Publicado 17 Abril 2006 17:04
Sem avançar nomes
Paulo Ramos acusa empresas tecnológicas «cotadas em bolsa» de fuga aos impostos
A indústria de tecnologias de informação sofre de vários problemas «graves» como os contratos precários e as fugas aos impostos, uma «prática generalizada também nas cotadas em Bolsa», acusou o presidente da ParaRede, sem avançar nomes, para quem esta prática tem dificultado a competitividade do sector.
Ana Torres Pereira
atp@mediafin.pt
A indústria de tecnologias de informação sofre de vários problemas «graves» como os contratos precários e as fugas aos impostos, uma «prática generalizada também nas cotadas em Bolsa», acusou o presidente da ParaRede, sem avançar nomes, para quem esta prática tem dificultado a competitividade do sector.
Paulo Ramos afirmou que «não quero dar nomes porque não sou polícia, mas basta perguntar aos quadros das empresas como é composto o seu quadro de remuneração».
Este mercado paralelo, no qual se movem várias empresas de tecnologias, tem inibido o crescimento e a competitividade da indústria de TI. Rui Paiva, CEO da WeDo, afiança que este mercado «à margem» corresponde a «metade do negócio dos serviços».
Num debate que reuniu os responsáveis da Pararede, WeDo, Cap Gemini e SAP, as empresas foram unânimes em afirmar que seria importante haver um «regulador», ou «certificador» que poderia ajudar a regulamentar o mercado e a evitar que situações dúbias ocorressem.
Já Paulo Morgado, administrador-delegado da Cap Gemini, sublinhou que «grande parte das empresas estão no mercado de venda de horas/homem, sem se importar se têm formação ou não». Para este responsável, este é uma das três folgas para crescer no mercado internacional, as restantes prendem-se o não dominar o mercado dos clientes, com preços excessivamente baixos e a folga do mercado accionista que continuam a investir em empresas com EBIT «pouco compatíveis com os seus resultados, face ás empresas internacionais».
As quatro empresas têm opiniões diferentes quanto à actuação da Administração Pública face ao mercado das tecnologias de informação, contudo consideram que o Plano Tecnológico por si só não chega para atingir os objectivos da modernização do sector público.