bem, eu já ando a tomar umas mezinhas caseiras para adaptação da psique a possíveis alterações... mas aqui o Sr. Faraj tomou o frasco todo
Àparte... onde anda o Goldilock fos fóruns de há uns anos atrás ?
Analista da casa de investimento Nomura prevê uma "correcção acentuada" dos mercados
2006-04-10 20:45 / DE com Lusa
O analista do banco japonês Nomura Anais Faraj prevê "uma correcção acentuada" dos mercados bolsistas internacionais para breve, em entrevista divulgada hoje.
Recomenda, em consequência, que os investidores reduzam o risco da sua carteira, aumentando a parte da liquidez com a perspectiva de regressarem às compras no terceiro e quatro trimestre do ano.
Este regresso, acrescenta, deve ocorrer "à medida e quando a correcção emergir, porque foi a única coisa correcta a fazer em 1987, 1998 e 2002, e é a correcta agora".
O conselho sustenta-se na rejeição da "assunção ingénua" de que há uma correlação automática positiva entre o crescimento económico e o desempenho do mercado bolsista.
Faraj contrapõe que a lógica destes mercados é "a da incerteza e das surpresas, das surpresas positivas versus as negativas".
Particulariza que o mercado sobe quando se esperam más notícias que são desmentidas, mas que o mesmo não se passa quando as boas notícias esperadas são correspondidas.
"Eu penso que é isto que iremos assistir este ano: que o crescimento será relativamente estável e que estaremos a esgotar as surpresas positivas", avançou.
O economista do Nomura fez ainda o paralelismo com outras conjunturas recentes que redundaram em crises importantes, mencionando o que designou por "ciclos Goldilock".
A palavra Goldilock foi muito usada nos anos 90 para descrever a economia dos EUA, em que a conjuntura combinava um crescimento alto e sustentável com taxas de inflação baixas e estáveis.
"Era quase um estado de Nirvana para os mercados e os banqueiros centrais", tipificou.
O mesmo ocorrera com o chamado milagre asiático, cinco anos antes, comparou.
Faraj admite que foram necessários "dois ou três anos" para detectar uma tendência muito mais profunda, a que atribui a existência de uma economia internacional Goldilock, em que se verifica crescimento sem inflação durante um prolongado período de tempo, ao contrário do que vem nos manuais de Economia.
Esta tendência corresponde a "um fenómeno básico" que foi o regresso da China à economia internacional.
A entrada de 600 milhões de trabalhadores chineses no mercado laboral mundial mudou as condições de funcionamento da economia internacional, apesar de a baixa produtividade, os elevados custos das infra-estruturas, o desperdício e as questões de qualidade do investimento industrial reduzirem as vantagens chinesas nos custos salariais.
O economista destaca que o crescimento global tem sido alimentado por um ciclo de investimento e que em breve este papel será desempenhado pelo consumo nos países emergentes, designadamente a China e a Índia.
Desta forma, chama a atenção para as empresas que estão a beneficiar com a conjuntura, e que são as ligadas ao investimento e ao consumo nestas economias.
Além de reduzir as perspectivas optimistas às empresas destes sectores, Faraj avisa para o carácter cíclico da economia.
Depois de considerar que vários 'picos' foram atingidos - na liquidez disponível, no crescimento dos lucros, no risco reduzido -, prevê quebras nos mercados a curto prazo.