da fusão», disse.
Também em ralação ao dossier da OPA, a edição de hoje do «Diário de Notícias» avança que o Banco de Portugal vai demorar mais de três meses a tomar uma decisão sobre a intenção do BCP de adquirir o Banco BPI.
As acções do banco liderado por Fernando Ulrich, que classificou a OPA do BCP de hostil, negociavam em descida de 0,18% para os 5,70 euros, igualando assim a contrapartida da OPA.