leprechaun Escreveu:Olá, Esbanjador!
Ná... não serves p'ra professor!

Quer dizer... pelo menos a dar notas! Eu creio que compreendo o teu ponto de vista, mas falamos, de facto, de níveis distintos de excelência no trading e, por consequência, da capacidade dos diversos traders os assimilarem.
Viva, leprechaun generoso!
Constato que tb. tu me requeres um aumento da classificação do homem

. Mas já não a subo mais...
Penso que não estarás a compreender o meu ponto de vista.
Atribuí uma classificação não a visar medir conhecimentos técnicos, níveis ou estilos de trading, entre pessoas. Também não visou a capacidade de “trocar por miúdos” complexas teorias. Pessoalmente, não defendo que “a cultura (ou o conhecimento) desça ao povo mas antes que o povo se eleve à cultura”, sendo certo, no entanto, que se deve ajudar o povo a elevar-se à cultura.
A classificação teve a ver apenas com as respectivas "generosidades" na transmissão de conhecimentos (mas dizem que o homem tb. tem sido generoso...).
E não só...
Confesso que agi mais na pele de "caçador" do que na de "professor". Quer dizer, o objectivo era muito simplesmente o de "levantar lebres". Ver que "lebres", quantas "lebres", e com que grau de indignação, "saltavam" das luras por via da tal classificação (a funcionar como ”furão”). E, depois, analisar tecnicamente esses dados
Peço, desde já, desculpa às excelentíssimas "lebres" que "saltaram" por ter feito aplicação de “etologia”, afinal a seres humanos

.
Foi apenas uma espécie de brincadeira/jogo... para medir “popularidades” e “audiências”...
Acerca dos sistemas mecânicos... que nem me seduzem porque mal sei o que são!... apenas posso dizer que constituem, e já desde há algum tempo, mais de metade do volume negociado nas bolsas americanas. Há um link algures no Cárpatos sobre isto, mas não o consigo encontrar.
Sem me debruçar sobre as vantagens ou defeitos de tais sistemas, já que na prática nada sei sobre eles, parece-me apenas que se trata da evolução natural de um trader que começa, muitas vezes, a negociar sem método definido, elabora depois algumas regras de negociação pelas quais se guia, passa então para um sistema discricionário até que, por fim, adopta um método mecânico de negociação onde incorpora tudo o que aprendeu ao longo dos anos. Eu como ainda só estou na 2ª fase pouco me interesso ou percebo, até, desses sinais automáticos de negociação.
Leprechaun amigo, quanto à evolução natural do trader, divergimos.
O que penso é que, ao chegarem à última fase de evolução, alguns traders optam por seguir um sistema automático/rígido e outros por seguir o seu sistema (ou seja, conjunto de regras que servem para aplicar um método de trading) de trading mas não automático, reservando sempre para si um momento final discricionário.
E avanço já que os sistemas completamente automáticos não funcionam a prazo porque o mercado não é uma espécie de entidade mecânica ou electrónica que seja regida por leis físicas intangíveis. É composto por uma multidão imensa de pessoas que agem em função de leis imperfeitas que relevam da psicologia das multidões.
Conhecimentos de ciências físicas e de matemática podem ajudar, e muito, mas as decisões de trading têm sempre de ser integradas por uma componente psicológica (... daí que o sistema de Cem, se bem percebi, tenha posto a sua pretendida inovação precisamente em reduzir a fórmulas matemáticas a referida componente psicológica, programando/criando indicadores dessa componente. Lá aparecem, nos seus relatórios diários, as percentagens de optimismo e de pessimismo e o nível central do canal a separá-los).
Um sistema de trading é um plano de acção dedicado ao mercado, mas não existe um plano que possa sempre prever tudo. Portanto, uma certa dose de julgamento pessoal é sempre necessária, mesmo quando se trate de seguir os melhores planos e mais bem elaborados.
Um trader discricionário recolhe a informação possível do mercado e analisa-a sob o prisma de um certo número de ferramentas técnicas que possui. Muda de ferramenta conforme o mercado e a época que analisa. A sua árvore decisória é dotada de vários ramos e ele segue uns ou outros conforme as condições e evolução do mercado (... incorpora, p.ex., as “pautas estacionais” do Cárpatos

. Incorporá-las num sistema automático até será possível... mas se vamos por aí o sistema torna-se progressivamente pesadíssimo e ultracomplexo, sendo que nunca tudo poderá prever).
Todos estes ramos estão ligados a um sólido tronco que sustenta a árvore, tronco que é composto de uma série de regras invioláveis de controlo do risco.
Um trader de sistema automático desenvolve uma série de regras mecânicas para abrir posições e sair delas. Faz-lhes o “back-teste” e põe-se em “piloto automático”.
É aqui que amadores e profissionais tomam direcções opostas.
Um amador, petrificado em face dos mercados, sente-se confortado em ter o sistema automático a assumir o controlo, quer seja um sistema pessoal ou comprado, o que lhe retirará todas as preocupações. Mas o ambiente geral dos mercados muda permanentemente e, mais dia menos dia, todo o sistema se autodestruirá, em função da entropia que é inerente a todo o sistema automático. É por esta razão que, a prazo, todo o amador dotado de um sistema destes se arruinará.
Já um profissional que põe o seu sistema em piloto automático continuará a vigiá-lo atentamente. Sabe distinguir um período de drawdown normal de um período em que o sistema já está a deteriorar-se, o que lhe assinala que o sistema deve ser substituído. Aí, faz outro para ele e vende ou dá o anterior.
Assim, um trader de sistema profissional pode permitir-se utilizar um sistema mecânico precisamente porque é capaz de fazer trading discricionário.
Agora, um trader de sistema profissional tendencialmente obtém resultados mais regulares,
mas os melhores traders, os que acumulam as maiores fortunas, são os que utilizam a aproximação discricionária aos mercados.
A escolha, no entanto, depende mais dos respectivos temperamentos do que de decisões objectivas e lógicas.
É verdade que a moda nos EUA são os sistemas automáticos, por isso existem tantos serviços de programação que se encarregam de testar sistemas por conta de traders.
Penso, no entanto, que a melhor forma de progredir no trading é
ir testando mas é os nossos conhecimentos.
Carregar o histórico do Dax, p.ex., relativo a dois anos. Começar a analisar desde o dia mais antigo com as ferramentas que acharmos convenientes (indicadores técnicos, médias móveis, etc.). Fazer o plano de trading para o dia seguinte. Passar ao dia seguinte e ver como se comportou o Dax e avaliarmos, assim, o acerto ou falha do nosso plano. E ir fazendo isto sucessivamente até ao presente.
Este teste é que nos aproximará da realidade do mercado e fará melhorar a nossa capacidade de o pensar.
Sei, contudo, que alguns conhecimentos matemáticos que me faltam possibilitariam algo sobre o qual me tenho debruçado agora, a saber, o estudo das variações relativas dos diversos tipo de warrants, no sentido de construir estratégias tipo straddle, de baixo risco, e com um retorno positivo garantido, se possível. Já falei nisto aqui, tendo sido o meu interesse despoletado recentemente pelos inline warrants, cujas características muito peculiares talvez permitam associá-los a um call ou put normais, numa compra simultânea que gere obviamente lucro, independentemente do sentido do mercado.
Digamos que esta é a minha versão mais aproximada possível de um sistema mecânico, já que um tal trade teria de ser executado apenas em condições e valores muito específicos do índice subjacente. O mesmo se diga quanto à saída... lucrativa, claro! Mas aí está, isto ainda não passa de um projecto, para o qual terei de reunir uma imensa quantidade de dados, tabelas e mais tabelas de valores, cotações, variações, tudo ligado ainda pela variável tempo. Creio que isto define uma matriz, mas a minha pobre matemática nem sequer chega aí!
E sim, se chegar a algum resultado significativo, é claro que o tenciono publicar aqui, evidentemente. Mas isso deve-se também ao facto de esperar algum feedback e melhoramento ou correcção nessa pesquisa, já que a parte do trabalho "bruto" é a mais fácil, as correlações dos dados e respectivas conclusões é que poderão conter algum elemento menos correcto que invalide essa hipótese muito atraente de lucro garantido... ou quase! Em suma, e na sequência do que tenho vindo a afirmar, trata-se de mais um estudo no campo dos trades de elevada probabildade de êxito, que é neles que me pretendo especializar mais e mais.
Quanto a esta tua ideia, não quero desanimar-te.
Mas penso que todo esse trabalho deveria ser, desde já, aplicado a outros instrumentos como futuros ou CFDs. Os warrants são uma trapalhada. Utiliza-se porque é a forma de com pouco dinheiro se conseguir muito, se, e quando, tudo correr bem.
Por exemplo, há uma ou duas semanas, eu pretendia entrar num warrant turbo put a determinado valor do Dax. Ia seguindo os valores do turbo - que a maquineta do CBZ, que os calcula, ia dando (... e que muitas vezes endoidece... começando a dar 0,56, 066, 0,56, 0,57, 0,67, 0,68, 0,58... é só uma diferença de 10 pontos) e cotejando-os com os valores que eu ia calculando numa folha de papel a partir dos valores dados pela maquineta quando estava calma – correspondentes aos valores do Dax.
Dei uma ordem de compra do turbo ao valor que deveria corresponder ao tal valor do Dax. O Dax subiu ao tick anterior ao valor de entrada e o turbo atingiu como previsto o valor correspondente, conforme estava na minha folha.
O Dax subiu depois, por duas ou três vezes, ao valor de entrada esperado mas o turbo, parece que de propósito, não se alterou, descendo o tick que faltava para o valor da ordem, e assim falhei a entrada (por 1 tick).
A partir dali o Dax iniciou uma descida espectacular como previsto.
Tentei agarrá-lo... janela de anulação... ordem de anulação... janela para nova ordem... nova ordem a preço mais elevado... a descida prosseguia rápida... falho tb. este valor... janela de anulação... etc..
Saí do site da corretora. Desliguei o computador e fui ver na televisão, no Bloomberg, o resto da espectacular descida.
Se a situação se tivesse passado com CFDs, não falhava a entrada. Se o Dax não tivesse ido precisamente ao valor previsto, como até foi, antes de iniciar a queda, rapidamente entrava uns 3 a 5 pontos abaixo.
Por outro lado, com os warrants não se consegue pôr em prática, com rigor e comodidade, o que se vai aprendendo nos livros de AT: certas estratégias que requerem “ordens casadas”; níveis de colocação de stops loss; ordens stop de compra e venda simultâneas, com os respectivos Limites e stops loss (e stpos loss trailing, como há no Forex, isto cá na Carregosa); etc., etc..
Ainda voltando aos sistemas automáticos, por vezes tão complexos que levam meses e anos a construir e testar.
Na 5ª feira, já de madrugada alta (umas 5h00), lembrei-me de ir a uma plataforma de trading verificar o Dax.
Pus o histograma do MACD e a média móvel exponencial de 26 dias, em gráfico semanal. Verifiquei que a média dos 26 subia mas o MACD descia quase 1 tick relativamente à barra da semana anterior, divergindo dos preços que vinham subindo nessa semana, nomeadamente, na última sessão (5ª feira), o Dax tinha fechado mais alto e atingido novo máximo.
Pronto, foi o bastante para ficar em alerta máximo quanto à provável iminente queda do Dax. A divergência do histograma do MACD semanal com os preços, sinal fortíssimo em AT (que tira relevância à subida da média dos 26 dias), bastou – uma regra simples – para preparar tudo para na 6ª feira entrar curto (diga-se que foi necessária muita paciência, pois só pelas 14h45 – 15h00 a coisa se cumpriu).
Isto é trading discricionário. Se calhar, um óptimo sistema automático de seguimento da tendência não despoletava esta ordem de venda a descoberto (... é uma questão de verificar o relatório do sistema do Cem, p.ex.).
Em suma: repensa esse teu projecto de estudar os warrants; se valerá o dispêndio de tempo e energia.
Actualmente, o meu projecto (com o qual só posso despender um tempo muito limitado, por enquanto) é o de ler o máximo de livros, seleccionados pela sua importância e virtualidade de me trazerem conhecimentos novos (incluindo, pelo menos, um – tenho em vista um de Kaufman, ou nome parecido, salvo erro - sobre a construção de sistemas para ter uma ideia mais aproximada da coisa).
Estou tb. a pensar adquirir o último de Cárpatos (tem umas matérias interessantes). E arranjar o meu sistema, conjunto de indicadores e ferramentas várias, para analisar o que me interessar, indo testando o meu
savoir faire pela forma supra-referida.
E, de vez em quando, ir escrevendo, por distracção e deseconomia de tempo, relambórios extensíssimos como o presente, que não valem um caracol.
Tenho dito e muito obrigado pela paciência que tiveram a ler esta coisaaaaa......
E 2ª feira é dia 10 de Abril... e o Cárpatos, penso, nada disse sobre isso...
Abraços,
Esbanjador
P.S.:
O meu ânimo não tem sido o melhor para iniciar essa pesquisa, nem para me dedicar de alma e coração à bolsa, sequer, mas este é também um empreendimento para largas semanas ou meses, claro. E se alguém o desejar igualmente iniciar... melhor ainda, que poderemos depois comparar dados e resultados. But this takes time and a lot of effort... sure!
So... this is it for today!

Rui leprechaun
Quanto ao ânimo... e umas férias, como fez o amigo JLC? O mercado não foge, está lá sempre à nossa espera!!