No Brasil, a "febre" pelo etanol, que chama-se simplesmente de álcool, é algo único.
No campo, fala-se somente disto. Assim como em grande parte do país.
Grandes grupos europeus(Dreyfus) e americanos(Bunge) movem-se para investir nesta atividade.
Capitalista que nunca viram uma plantação de cana-de-açucar, apressam-se em implantar usinas.
Para constrir uma usina de álcool e açucar (área industrial) é necessário um investimento mínimo de uns $60.000.000,00 de euros. Fora a parte agrícola que é a área em terras e o plantio da mesma.
São necessários em torno de 5.000 alqueires de terra (120.000.000 de metros quadrados) ao custo de 2.000,00 euros por alqueire para o plantio da cana-de-açucar para suprir uma usina deste porte. Fora o valor da terra, que em uma área propícia ao plantio pode girar em torno de 5.000 a 10.000 euros por alqueire. Ou seja, é necessário um investimento mínimo de 120.000.000 de euros para implantação de apenas uma unidade industrial. Investimentos menores, mostram-se inviáveis economicamente.
A Cosan é a única com capital em bolsa, com um produção de 10% do total nacional, com 17 unidades. Existe em torno de 350 usinas instaladas no país. A maioria são empresas familiares, ineficientes e inviáveis. Alguma cooperativas que tem benefícios fiscais.
A Cosan lançou papel em novembro passado a R$60,00 por ação. Este mes chegou 177,50 no dia 5.
O papel está caro sob o aspecto fundamentalista.
No site da Cosan (
www.cosan.com.br) tem informações detalhadas.
O papel foi lançada no "novo mercado" da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). Que conferem excelente nível de governança corporativa. Algo importante para um país em o mercado de capitais é visto com desconfiança.
Só o tempo dirá se realmente o ethanol é um produto viável em todos os aspectos. Economicamente, com o preço atual do petróleo (crude oil) é algo imbatível. Ganha-se dinheiro com o menor esforço.
Com a euforia esqueçe-se de se dizer o que se gasta de combustíveis fósseis para produzi-lo. Dizer que é um combustível "ecológico" é no mínimo ignorância.
Todos os caminhões, tratores necessários a produção e transporte necessitam de óleo diesel. A plantação de cana-de-açucar necessita uso intensivo de adubos químicos (alguns derivados do petróleo) e de defensivos agrícolas.
Se for feita uma auditoria completa da energia necessária para produzir um litro de álcool pessoalmente não creio que ocorra uma relação de 10 para 1. Ou seja, para cada unidade de energia gasta para produzir, gera-se 10 unidades de energia equivalente em álcool.
Os benefício fiscais do setor são grandes.
Um litro de gasolina é vendida na refinaria por 0,30 centavos de euros. Nos postos é vendido por 1,00 euro. O alcool é vendido por 0,40 euros nas usinas no postos 0,60 euros.
O salário médio do setor é em torno de 300 euros.
O retorno para os que investem no setor é excelente.
De qualquer forma a euforia é grande. E com isto só se enxergam benefícios.
Investir em uma "produtora" de ethanol é uma aposta de risco. Seja no Brasil, na Europa ou nos EUA.
O setor precisa de apoio governamental, de benefícios fiscais e ainda é completamente dependente da energia do petróleo.
Por isso são papéis bons para especular. Pensar em ser papéis de retorno a longo prazo é muita incerto.