Fernando Ulrich diz que medidas anti-OPA não reforçam credibilidade
O CEO do Banco BPI Fernando Ulrich diz que usar o excesso de capital para dividendos extraordinários ou proceder a programas de «buybacks», como medidas anti-OPA, «não iam reforçar a credibilidade do banco». Estas declarações foram proferidas na conferência anual para analistas e investidores que esteve a decorrer esta tarde no CCB.
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Pedro Carvalho
pc@mediafin.pt O CEO do Banco BPI Fernando Ulrich diz que usar o excesso de capital para dividendos extraordinários ou proceder a programas de «buybacks», como medidas anti-OPA, «não iam reforçar a credibilidade do banco». Estas declarações foram proferidas na conferência anual para analistas e investidores que esteve a decorrer esta tarde no CCB.
O CEO do Banco BPI [Cot] esteve toda a tarde de hoje no Centro Cultural de Belém (CCB) em Lisboa, onde decorreu a conferência anual do banco para analistas e investidores.
No final do evento, um analista questionou a administração sobre o destino do excesso de capital que o banco vai gerar, caso venha a cumprir o Plano de Negócios apresentado no final de Abril.
O analista sugeria que o BPI estaria a ser muito vago sobre o destino a dar ao excesso de capital (dividendos, fazer crescer o negócio ou proceder a aquisições), quando está a ser alvo de uma oferta pública de aquisição (OPA).
Na resposta, Fernando Ulrich confessa que «responder a uma OPA é uma experiência nova para nós, por isso, vamos ter de aprender melhor as respostas».
«Algumas pessoas que estão na equipa da OPA disseram que primeiro tínhamos de gerar o excesso de capital», antes de decidir sobre o seu destino.
«Não é certo que este excesso de capital se venha a materializar», diz o CEO que acrescenta ainda que está a ser prudente e realista.
«Optar por uma promessa de ‘share buy back’ ou dividendos extraordinários não nos parece uma proposta muito excitante para os nossos accionistas. Sobretudo se vier a ter lugar só daqui a alguns anos».
«Eu achei que era muito coisa só por causa de uma OPA. Não penso que iria reforçar a nossa credibilidade», rematou Ulrich.
Sobre eventuais aquisições, o CEO diz que como o banco está «debaixo de uma OPA», não pode comprar, «a não ser que [esta proposta] vá primeiro à assembleia geral».
O BPI está a ser alvo de OPA por parte do BCP, onde a administração liderada por Paulo Teixeira Pinto se propôs a pagar 5,70 euros por cada acção não detida.
A Portugal Telecom [Cot], que está a ser alvo de uma OPA por parte da Sonaecom [Cot], decidiu aumentar o valor dos dividendos de 0,385 para os 0,475 euros e delineou um plano de remuneração aos accionistas para os próximos três anos, orçado em 3 mil milhões de euros.
As acções do BPI fecharam hoje em queda de 0,35% para os 5,75 euros.